O chamado golpe do iFood se tornou um dos golpes mais comentados entre consumidores brasileiros desde que os aplicativos de entrega cresceram no país, pois criminosos aproveitam a pressa, a confiança nas marcas conhecidas e a falta de atenção a detalhes para aplicar diferentes tipos de fraudes em poucos minutos.
O que é o golpe do iFood e como ele acontece na prática?
O termo “golpe do iFood” não se refere a um único tipo de fraude, mas a um conjunto de práticas usadas por criminosos para enganar clientes de aplicativos de entrega. A estratégia mais comum envolve criar um cenário de urgência, como atraso na entrega, problema no pagamento, erro no endereço ou necessidade de confirmação de dados.
A partir dessa sensação de pressa, o golpista tenta convencer a vítima a realizar uma ação que permita o roubo de dinheiro ou de dados. Entre as situações mais relatadas estão ligações ou mensagens em que alguém se identifica como funcionário do aplicativo, pedindo para que o cliente informe um código recebido por SMS ou clique em um link fraudulento.
Quais são os principais tipos de golpe do iFood no Brasil?
De forma geral, os golpes ligados a aplicativos de comida seguem alguns padrões bem definidos e se repetem em diferentes cidades brasileiras. No caso específico do golpe do iFood, os criminosos variam principalmente o discurso usado para convencer a pessoa, mantendo a mesma lógica de engano.
É importante conhecer esses modelos mais comuns para identificar sinais de alerta com mais rapidez e evitar prejuízos financeiros. A lista abaixo resume as modalidades de fraude mais relatadas por consumidores e por órgãos de defesa do consumidor:
- Golpe da ligação falsa: alguém liga se passando por suporte do aplicativo, informa um suposto erro no pedido e solicita confirmação de dados pessoais, número de cartão ou código de verificação enviado por SMS ou e-mail.
- Golpe do link por mensagem: o criminoso envia um SMS ou mensagem em aplicativos de conversa com link para “acompanhar o pedido”, “confirmar entrega” ou “receber reembolso”. O link leva a páginas falsas para capturar senhas e dados financeiros.
- Golpe da maquininha adulterada: o golpista se apresenta como entregador, diz que houve falha no pagamento e pede para refazer a operação na maquininha. A tela pode ser manipulada, escondendo o valor real, que muitas vezes é muito maior do que o combinado.
- Golpe de cadastro ou promoção falsa: campanhas não oficiais prometem desconto alto ou benefício em troca de cadastro em sites suspeitos, onde são coletadas informações como CPF, número de cartão e senhas.
Como reconhecer sinais de golpe do iFood?
Reconhecer cedo um possível golpe do iFood exige observar com calma a forma e o canal de contato usado pelo suposto atendente ou entregador. Pequenas incoerências no jeito de falar, nos dados solicitados ou na aparência das telas e links geralmente já indicam que algo está fora do padrão esperado.
A atenção a esses detalhes reduz bastante as chances de cair em uma fraude e permite interromper o contato antes de fornecer dados sensíveis. Alguns sinais costumam se repetir em diferentes casos e servem como um checklist mental para o usuário desconfiar da abordagem.
- Canal oficial: aplicativos legítimos costumam concentrar a comunicação dentro da própria plataforma. Contatos por números desconhecidos, sem registro na agenda ou fora dos canais usuais são sinal de alerta.
- Pedido de senha ou código: nenhuma empresa séria solicita senha de cartão, senha de banco ou código de autenticação de forma ativa. Quando alguém pede esse tipo de dado em ligação ou mensagem, há forte indício de golpe.
- Pressa e ameaça: criminosos costumam usar frases que colocam pressão, como “se não confirmar agora o pedido será cancelado” ou “o cartão será bloqueado”. Situações legítimas permitem que o cliente confira com calma no aplicativo.
- Links estranhos: endereços que não terminam no domínio oficial da empresa, com erros de ortografia ou nomes estranhos, indicam tentativa de phishing, técnica usada para roubo de informações.
- Valores fora do normal: em golpes com maquininha, é comum que o valor digitado seja muito maior do que o combinado. A conferência na tela, antes de aproximar ou inserir o cartão, é um passo essencial.
Quais cuidados tomar ao usar aplicativos de entrega?
Há um conjunto de medidas simples que ajuda a reduzir a exposição ao golpe do iFood e a outras fraudes digitais. Esses cuidados envolvem atenção com dados pessoais, forma de pagamento e modo de interação com entregadores e atendentes, sempre priorizando os canais oficiais.
Essas práticas não eliminam totalmente o risco, mas diminuem bastante as chances de prejuízo financeiro e de uso indevido das informações do usuário. Também contribuem para que o consumidor perceba abordagens estranhas com mais rapidez.
- Centralizar tudo no aplicativo: acompanhar o pedido, fazer reclamações e solicitar suporte diretamente pelo app diminui o contato com intermediários desconhecidos.
- Desconfiar de contatos inesperados: ao receber ligação ou mensagem suspeita, o ideal é encerrar o contato e, em seguida, abrir o aplicativo para verificar se há realmente algum problema registrado.
- Evitar informar dados sensíveis: CPF, número de cartão, código de segurança, senhas e códigos de verificação não devem ser compartilhados por telefone ou mensagem.
- Conferir a maquininha: ao pagar na entrega, é recomendável verificar o valor na tela, o nome da empresa que aparece e pedir comprovante físico ou digital.
- Atualizar aplicativos e sistemas: manter celular e aplicativos atualizados ajuda a reduzir falhas de segurança exploradas por golpistas.
O que fazer se a pessoa cair em um golpe relacionado ao iFood?
Quando a fraude já aconteceu, a agilidade na resposta pode diminuir o impacto financeiro e facilitar a recuperação de valores, quando possível. O primeiro passo costuma ser bloquear imediatamente o cartão usado na transação suspeita, entrando em contato com o banco ou operadora pelos canais oficiais.
Na sequência, é recomendado registrar um relato detalhado no suporte do aplicativo de entregas, informar o ocorrido à polícia e acompanhar regularmente a fatura do cartão, o extrato bancário e o histórico de pedidos. Diante de qualquer movimentação estranha, o contato com o banco, a fintech e o suporte do app deve ser feito o quanto antes.
