O mercado automotivo brasileiro passa por um período de correção de preços, e a desvalorização dos carros usados atingiu níveis expressivos em categorias específicas ao longo de 2025. Se para quem vende o cenário acende um sinal de alerta, para quem pretende comprar um seminovo essa oscilação pode abrir a chance de levar um veículo superior pagando menos do que a média histórica.
O efeito da “guerra dos elétricos” do Kwid E-Tech entre os carros usados
A chegada competitiva de montadoras chinesas ao país causou um efeito dominó no segmento de entrada dos eletrificados. O Renault Kwid E-Tech, que teve seu preço de lançamento acima de R$ 140 mil, viu o valor do modelo zero quilômetro ser reajustado para tentar competir com rivais como o BYD Dolphin Mini.
Essa redução no valor do novo impactou significativamente o preço das unidades usadas na Tabela Fipe. Quem comprou o modelo no lançamento enfrenta hoje uma desvalorização acentuada, tornando-o uma opção acessível, porém volátil, para quem busca mobilidade elétrica urbana.
A fama de consumo alto ainda afeta o Jeep Renegade 1.8 entre carros usados?
Mesmo sendo um sucesso de vendas histórico, as versões antigas do Jeep Renegade equipadas com o motor 1.8 Flex sofrem com a preferência do público pelos novos motores turbo. A fama de consumo elevado e desempenho modesto faz com que a procura por essa motorização específica diminua.
Essa migração de interesse gera uma oferta abundante das versões 1.8 nas lojas de revenda. Com muitos vendedores tentando negociar o carro ao mesmo tempo, as cotações tendem a cair, gerando oportunidades de compra para quem roda pouco e prioriza a robustez da marca.
Confira o perfil de quem pode se beneficiar desse cenário de mercado:
- Caçadores de elétricos: Quem quer um segundo carro para a cidade pode encontrar preços atrativos em um Kwid elétrico seminovo.
- Fãs de conforto: O C4 Cactus oferece motor turbo (na versão Shine) e conforto de suspensão por um valor competitivo.
- Uso urbano leve: O Renegade 1.8 entrega status e segurança por um preço inferior à média dos SUVs compactos.
Por que o Citroën C4 Cactus perde valor no mercado?
O Citroën C4 Cactus apresenta uma tendência de queda influenciada pela própria estratégia de vendas da montadora. A prática de descontos agressivos e vendas diretas constantes para o modelo zero quilômetro acaba pressionando o valor do seminovo para baixo.
Além disso, o projeto enfrenta a concorrência de modelos mais recentes, como Fiat Pulse ou VW Nivus. Essa percepção de mercado faz com que a liquidez do modelo seja menor, exigindo preços mais atrativos para girar o estoque frente aos rivais do segmento.
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Como analisar a liquidez antes da troca?
Para fazer um bom negócio, é fundamental consultar a Tabela Fipe e analisar o histórico de desvalorização do veículo nos últimos 12 meses. Carros que sofrem muitas alterações de preço na concessionária ou que possuem gerações novas recém-lançadas tendem a apresentar maior variação negativa.
Monitore o comportamento do mercado e evite comprar no “calor do momento” de um lançamento, quando o ágio costuma inflar o valor que, naturalmente, sofrerá correção tempo depois.