O relatório final sobre o incidente com o avião de Alok em Juiz de Fora, ocorrido em 20 de maio de 2018, trouxe detalhes que ajudam a entender por que a aeronave saiu da pista durante a decolagem. O documento do Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa) indica que o jato executivo Cessna 560XL, prefixo PR-AAA, de propriedade do DJ, ultrapassou o peso máximo permitido e teve a decolagem abortada tardiamente. Apesar do susto, as nove pessoas a bordo não sofreram ferimentos.
Como a investigação explica o incidente com o avião de Alok?
Segundo o Cenipa, o avião de Alok tentou decolar com aproximadamente 9.247 kg, cerca de 175 kg acima do limite de 9.072 kg especificado pelo fabricante para o modelo Cessna 560XL. Esse excesso de peso, combinado com falhas de planejamento do voo e uma decisão tardia de interromper a decolagem, foi apontado como fator central para o incidente em Juiz de Fora.
Durante a corrida de decolagem, a luz de aviso “NO TAKEOFF” acendeu duas vezes no painel da cabine, indicando que a aeronave não estava configurada adequadamente para uma decolagem segura. Mesmo com o alerta, os pilotos prosseguiram até próximo da velocidade de rotação (VR) e só então decidiram abortar o procedimento, quando a velocidade já era alta demais para uma parada dentro dos limites da pista do Aeroporto da Serrinha.
Por que o avião de Alok saiu da pista na decolagem?
Ao interromper a decolagem tardiamente, com a aeronave pesada e em alta velocidade, a pista não foi suficiente para a desaceleração completa, e o avião ultrapassou o final, parando em uma ribanceira. A investigação concluiu que a combinação entre peso acima do permitido, reação tardia à luz “NO TAKEOFF” e falhas na coordenação da cabine criou um cenário de risco elevado.
Outro ponto destacado foi o histórico do alerta: o mesmo aviso havia aparecido no dia anterior, em outra decolagem, sem consequências aparentes. Isso pode ter levado os pilotos a acreditar que se tratava de um mau contato, adotando uma postura de confiança excessiva no sistema. O Cenipa classificou essa atitude como complacência operacional, por não tratar o aviso como um sinal crítico de segurança.
Quais as falhas de planejamento e comunicação?
O relatório também detalha o que ocorreu antes da decolagem. A bordo estavam dois pilotos e sete passageiros, sendo que três deles embarcaram sem coordenação prévia com a tripulação. Essa inclusão de passageiros extras não foi registrada no sistema de gerenciamento de voo (FMS), usado para cálculos de peso, balanceamento e desempenho, fazendo com que os pilotos acreditassem que o jato estava dentro do limite de peso.
Os investigadores apontaram uma sequência de falhas operacionais e de gestão que permitiram que o voo fosse iniciado fora dos parâmetros estabelecidos pelo fabricante. Para esclarecer essas fragilidades, o relatório enumerou fatores que influenciaram diretamente o incidente:
- Falhas de comunicação entre o operador e a tripulação;
- Planejamento inadequado do voo, sem atualização completa dos dados;
- Ausência de procedimentos claros para situações de emergência na cabine;
- Subestimação do alerta “NO TAKEOFF” devido à ocorrência anterior sem efeitos aparentes.
Como foi o desfecho para Alok e sua equipe?
Logo após o avião sair da pista em Juiz de Fora, a informação se espalhou rapidamente pelas redes sociais. Alok divulgou imagens da aeronave e relatou que todos haviam saído ilesos, enfatizando que o grupo passou por um grande susto e que o voo para Belém (PA), onde haveria um show, foi cancelado.
Sem condições de seguir viagem pelo ar, a equipe optou por alugar um carro para deixar a cidade. O relatório não detalha impactos contratuais, mas registra que a apresentação prevista em Belém não foi realizada. A assessoria do artista foi procurada após a divulgação do relatório, porém não havia resposta oficial até a última atualização da matéria que serviu de base para este artigo. Para o setor aéreo, o caso reforça a importância de respeitar rigorosamente os limites de peso, registrar qualquer alteração de passageiros e carga e tratar cada alerta emitido pelos sistemas de bordo como potencialmente crítico. O peso acima do máximo aumenta a distância necessária tanto para alcançar a velocidade de rotação quanto para interromper a corrida de decolagem com segurança.
FAQ sobre acidente com avião de Alok
- 1. O que acontece quando um avião tenta decolar acima do peso máximo permitido? O excesso de peso aumenta a distância necessária para decolar ou frear com segurança, reduz o desempenho da aeronave e amplia o risco de perda de controle durante manobras críticas, como uma rejeição de decolagem.
- 2. Por que o aviso “NO TAKEOFF” é considerado tão crítico? Porque ele indica que algum item essencial para a decolagem, como configuração de flaps, spoilers ou outros sistemas, não está ajustado corretamente. Ignorar esse alerta compromete diretamente a segurança operacional.
- 3. Como investigações como a do Cenipa ajudam a prevenir novos incidentes? Elas identificam falhas de operação, de gestão e de treinamento, recomendando melhorias para operadores, pilotos e fabricantes. Esses relatórios são usados para ajustar protocolos e reforçar práticas de segurança em toda a aviação.