Advogados do ex-presidente Jair Bolsonaro apresentaram ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), um pedido de autorização para a realização urgente de uma cirurgia de hérnia inguinal bilateral. O ex-chefe do Executivo está preso na Superintendência da Polícia Federal (PF) em Brasília desde 22 de novembro e, segundo a defesa, o procedimento não pode ser feito em ambiente prisional, exigindo internação em hospital com estrutura completa.
Como foi feito o pedido para cirurgia de Bolsonaro?
O pedido foi protocolado após exames de ultrassonografia realizados na cela neste domingo (14/12), com a entrada de um médico autorizado por Moraes. O relatório encaminhado à Corte identificou duas hérnias na região inguinal, com indicação de intervenção imediata sob risco de agravamento do quadro clínico em caso de adiamento.
No documento ao Supremo, a defesa destaca que a cirurgia de herniorrafia inguinal bilateral é considerada de máxima urgência. O médico responsável, Dr. Claudio Birolini, aponta necessidade de internação no Hospital DF Star, em Brasília, com anestesia geral e permanência estimada entre cinco e sete dias.
O que é a hérnia inguinal e quais são os riscos do atraso no tratamento?
A hérnia inguinal envolve o deslocamento de parte do intestino ou tecido abdominal por uma abertura na região da virilha. Costuma provocar inchaço local, dor ou desconforto, especialmente em esforços físicos, tosse intensa ou longos períodos em pé, sendo a correção definitiva frequentemente cirúrgica.
No caso de hérnia inguinal bilateral, a herniorrafia reposiciona o conteúdo abdominal e reforça a parede enfraquecida, geralmente com uso de tela cirúrgica. Para tornar mais claro o quadro clínico, seguem os principais pontos médicos descritos pela equipe:
- Sintomas comuns: inchaço na virilha, dor ao esforço e sensação de peso local.
- Riscos do atraso: possibilidade de encarceramento da hérnia e comprometimento da circulação do intestino.
- Tratamento usual: cirurgia eletiva ou de urgência, conforme a gravidade e a presença de dor intensa.
Por que a defesa insiste na concessão de prisão domiciliar humanitária?
Além da autorização para a cirurgia, os advogados renovaram o pedido de prisão domiciliar humanitária. Alegam que a necessidade atual, objetiva e comprovada de tratamento cirúrgico em ambiente hospitalar reforça que Bolsonaro não deveria permanecer em cela comum enquanto enfrenta quadro considerado delicado pela equipe médica.
A defesa sustenta que não se trata de hipótese abstrata, mas de demanda médica presente, que exige planejamento de internação, pós-operatório e possível fisioterapia motora. Argumenta ainda que a permanência em hospital, pelo tempo necessário, seria indispensável à recuperação adequada e compatível com os direitos de pessoas privadas de liberdade.
Qual é o contexto jurídico da prisão de Jair Bolsonaro?
Bolsonaro está detido na Superintendência da PF em Brasília desde 22 de novembro, inicialmente em prisão preventiva ligada a investigações sobre vigília e tornozeleira eletrônica. Em 25 de novembro, após o trânsito em julgado de processo sobre a chamada trama golpista, passou a cumprir pena em regime fechado por decisão do STF.
Nesse cenário, temas de saúde impactam diretamente a forma de cumprimento da pena. Cabe ao relator, ministro Alexandre de Moraes, decidir sobre a saída para o hospital, o tempo de internação e eventuais ajustes temporários no regime, com base em laudos médicos, perícias oficiais e normas legais sobre assistência a presos.
FAQ sobre a saúde de Bolsonaro
- Onde Bolsonaro está preso? Superintendência da PF, em Brasília.
- Qual hospital foi indicado? Hospital DF Star, também em Brasília.
- Tempo estimado de internação: entre 5 e 7 dias, segundo a defesa.
- Quem decide sobre a cirurgia e regime de prisão? O ministro Alexandre de Moraes, no âmbito do STF.
