A decisão da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) de determinar a apreensão de lotes de café e suplementos alimentares reacende o debate sobre a segurança de alimentos no Brasil em 2025. A medida atinge diretamente o Café Torrado e Moído Extraforte e Tradicional da marca Câmara, além de produtos da Axis Nutrition e do suplemento Whey Isomix Definition, ligado à marca Proteus. As ações envolvem desde origem desconhecida de fabricação até falhas graves em boas práticas sanitárias.
Qual é o foco da Anvisa sobre segurança de alimentos e suplementos em 2025?
No caso do café da marca Câmara, a origem da fabricação não pôde ser confirmada de maneira satisfatória pelas autoridades estaduais do Rio de Janeiro, o que já caracteriza um risco potencial ao consumidor.
Além disso, o laudo do Lacen/RJ indicou a presença de um corpo estranho semelhante a vidro em um lote específico, o que levou o órgão regulador a estender a proibição a todos os lotes do café extraforte e tradicional. Situações como essa reforçam a importância da rastreabilidade, da inspeção contínua e do monitoramento laboratorial dos alimentos ofertados no mercado.
O que caracteriza um produto irregular para a Anvisa?
De acordo com a atuação da agência, um produto irregular é aquele que não cumpre requisitos sanitários, legais ou de rotulagem que permitam comprovar sua qualidade, segurança e eficácia. Isso inclui desde a origem desconhecida do fabricante até a indicação de empresas que não estão devidamente regularizadas nos cadastros oficiais.
No contexto dos suplementos alimentares, a falta de rastreabilidade de matérias-primas, a ausência de controle de qualidade e a inexistência de estudos de estabilidade dos produtos terminados impedem assegurar se o conteúdo corresponde ao descrito no rótulo. Nesses casos, a Anvisa adota medidas como suspensão de fabricação e recolhimento de lotes já distribuídos, classificando esses itens como produtos irregulares.
- Origem desconhecida ou não comprovada do fabricante.
- Empresas sem regularização sanitária adequada.
- Presença de objetos estranhos em alimentos e bebidas.
- Falta de responsável técnico legalmente habilitado.
- Ausência de registros e rastreabilidade na produção.
Por que o recolhimento de café e suplementos foi determinado?
O recolhimento do café torrado e moído da marca Câmara foi motivado pela indicação, na embalagem, de empresas irregulares perante os órgãos de vigilância e pela comprovação laboratorial de fragmentos semelhantes a vidro em um dos lotes. Diante desse cenário, a Anvisa concluiu que não havia condições mínimas para considerar o produto seguro, estendendo a proibição a todos os lotes, bem como à fabricação e à propaganda.
Já no caso da Axis Nutrition, a inspeção sanitária realizada entre 15 e 17 de setembro identificou falhas em pontos essenciais, como ausência de responsável técnico, controle inadequado da água e falta de registros de produção. No suplemento Whey Isomix Definition, ligado à marca Proteus, o problema envolveu a indicação, no rótulo, de uma empresa que não mantinha relação com o produto, o que motivou a determinação de apreensão de todos os lotes.
Como denunciar produtos irregulares e qual a importância dessa participação?
A Anvisa estimula que a população colabore na identificação de produtos irregulares, especialmente quando houver suspeita de falsificação, rótulo duvidoso, empresa desconhecida ou qualquer característica incomum. As denúncias podem ser encaminhadas à Ouvidoria da agência ou à Central de Atendimento, pelo telefone 0800 642 9782, contribuindo para respostas mais rápidas dos órgãos de fiscalização.
Esse tipo de participação social fortalece o sistema de vigilância sanitária, permitindo que casos como o do café com fragmentos de vidro ou de suplementos com fabricação questionável sejam identificados com mais agilidade. O monitoramento contínuo reduz a circulação de itens sem comprovação de qualidade e reforça o papel das normas sanitárias na proteção da saúde pública e na transparência das informações oferecidas ao consumidor.
