A dentista Hellen Kacia Matias da Silva, detida sob a acusação de deformar o rosto de pacientes com procedimentos estéticos, ministrava cursos técnicos sem reconhecimento do Ministério da Educação (MEC), conforme revelou a Polícia Civil.
Investigações apontam que os cursos não eram autorizados pelo MEC, informação presente nos contratos fornecidos aos alunos. Um curso para cirurgias faciais, com carga horária de três dias, custava mais de R$ 10 mil por aluno, embora sua aplicação fosse restrita a médicos. A polícia tenta determinar a quantidade de profissionais de diversas cidades que participaram desses cursos.
A dentista, que conta com mais de 650 mil seguidores no Instagram, também oferecia cursos de harmonização orofacial, abordando técnicas como preenchimento facial, toxina botulínica, lipossucção, lipo enzimática, fios de sustentação e jato de plasma. Todos esses procedimentos visam à harmonização do rosto.
O Conselho Federal de Odontologia (CFO) aguarda mais informações sobre o caso para se manifestar.
A defesa da dentista argumenta que a prisão ocorreu de maneira arbitrária, pois a profissional teria cumprido a determinação judicial de não realizar cirurgias estéticas faciais após 22 de novembro. A defesa destaca que Hellen realizou um procedimento reparador, dentro de sua competência como especialista buco maxilo facial, corrigindo uma lesão em uma paciente.
As fotos divulgadas de pacientes com intercorrências, segundo a defesa, não correspondem a pacientes da dentista, e o vazamento dessas imagens demonstra falta de lisura nas investigações.
Entenda o caso:
Hellen é investigada por lesão corporal decorrente de procedimentos estéticos que impactaram negativamente o rosto de pelo menos 13 pacientes. Presa em Goiânia, a dentista era alvo de investigação desde setembro de 2023 por exercício ilegal da profissão e execução de serviços de alta periculosidade. A clínica onde atuava foi interditada pela Vigilância Sanitária por irregularidades encontradas.
Com informações do UOL.