Conforme a coluna de Paulo Cappelli no Metrópoles, o agente da Abin, Cristiano Ribeiro, foi recentemente desligado do serviço secreto pelo governo federal. Uma investigação interna revelou que ele vazou informações confidenciais que alimentaram uma matéria sobre um funcionário da instituição que, segundo o artigo, teria atuado para proteger Flávio Bolsonaro no caso das rachadinhas.
Segundo fontes da coluna, Ribeiro tirou uma foto da tela de seu computador na Abin e enviou para indivíduos externos à Agência Brasileira de Inteligência. Este incidente ocorreu durante o governo Bolsonaro. Antes de ser demitido, o agente foi alvo de uma operação de busca e apreensão realizada pela Polícia Federal (PF), que examinou seus dispositivos eletrônicos.
A imagem vazada pelo agente continha o organograma do Centro de Inteligência Nacional da Abin, com fotos e nomes dos servidores titulares de cada coordenação e seus respectivos substitutos. O CNI é responsável por acompanhar “assuntos de inteligência estratégica”.
A investigação interna da Abin indicou que o material foi utilizado em uma reportagem do site “Intercept Brasil” publicada em dezembro de 2020. Os jornalistas consultaram uma fonte da agência, que, sob reserva, afirmou que tanto ela quanto seus colegas “desconfiavam” de que o policial federal Marcelo Bormevet, na época lotado na Abin, teria produzido relatórios para proteger Flávio no caso das rachadinhas.
Naquela ocasião, Bormevet ocupava uma posição-chave no CNI, sendo coordenador-geral de Credenciamento de Segurança e Análise de Segurança Corporativa. Delegado de carreira da PF, ele atuava, até sexta-feira passada (26/1), como assessor da Subchefia Adjunta de Infraestrutura da Casa Civil da Presidência.
Marcelo Bormevet foi dispensado do cargo apenas após Alexandre de Moraes determinar seu afastamento, devido à investigação no âmbito da suposta “Abin paralela” que teria existido no governo Bolsonaro. Ao autorizar uma das operações da PF, o ministro do STF citou a referida reportagem do “Intercept Brasil”.
Dessa forma, Bormevet entrou na mira da investigação após uma matéria baseada nas informações vazadas pelo ex-agente da Abin, Cristiano Ribeiro. De maneira irônica, Ribeiro foi demitido da agência pelo governo Lula.
Cabe destacar que o presidente da República não tinha poder para evitar sua demissão. A exoneração foi oficializada após a conclusão de um Processo Administrativo Disciplinar (PAD) aberto em 2021, que apontou que o agente violou o Regime Jurídico dos Servidores Públicos.
As informações são da coluna de Paulo Cappeli/Metrópoles