O novo pacote de tarifas anunciado pelo México sobre produtos importados de países como Brasil e China passou a ser visto como um dos movimentos mais relevantes da política comercial da região nos últimos anos. As alíquotas podem chegar a 50% e devem atingir diretamente setores como metalurgia, indústria automotiva, têxtil e de eletrodomésticos, gerando atenção de governos, empresas e analistas econômicos. A medida já provoca reações diplomáticas e abre espaço para discussões sobre protecionismo e redesenho de cadeias globais de produção, sobretudo na relação com o Brasil.
Qual é o impacto das novas tarifas do México?
O ponto central dessa notícia é o efeito da decisão mexicana sobre o comércio internacional e, em particular, sobre exportadores brasileiros. Com início previsto para janeiro de 2026, o novo esquema tarifário altera o custo de entrada de milhares de produtos no mercado mexicano e pode redesenhar rotas de exportação regionais.
A política, apresentada pelo governo de Claudia Sheinbaum como forma de fortalecer a indústria nacional, ocorre em um cenário de pressões externas e renegociações de acordos na América do Norte. Nesse contexto, o México tenta equilibrar interesses domésticos, compromissos com o T-MEC e sua posição em cadeias globais de valor.
O que muda na prática com as tarifas do México para Brasil e China?
O Congresso mexicano aprovou uma estrutura tarifária em que a cobrança mínima será de 35% sobre cerca de 1,4 mil produtos provenientes de 12 países sem acordos comerciais com o México. Em alguns casos, a taxa poderá chegar a 50%, afetando principalmente a China, mas também colocando o Brasil em condição menos competitiva frente a parceiros preferenciais.
Entre os itens atingidos estão metais, automóveis, roupas e eletrodomésticos, segmentos altamente integrados a cadeias globais de valor. Com tarifas mais altas, produtos importados tendem a encarecer, abrindo espaço para a indústria local, mas também elevando custos para empresas mexicanas que dependem de insumos estrangeiros para exportar, sobretudo aos Estados Unidos.
Por que o México decidiu elevar tarifas de importação para até 50%?
A adoção de tarifas elevadas ocorre em um contexto de pressões externas e reconfiguração de acordos comerciais, inclusive com os Estados Unidos. O governo mexicano se prepara para a revisão do T-MEC e busca maior autonomia em sua política industrial, alinhando-se parcialmente a agendas de ‘nearshoring’ e segurança de suprimentos.
Ao encarecer importações de países sem acordos preferenciais, o México tenta favorecer o desenvolvimento de sua base produtiva e ganhar margem de negociação geopolítica. O aumento tarifário sobre China, Brasil, Índia, Rússia e Coreia do Sul também sinaliza disposição de usar a política comercial como instrumento de barganha com parceiros tradicionais e emergentes.
Quais países e setores tendem a ser mais afetados?
Além de Brasil e China, a lista inclui Coreia do Sul, Índia, Indonésia, Rússia, Tailândia e Turquia, países que não possuem acordo de livre comércio com o México. A amplitude da lista e o número de produtos envolvidos indicam impacto relevante para exportadores que utilizam o mercado mexicano como destino final ou ponte para a América do Norte.
Os segmentos mais sensíveis à mudança são diversificados e se conectam diretamente à competitividade de cadeias produtivas instaladas no México, o que ajuda a explicar as reações de empresas multinacionais e governos estrangeiros:
- Metais e siderurgia: chapas de aço, alumínio e outros insumos metálicos usados pela indústria mexicana;
- Indústria automotiva: veículos acabados e autopeças em um polo exportador para os Estados Unidos e Canadá;
- Têxtil e vestuário: roupas e tecidos que disputam espaço com produção local e de parceiros preferenciais;
- Eletrodomésticos e eletrônicos: itens de consumo e componentes para montagem em território mexicano.
FAQ sobre novas tarifas do México
- Quem é o responsável pela implementação desta nova política de tarifas no México? A política foi apresentada pelo governo de Claudia Sheinbaum e a estrutura tarifária foi aprovada pelo Congresso mexicano.
- Qual é a data prevista para o início da aplicação do novo esquema tarifário? A aplicação do novo esquema tarifário está prevista para começar em janeiro de 2026.
- Qual é o valor mínimo da cobrança tarifária que será aplicada aos produtos dos países sem acordos comerciais? A cobrança mínima estabelecida será de 35% sobre os produtos provenientes dos 12 países sem acordos comerciais com o México.