O viaduto de Chaperó, em Itaguaí (RJ), despontou como uma das principais intervenções viárias do município para enfrentar um problema antigo: a travessia de linhas férreas em áreas densamente povoadas. Com cerca de 540 metros de extensão projetados sobre a malha ferroviária, a estrutura pretende ligar de forma mais direta bairros como Ibirapitanga, Jardim Primavera e Chaperó, reduzindo o risco de acidentes em cruzamentos de nível e reorganizando o fluxo local em sintonia com o crescimento populacional da região.
O que está sendo construído no viaduto de Chaperó em Itaguaí?
A iniciativa resulta de parceria entre Prefeitura de Itaguaí, MRS Logística e Governo Federal, em modelo que divide responsabilidades técnicas e institucionais. Até 2025, o estágio mais avançado é o de estudos e sondagens de solo, etapa essencial para definir fundações, altura e ajustes que não interfiram na operação ferroviária.
O empreendimento tem sido confundido com um “anel viário” completo, associado a cifras de R$ 250 milhões, mas o que está em pauta é um viaduto sobre linhas férreas. Trata-se de uma obra pontual focada em um gargalo logístico específico, e não em um contorno rodoviário extenso envolvendo toda a cidade.
Quais são as principais características técnicas do viaduto?
O viaduto concentra suas características em três aspectos: comprimento, altura e rampas de acesso. A extensão aproximada de 540 metros permitirá ultrapassar múltiplas linhas de trem de carga de uma só vez, com altura máxima estimada em cerca de 12 metros, garantindo a passagem segura de composições ferroviárias.
Além da passagem de veículos, a proposta inclui faixas exclusivas para pedestres e ciclistas, com ciclovia e passarelas laterais. A inclinação projetada nas rampas, em torno de 8%, busca equilibrar conforto para veículos, acessibilidade para pedestres e atendimento às normas de engenharia vigentes.
Como está o andamento do projeto e quais são os desafios?
Em 2025, o projeto do viaduto de Chaperó caminha para a conclusão das sondagens de solo e finalização do projeto executivo. Essas etapas antecedem fundações profundas, montagem de pilares, vigas e tabuleiro, com previsão de execução em fases para minimizar impactos na malha urbana e na ferrovia ativa.
O traçado dialoga com redes de energia, água e combustíveis, exigindo realocação de adutoras e postes em determinados trechos. Para organizar esse processo, a implantação demanda coordenação em vários níveis, envolvendo poder público, operadora ferroviária, concessionárias e órgãos licenciadores:
- Aprovação técnica junto à MRS e órgãos reguladores federais.
- Remanejamento de redes de serviços públicos na área de influência.
- Planejamento de janelas de trabalho sem interromper o transporte de cargas.
- Execução das fundações e estrutura elevada com monitoramento constante.
- Instalação de sinalização, iluminação e dispositivos de segurança.
Quais benefícios o viaduto de Chaperó traz para a mobilidade?
O benefício mais evidente é a redução das esperas em cancelas ferroviárias, que hoje geram filas prolongadas de veículos e pedestres em horários de maior movimentação. Com a transposição em desnível, a circulação tende a ficar mais previsível, reduzindo travamentos e melhorando a fluidez para o transporte público.
A segurança viária também é central, pois cruzamentos rodovia–ferrovia são trechos historicamente críticos. Ao concentrar passagens em estrutura elevada com defensas, guarda-corpos e iluminação, diminuem-se riscos de colisões e atropelamentos, além de favorecer o acesso diário a escolas, unidades de saúde e comércio local.
Como o viaduto de Chaperó se integra ao sistema viário de Itaguaí?
O viaduto não atua de forma isolada: ele complementa ajustes na malha rodoviária municipal e dialoga com corredores regionais, como o Arco Metropolitano e os acessos ao Porto de Itaguaí. Essa travessia segura sobre os trilhos ajuda a organizar o fluxo interno entre bairros e a conexão com rodovias que cortam a cidade.
A expectativa é que Prefeitura e órgãos federais detalhem custos, prazos e etapas à medida que o projeto avance, reforçando a transparência. Combinando recursos públicos e investimento privado ligado à ferrovia, o viaduto se consolida como exemplo de cooperação para reduzir conflitos entre cidade e trilhos e valorizar áreas hoje isoladas pelas linhas férreas.