A aprovação da Emenda 132 transforma a estrutura fiscal brasileira e exige atenção imediata dos empresários. A Reforma Tributária obriga as empresas a repensarem seu modelo de apuração para manter a competitividade e evitar riscos financeiros futuros.
Quais impostos deixam de existir com a nova regra?
O sistema atual será descontinuado progressivamente, extinguindo tributos federais, estaduais e municipais conhecidos. PIS, COFINS, ICMS e ISS darão lugar a uma tributação de base ampla focada no consumo.
Esses impostos serão substituídos pelo IBS e CBS, que terão regras espelhadas e incidirão sobre bens e serviços. A mudança visa simplificar o sistema, mas altera profundamente a lógica de custos para pequenos negócios.
Como escolher entre recolher IBS e CBS dentro ou fora da guia?
Escolher entre recolher IBS e CBS dentro ou fora da guia do Simples Nacional envolve comparar simplicidade operacional e aproveitamento de créditos fiscais: enquanto a guia única tende a facilitar o pagamento e o controle, o recolhimento “por fora” pode aumentar a competitividade em cadeias não cumulativas ao permitir melhor dinâmica de créditos, afetando preço final e percepção de valor no mercado.
Veja a tabela abaixo para comparar, de forma objetiva, as principais diferenças entre recolher IBS e CBS dentro ou fora da guia do Simples Nacional, considerando impactos na apuração, no aproveitamento de créditos e na competitividade do negócio:
| 📌 Critério | 🧾 IBS e CBS dentro da guia | 🧮 IBS e CBS fora da guia |
|---|---|---|
| ⚙️ Como funciona | Pagamento unificado na guia do Simples. | Tributos de renda e folha no Simples, com IBS/CBS apurados por fora. |
| 🧩 Simplicidade e rotina | Rotina mais simples, com menos cálculos e obrigações. | Maior complexidade e necessidade de controles adicionais. |
| 💳 Créditos fiscais | Créditos limitados ao valor efetivamente pago na guia. | Maior potencial de aproveitamento de créditos no regime não cumulativo. |
| 💰 Impacto no preço final | Menor flexibilidade de preço em cadeias que valorizam crédito. | Mais competitividade quando o cliente valoriza créditos. |
| 🎯 Atratividade comercial | Mais vantajoso quando simplicidade pesa na negociação. | Mais atrativo para empresas que buscam maximizar créditos. |
| 📊 Quando faz mais sentido | Operações B2C e foco em simplicidade operacional. | Operações B2B e cadeias com forte efeito de créditos. |
| ⚖️ Trade-off principal | Menos burocracia, mas menor dinâmica de créditos. | Mais créditos e competitividade, com maior complexidade. |
Por que empresas do Lucro Real podem rejeitar fornecedores do Simples?
Empresas grandes precisam de créditos fiscais integrais para abater de suas próprias contas tributárias. Se você permanecer no Simples “puro”, transfere um crédito menor, o que pode tornar seu negócio menos competitivo em concorrências B2B.
A decisão de migrar para o pagamento “por fora” depende de uma análise criteriosa sobre quem compra seu produto ou serviço.
- Avalie se seus clientes são consumidores finais ou outras empresas.
- Calcule o volume de despesas que geram créditos dedutíveis.
- Considere a pressão comercial por descontos ou repasse de créditos.
O setor de serviços terá aumento de carga tributária?
Prestadores de serviços enfrentam um cenário desafiador, pois sua maior despesa costuma ser a mão de obra. A folha de pagamento não gera crédito de IBS e CBS, dificultando o abatimento do imposto a pagar.
Sem insumos relevantes como energia ou mercadorias para deduzir, a carga tributária efetiva pode se elevar significativamente. Isso exige simulações precisas para não comprometer a margem de lucro da operação.
Como se planejar para as mudanças fiscais de 2026?
O ano de 2026 será decisivo para realizar testes e cumprir obrigações acessórias antes da vigência plena. Como a legislação proíbe a troca de regime no meio do exercício, o planejamento deve ser antecipado e estratégico.
Existem passos fundamentais que devem ser seguidos agora para garantir uma transição segura e financeiramente saudável.
- Realize simulações comparando o modelo atual com as novas alíquotas.
- Dialogue com seus principais clientes sobre a necessidade de créditos.
- Estude as regras de transição da Lei Complementar 214/2025.