Em um vídeo divulgado nas redes sociais, o ex-juiz Sergio Moro (União Brasil-PR) disse que o tema das eleições de 2022 “é o tamanho da corrupção do PT”. O candidato ao Senado ainda afirmou que a busca e apreensão, feita pelo Tribunal Regional Eleitoral do Paraná (TRE-PR), foi uma tentativa de intimidação das “velha política”.
“A velha política tentou, mais uma vez, me intimidar”, disse o ex-juiz da Lava-Jato no vídeo publicado, no sábado 3. “Foram na minha casa e intimidaram a minha filha para apreender materiais de campanha meus. Não vão me intimidar. O tema dessa eleição não é o tamanho da letra do ‘santinho’ do Moro, mas o tamanho da corrupção do PT.”
Conforme Moro, quando o governo petista estava na gestão do país, o que se discutia era 30% do valor de propina e suborno. “Agora, o PT vem para cima de mim, discutir 30% do tamanho de letra?” interpelou. Além disso, o candidato ao Senado também ligou essa ação do PT ao “fraco” desempenho de Lula (PT), candidato à Presidência, nos debates políticos. “Ele não conseguiu responder às perguntas relacionadas à corrupção”, explicou. Veja o vídeo abaixo:
Busca na casa de Sergio Moro
No sábado 3, a Justiça Eleitoral cumpriu mandados de busca e apreensão na casa de Moro, em Curitiba, no Paraná. O lugar é o comitê central da campanha dele ao Senado. O pedido para a ação partiu da Federação Brasil da Esperança (PT, PC do B e PV).
Segundo a federação, diversos materiais impressos pela campanha de Moro violam a legislação eleitoral. “Sergio Moro tem publicado propaganda irregular diante da desconformidade entre o tamanho da fonte do nome do candidato a senador relativamente a dos suplentes”, disse à Justiça o advogado Luiz Eduardo Peccinin.
A decisão da magistrada também determinou a exclusão de publicações nas redes sociais de Moro, pela mesma questão dos nomes. Conforme a lei eleitoral, na propaganda de candidatos majoritários devem constar os nomes dos candidatos a vice ou a suplentes de senador, de modo claro e legível, em tamanho não inferior a 30% em relação ao nome do titular.
Nos “santinhos” de Moro, a juíza entendeu que a altura das letras dos nomes dos suplentes é 8% da altura da letra do nome do ex-juiz da Lava-Jato. Os suplentes de Moro são o advogado Luis Felipe Cunha e o empresário Ricardo Guerra.
Em nota, a assessoria do ex-juiz da Lava-Jato confirmou a operação na casa do ex-juiz. Segundo a defesa, nada foi apreendido no local.
“A busca e apreensão se refere tão somente à, supostamente, os nomes dos suplentes não terem o tamanho de 30% do nome do titular”, comunicou. “Contudo, isso não corresponde com a verdade. Os nomes correspondem às regras exigidas, sendo assim, a equipe jurídica vai pedir a reconsideração da decisão.”