O debate sobre o futuro de Hollywood ganhou um novo capítulo com a reação do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ao plano da Netflix de comprar a Warner Bros. Discovery, em uma possível aquisição de cerca de US$ 72 bilhões mais dívidas, que inclui o tradicional estúdio de cinema e televisão e ativos valiosos como o serviço de streaming HBO Max, podendo reunir, em 2025, duas das maiores plataformas de streaming do mundo e um dos estúdios mais rentáveis da indústria audiovisual.
Por que Trump está preocupado com a compra da Warner Bros pela Netflix?
Trump declarou ter reservas quanto ao negócio. Ele classificou a Netflix como uma empresa de grande desempenho e elogiou o trabalho do co-CEO Ted Sarandos, mas chamou atenção para o tamanho da “fatia de mercado” que a gigante do streaming passaria a deter.
Ao comentar publicamente o acordo, afirmou que a negociação “precisa passar por um processo” e indicou que o caso deve ser analisado com cuidado pelos órgãos reguladores dos Estados Unidos. Segundo ele, a união de Netflix e Warner Bros Discovery criaria um conglomerado com enorme poder no streaming, no cinema e na televisão, o que tradicionalmente atrai a atenção de autoridades antitruste.
Como a fusão entre Netflix e Warner Bros pode mudar Hollywood?
A possível compra da Warner Bros Discovery pela Netflix é vista como uma das maiores movimentações corporativas da história do entretenimento. O negócio incluiria o lendário estúdio de cinema, franquias consagradas, o serviço de streaming HBO Max e outras propriedades midiáticas, entre elas a controladora da CNN.
Em 2025, a disputa no streaming envolve não só número de assinantes, mas também capacidade de produção, controle de propriedade intelectual e alcance internacional. Uma união entre Netflix e Warner Bros alteraria o equilíbrio entre concorrentes como Disney+, Amazon Prime Video e plataformas regionais, o que explica a forte repercussão em Hollywood.
Qual é o papel de Trump e dos reguladores?
Trump indicou que pretende acompanhar o processo de avaliação da fusão, reforçando o interesse direto no andamento do negócio. Nos Estados Unidos, grandes aquisições que podem impactar a concorrência passam por escrutínio do Departamento de Justiça e da Comissão Federal de Comércio, além de atenção do Congresso.
O histórico recente do setor mostra que acordos dessa magnitude enfrentam questionamentos, audiências públicas e, em alguns casos, exigências de ajustes ou desinvestimentos. Exemplos como as negociações envolvendo a Paramount e a produtora Skydance ilustram um ambiente em que decisões políticas e regulatórias são parte central da estratégia das grandes companhias de entretenimento.
Quais fatores regulatórios podem influenciar a aprovação da fusão?
Na análise antitruste, autoridades devem considerar como a união de duas das maiores plataformas de streaming e de um estúdio líder em bilheteria afeta concorrência, preços e diversidade de conteúdo. Esse exame inclui não apenas o mercado americano, mas também o impacto em outros países onde as empresas atuam.
Para organizar essa avaliação, reguladores observam critérios específicos que ajudam a medir o grau de concentração e o poder de negociação do novo grupo em relação a consumidores, concorrentes e produtores independentes:
- Impacto na competição com outros serviços de streaming globais e regionais;
- Condições para produtores independentes negociarem conteúdos com grandes conglomerados;
- Formação de preços de assinaturas e pacotes de conteúdo;
- Concentração de catálogos de filmes, séries e eventos esportivos ou ao vivo.
O que pode acontecer nos próximos anos?
Se a compra for aprovada, o novo grupo poderia integrar conteúdos de Netflix, HBO Max e do estúdio Warner Bros em uma mesma estratégia global. Isso pode envolver mudanças nas marcas, fusão de catálogos e redefinição de acordos de licenciamento com terceiros, em especial em mercados onde HBO e Warner já têm forte presença.
Analistas consideram cenários como a manutenção de marcas distintas com planos de assinatura diferenciados, a criação de um “superapp” de streaming e a revisão de contratos de exibição ao redor do mundo. Até que o processo regulatório avance, porém, o cenário permanece em aberto, com possibilidade de ajustes ou até de exigência de separação de alguns ativos, como a CNN.
FAQ sobre compra da Warner Bros pela Netflix
- A compra da Warner Bros pela Netflix já está confirmada? O acordo foi anunciado, mas ainda depende de aprovação dos órgãos reguladores nos Estados Unidos e em outros mercados relevantes.
- A CNN faria parte do grupo caso a fusão seja aprovada? A Warner Bros Discovery, controladora da CNN, está incluída no pacote, mas eventuais mudanças estruturais ou separação de ativos dependeriam das condições impostas pelos reguladores.
- Assinantes da HBO Max podem perder acesso a conteúdos? Em grandes fusões, é comum ocorrerem ajustes de catálogo, mas até o fim do processo não há definição oficial sobre remoções ou mudanças específicas.
- Outros estúdios podem reagir com novas fusões? Movimentos dessa escala costumam estimular respostas estratégicas de concorrentes, incluindo alianças, parcerias ou novas tentativas de consolidação no mercado de mídia e entretenimento.