O Departamento de Justiça anunciou nesta quinta-feira que o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, reteve e divulgou documentos classificados de forma “intencional” enquanto era um cidadão sem ocupar cargos públicos. No entanto, destacou que essa ação não resultará em acusações contra o presidente ou terceiros.
O relatório do procurador especial Robert Hur, divulgado esta quinta-feira, constitui uma avaliação severa da forma como Biden geriu informação governamental sensível, sobre assuntos militares e política externa relativa ao Afeganistão e outros assuntos sensíveis de segurança nacional. “A nossa investigação apurou que o presidente Biden reteve e revelou intencionalmente materiais classificados, depois da sua vice-presidência, quando se tornou um cidadão comum”, escreveu Hurr.
Entre a documentação encontrada pelos investigadores estão materiais sobre o Afeganistão, que provam a sua oposição à decisão do presidente Barcak Obama, de quem Biden era vice-presidente, de enviar mais tropas para o país.
Uma carta escrita à mão que dirigiu a Obama a este propósito é um dos materiais encontrados. “Estes materiais sustentam a posição de Biden quando os considerou como relacionados com as mais importantes decisões que tomou enquanto vice-presidente”, detalhou-se no relatório.
No âmbito do Departamento de Justiça, existem casos anteriores de acusações criminais contra pessoas que compartilharam informações classificadas com biógrafos ou autores de seus discursos, como o general David Petraeus, que admitiu sua culpa em 2015 e recebeu uma sentença suspensa.
Os advogados da Casa Branca e o próprio advogado de Joe Biden tiveram acesso ao documento e foram dados a oportunidade de comentar sobre o mesmo. Um dos porta-vozes da Presidência, Ian Sams, afirmou que Biden optou por não exercer qualquer prerrogativa presidencial em relação a qualquer parte do relatório.
Com informações de Jornal de Notícias