Cientistas identificaram recentemente uma “Super Terra” em órbita de uma estrela anã. A descoberta foi realizada pela missão TESS da NASA e divulgada em janeiro deste ano, revelando não apenas semelhanças em tamanho com nosso planeta, mas também a proximidade desse exoplaneta com sua estrela, colocando-o em uma zona potencialmente habitável, conforme informou a CNN. Há também a suspeita da existência de um planeta do tamanho da Terra orbitando a mesma estrela.
Batizada de TOI-715b, a Super Terra orbita uma estrela anã vermelha, menor e mais fria que o Sol, completando uma translação em apenas 19 dias. Devido à sua posição favorável, os pesquisadores acreditam que TOI-715b pode estar na chamada zona habitável, onde as condições são propícias para a existência de água em estado líquido na superfície. A determinação dessa área considera diversos fatores, como o tamanho, temperatura e massa da estrela, assim como a quantidade de luz que ela reflete nos corpos celestes ao seu redor.
No entanto, a pesquisadora de pós-doutorado e autora principal do estudo, Georgina Dransfield, destacou que existem margens de erro significativas associadas a esses fatores, o que influencia diretamente na classificação do planeta.
Felizmente, os astrônomos acreditam que TOI-715b está situado em uma região mais próxima e mais propícia ao redor de sua estrela, categorizando-o em uma zona habitável mais específica e menos suscetível a erros, conhecida como zona habitável conservadora.
A relevância da descoberta é ressaltada por Dransfield, que afirmou à CNN: “Esta descoberta é emocionante porque é a primeira Super Terra do TESS a ser encontrada dentro da zona habitável conservadora. Além disso, como está relativamente próximo, o sistema é adequado para futuras investigações atmosféricas.”
É importante notar que, embora a proximidade seja relativa, TOI-715b está a uma distância considerável da Terra, a 138 anos-luz. Um ano-luz corresponde a cerca de 9,46 trilhões de quilômetros.
O TESS
A NASA lançou em 2018 o Satélite de Rastreio de Exoplanetas em Trânsito (TESS, em inglês), com foco específico na busca por planetas do tamanho da Terra que orbitam estrelas próximas.
De acordo com informações da revista The Nacional, o TESS coleta dados sobre objetos espaciais ao observar a sombra que eles projetam ao passar na frente de uma estrela. Geralmente, são necessárias três passagens para identificar um objeto como um exoplaneta e determinar seu período de órbita.
Desde seu lançamento, o TESS tem auxiliado os astrônomos na descoberta desses corpos celestes, proporcionando a oportunidade de realizar investigações mais aprofundadas com observatórios terrestres e espaciais. Por exemplo, ao encontrar o TOI-715, os cientistas podem conduzir novas pesquisas utilizando outros instrumentos, como o telescópio Webb, lançado em dezembro de 2021. Este telescópio procura atmosferas planetárias e pode até mesmo detectar sua composição por meio da luz infravermelha, invisível a olho nu.
Entender se um planeta possui ou não atmosfera fornece pistas valiosas sobre suas características e sua potencial habitabilidade. O Dransfield, em entrevista à rede de notícias americana, destacou a importância de determinar a massa do planeta com alta precisão para distinguir se é uma Super-Terra ou um membro da nova categoria de mundos oceânicos, semelhantes a luas com oceanos globais, como Europa, de Júpiter, ou Encélado, de Saturno.
Em relação ao segundo planeta, que se estima ter o tamanho da Terra, serão necessárias mais investigações sobre sua órbita. A pesquisadora explicou que, se comprovada sua existência, seria o menor planeta encontrado pelo TESS em uma zona habitável desde o início de sua exploração.
Ao orbitar uma estrela anã, a mais comum em nossa galáxia, um planeta pode receber calor suficiente para tornar-se habitável. No entanto, é crucial investigar se esses planetas estão vulneráveis a explosões estelares e radiação, fatores que poderiam erodir suas atmosferas e comprometer a capacidade de abrigar vida. No caso da estrela TOI-715b, a pesquisadora destacou que foram detectadas apenas algumas erupções nos últimos anos, e a estrela é considerada inativa, tornando-se uma estrela antiga.
Com informações de Extra/Globo