O impasse em torno da possível candidatura de Sergio Moro ao governo do Paraná em 2026 ganhou novo capítulo com a decisão do Progressistas (PP) de não apoiar o senador, anunciada nesta segunda-feira (8/12) pelo deputado federal Ricardo Barros em reunião em Curitiba, com a presença do presidente nacional do partido, Ciro Nogueira, ampliando a incerteza sobre o futuro político de Moro dentro da federação formada com o União Brasil.
Como o PP freou a candidatura de Sergio Moro no Paraná?
De acordo com Ricardo Barros, o diretório do PP no Paraná decidiu, de forma unânime, não homologar a candidatura de Sergio Moro ao governo estadual em 2026, mesmo com o ex-juiz em posição de destaque nas pesquisas de intenção de voto.
Barros afirmou que, se quiser disputar o cargo, Moro terá de buscar outra sigla ou arranjo que lhe garanta legenda, já que, dentro da federação, não haveria condições de registrar sua candidatura. Nos bastidores, líderes apontam que o veto também reflete resistências antigas à atuação de Moro na Lava Jato.
Como Sergio Moro ficou isolado dentro do PP no Paraná?
O relato de Ricardo Barros indica que Moro tentou construir apoio entre lideranças locais do Progressistas, sem sucesso. A presidente estadual do PP, Maria Victoria, teria solicitado que todos recebessem o senador para conversas, o que ocorreu, mas as negociações não avançaram em direção a um consenso.
O quadro mostra um isolamento político de Moro dentro do PP paranaense, apesar de sua visibilidade nacional e do desempenho em pesquisas. Para dirigentes locais, a presença do ex-juiz poderia tensionar alianças com o governo Ratinho Junior e fragmentar a base de centro-direita no estado.
Como funciona a federação União Progressistas?
A decisão do PP ocorre em meio à tentativa de consolidação da federação União Progressistas, formada por Progressistas e União Brasil, o partido de Sergio Moro. O pedido foi protocolado no TSE, mas ainda depende de homologação, o que mantém abertas alternativas de reconfiguração até o prazo eleitoral.
Na prática, a federação obriga as siglas a atuarem juntas por vários anos, inclusive na definição de candidaturas. Esse vínculo torna o veto do PP a Moro um foco de conflito interno, pois interfere tanto na estratégia estadual quanto em negociações nacionais para 2026.
O que dizem Ciro Nogueira e Antônio Rueda sobre Sergio Moro?
Ciro Nogueira declarou que respeitará a posição do diretório do Paraná, mesmo que isso coloque em risco a própria federação. Ele classificou Moro como um “grande nome” e reconheceu que o senador lidera levantamentos no estado, mas avisou que não pretende confrontar a decisão local.
Do lado do União Brasil, o presidente nacional Antônio Rueda divulgou nota afirmando que insistirá na homologação da candidatura de Moro e criticando o que chamou de “vetos arbitrários”. Ainda assim, ele sinalizou disposição para negociar com o Progressistas e evitar a ruptura do arranjo federativo. Veja a nota:
Quais são os cenários possíveis para Sergio Moro até 2026
Com o PP barrando Sergio Moro na federação, alguns cenários ganham força. Um deles é a busca do senador por outra legenda que lhe garanta espaço para disputar o governo do Paraná. Outro é uma reacomodação interna, caso União Brasil e Progressistas cheguem a um acordo político que redesenhe a estratégia eleitoral.
Diante desse quadro, analistas apontam os principais caminhos que podem definir o futuro político de Moro e o equilíbrio de forças na centro-direita paranaense:
- Saída de Moro do União Brasil para outro partido que aceite lançar sua candidatura em 2026.
- Revisão do veto dentro da federação, com concessões recíprocas entre PP e União Brasil.
- Fracasso da federação União Progressistas, mantendo as siglas independentes no Paraná.
- Manutenção de Moro no Senado, adiando projeto de disputa ao governo estadual.
FAQ sobre Sergio Moro
- Quem é o favorito hoje para a sucessão de Ratinho Junior? Entre os nomes do PSD, o secretário Guto Silva é apontado como favorito, mas Alexandre Curi e Rafael Greca também são citados como alternativas.
- A federação União Progressistas já está valendo? Não. O pedido de formação da federação entre União Brasil e Progressistas foi apresentado ao TSE, mas ainda precisa de homologação da Justiça Eleitoral.
- Sergio Moro pode mudar de partido para concorrer? Pode, desde que respeite as regras eleitorais e prazos de desfiliação e filiação partidária válidos para candidaturas em 2026.
- O veto do PP impede Moro de disputar qualquer cargo? O veto atinge especificamente a candidatura ao governo do Paraná dentro da federação. Outras possibilidades dependem de acordos partidários e da definição do quadro eleitoral.