A CNN Brasil está prestes a comemorar seu quarto aniversário no próximo mês de março, mas enfrenta atualmente uma séria crise interna. Renata Agostini e Thaís Arbex decidiram se desligar da emissora devido a divergências em relação à forma como a edição de um documentário sobre o 8 de janeiro foi conduzida.
Renata Agostini: jornalista pede demissão após divergência sobre documentário e instala crise na CNN Brasil – Divulgação/CNN Brasil
Arbex saiu para trabalhar no Ministério da Justiça. Renata pediu desligamento em 9 de janeiro, mas apenas nesta sexta-feira (2) assinou seu distrato. Seu destino na televisão é incerto, segundo apurou o F5.
A situação começou ainda em 2023. Existem duas versões. A primeira diz que Renata e Arbex, juntamente com a jornalista Jussara Soares, apresentaram à direção do canal de notícias o projeto de “Ataque aos Poderes: Um Breaking News que abalou a política brasileira”, documentário que contaria o passo a passo da invasão ao Palácio do Planalto e outros prédios públicos de Brasília.
Já a segunda versão é que a iniciativa veio da direção da CNN, que ao saber que a GloboNews iria produzir um material sobre o assunto, convocou as jornalistas para sugerir a ideia.
No fim, o projeto foi aprovado, e as três tocaram a produção sozinhas. Após as gravações serem concluídas, a situação começou. As profissionais não tiveram acesso à edição do material, e só viram o resultado final quando ele foi ao ar.
Pouco antes de a produção ir ao ar, as três também foram informadas que uma entrevista solicitada com o ex-presidente Jair Bolsonaro para o projeto seria feita pelo âncora Leandro Magalhães, do CNN Arena, e não pelas envolvidas no projeto.
No dia da estreia da produção, que foi dividida em uma série de cinco reportagens, Thais, Renata e Jussara não gostaram do que viram e, segundo o F5 apurou, protestaram junto à direção do canal.
As três, em consenso, pediram para não serem mais creditadas a partir do segundo episódio, que foi ao ar no dia 9 de janeiro. O crédito foi de fato retirado.
No dia 10 de janeiro, ocorreu um novo protesto devido à entrevista de Leandro Magalhães com Jair Bolsonaro, que não foi bem recebida pelas jornalistas devido à ausência de perguntas sobre o indiciamento do ex-presidente pelos atos do 8 de janeiro.
Desde então, as jornalistas manifestaram a intenção de deixar a empresa. Thaís Arbex oficialmente saiu no último dia 30 e aceitou um convite para trabalhar no Ministério da Justiça, sob a liderança de Ricardo Lewandowski.
A situação de Renata Agostini só foi resolvida na quinta-feira devido à sua complexidade, mas ela já não participava de programas de política da CNN Brasil desde a primeira semana de janeiro. Houve conversas tensas entre as partes, e o clima interno para Renata não era favorável.
Apesar desses problemas e do ambiente tenso na redação, a CNN decidiu organizar duas festas, uma em São Paulo e outra em Brasília, com o tema de Carnaval nesta semana, buscando melhorar a relação entre a direção e os funcionários.
Questionada pelo F5 desde o início de janeiro sobre a situação, a CNN Brasil confirmou o desligamento de Renata Agostini apenas nesta sexta-feira.
“A CNN Brasil e Renata Agostini comunicam que decidiram pelo encerramento do contrato de forma amigável, a pedido da jornalista. A CNN Brasil agradece toda contribuição e dedicação de Renata e deseja sucesso em seus próximos desafios profissionais”, diz a nota do canal de notícias.
As informações são da Folha/F5