A decisão recente da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) de retirar lotes de medicamentos e suplementos do mercado reacendeu o debate sobre o controle de qualidade de produtos de saúde no Brasil. Entre os itens atingidos está o paracetamol com fosfato de codeína, amplamente utilizado para o alívio da dor, e a medida, publicada no Diário Oficial da União em 2025, tem como foco a proteção do consumidor diante de irregularidades em formulações e registros.

Por que houve recolhimento de lotes de paracetamol com fosfato de codeína?
O medicamento paracetamol fosfato de codeína é indicado para o tratamento de dores leves a moderadas, associando o efeito analgésico e antipirético do paracetamol à ação da codeína. Em 2025, lotes fabricados pela Geolab Indústria Farmacêutica S/A apresentaram variação na quantidade de codeína entre aproximadamente 1,9% e 2,66% em relação ao padrão estabelecido, detectada em análise interna.
Em medicamentos de uso controlado, qualquer desvio na concentração do princípio ativo é tratado com rigor, pois quantidades acima do previsto aumentam o risco de efeitos indesejáveis, enquanto doses menores reduzem a eficácia. Diante disso, a empresa realizou um recolhimento voluntário, e a Anvisa formalizou a retirada dos lotes do mercado, abrangendo apresentações para farmácias e embalagens hospitalares com comprimidos de paracetamol 500 mg combinados com codeína em doses de 7,5 mg ou 30 mg.
Como a Anvisa monitora medicamentos como o paracetamol com codeína?
Mesmo depois de registrado e aprovado, um medicamento como o paracetamol com codeína continua sob observação contínua da empresa fabricante e da Anvisa, com análise de queixas técnicas, efeitos adversos e desvios de qualidade.
Quando há suspeita de problema em um lote de paracetamol com codeína, seguem-se etapas padronizadas para garantir a segurança do paciente e a rastreabilidade dos produtos envolvidos. Esse fluxo é importante para organizar a resposta rápida do sistema de vigilância sanitária e orientar empresas, serviços de saúde e farmácias.
- Identificação interna ou externa de possível desvio de qualidade;
- Realização de testes laboratoriais para confirmar a irregularidade;
- Comunicação imediata à Anvisa sobre o ocorrido;
- Definição do tipo de recolhimento (voluntário ou determinado pela agência);
- Divulgação de nota oficial com a lista de lotes afetados;
- Acompanhamento do recolhimento até a retirada efetiva do comércio.
O que a população precisa saber sobre o uso de paracetamol fosfato de codeína?
Quando um medicamento como o paracetamol com codeína é alvo de recolhimento, muitos pacientes ficam em dúvida sobre como proceder com cartelas já adquiridas. A recomendação é não interromper o tratamento por conta própria, mas checar o número do lote na embalagem e buscar orientação na farmácia ou no serviço de saúde onde o produto foi comprado.
Nessas situações, alguns cuidados básicos ajudam a garantir o uso seguro do medicamento e o descarte adequado de produtos potencialmente irregulares. Também é importante que o paciente observe eventuais sintomas diferentes do habitual e relate aos profissionais de saúde para fortalecer o sistema de vigilância sanitária.
- Verificar o rótulo: conferir nome do medicamento, fabricante e número do lote impresso na embalagem;
- Evitar o descarte inadequado: em vez de jogar no lixo comum, entregar o medicamento em farmácias ou pontos de coleta específicos;
- Consultar um profissional: médicos e farmacêuticos podem orientar sobre substituições ou alternativas terapêuticas;
- Observar sintomas: em caso de uso recente e surgimento de qualquer reação inesperada, procurar atendimento de saúde.