Rodar com o veículo sem a manutenção preventiva em dia não é apenas um risco à segurança viária, mas também um golpe direto no bolso. O Código de Trânsito Brasileiro (CTB) é extremamente rígido quanto à conservação dos itens de rodagem, e a fiscalização tem intensificado o olhar sobre pneus desgastados ou com deformações.
Como a infração vai muito além do prejuízo financeiro imediato?
O artigo 230 do CTB classifica como infração grave conduzir o veículo em mau estado de conservação e segurança. Na prática, isso resulta em uma multa de R$ 195,23 e a adição automática de 5 pontos na CNH do condutor.
Além da penalidade monetária, existe o risco real de retenção do veículo. O agente de trânsito pode impedir que o carro siga viagem até que o problema seja sanado, o que, no caso de pneus, exige uma troca emergencial no local ou guincho.
Como saber a hora exata de realizar a troca?
A inspeção visual é simples e deve ser guiada pelo TWI (Tread Wear Indicator), aquelas pequenas elevações de borracha situadas dentro dos sulcos do pneu. Se a banda de rodagem atingir o mesmo nível dessa marcação, significa que a profundidade mínima de segurança foi ultrapassada.
A lei exige que os sulcos tenham, no mínimo, 1,6 milímetros de profundidade. Abaixo disso, o pneu é considerado “careca”, perdendo drasticamente a capacidade de drenar água e aumentando as chances de aquaplanagem em dias chuvosos.
O desalinhamento acelera o desgaste e o prejuízo
Muitas vezes, o pneu chega ao fim da vida útil prematuramente por falta de alinhamento e balanceamento. Quando a geometria da suspensão está “desregulada”, a borracha toca o solo de maneira desigual, desgastando muito mais um lado do que o outro.
Esse desgaste irregular também é passível de multa, pois compromete a estabilidade do carro. Sentir a direção vibrar ou o volante puxar para um dos lados são sinais claros de que você está literalmente lixando seu dinheiro no asfalto.
Mantenha uma rotina de cuidados para evitar surpresas em blitz:
- Calibragem semanal: Pneus murchos aumentam o consumo de combustível e aceleram a deterioração das bordas.
- Rodízio periódico: Trocar as posições a cada 10.000 km equilibra o desgaste entre os eixos dianteiro e traseiro.
- Inspeção de danos: Verifique regularmente a existência de bolhas, cortes ou objetos presos na banda de rodagem.
Quais os riscos ocultos de ignorar a manutenção?
Além da multa, rodar com pneus lisos aumenta a distância de frenagem em metros que podem ser decisivos para evitar uma colisão. A aderência em curvas também é severamente reduzida, colocando a vida de todos os ocupantes em perigo iminente.
Outro ponto pouco discutido é a postura das seguradoras. Em caso de acidente, a empresa pode se recusar a pagar a indenização se a perícia comprovar que os pneus do veículo estavam abaixo do limite legal, caracterizando negligência do proprietário.
Antes de pegar a estrada ou sair para o trabalho amanhã, faça um check-up rápido nos sulcos dos seus pneus e evite dores de cabeça.
Pontos cruciais para rodar dentro da lei
Garanta sua segurança e evite penalidades observando estes detalhes.
- Limite técnico: Respeite a marca do TWI (1,6mm); atingiu o indicador, a troca é obrigatória.
- Penalidade severa: A multa de quase R$ 200 vem acompanhada de 5 pontos e possível guincho.
- Economia inteligente: Manter o carro alinhado impede que você perca um jogo de pneus novos em poucos meses.