O movimento do chamado Centrão em direção às eleições presidenciais de 2026 começa a ganhar forma com mais clareza. Em reunião realizada na noite de segunda-feira (15/12), os presidentes de PP, União Brasil, Republicanos e PSD discutiram cenários e nomes para disputar o Planalto, avaliando resistências internas, espaço para alternativas moderadas na direita e o impacto da rejeição ao presidente Lula na definição de uma candidatura competitiva.
Como o Centrão está se movimentando para 2026?
De acordo com relatos de interlocutores, o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, desponta como o preferido do bloco partidário. Ainda assim, as siglas decidiram adotar cautela e estender o processo de decisão até o fim de janeiro, acompanhando pesquisas e o cenário nacional.
Nesse intervalo, segue em avaliação o nome do governador do Paraná, Ratinho Jr., visto como outra opção viável para ocupar a mesma faixa de eleitores. A escolha dependerá da capacidade de cada um se viabilizar nacionalmente, manter boa avaliação em seus estados e aceitar rearranjos regionais e partidários necessários a uma candidatura presidencial.
Qual é a estratégia ao priorizar Tarcísio ou Ratinho Jr.?
A movimentação em torno de Tarcísio de Freitas ou Ratinho Jr. está ligada à leitura de que o país vive um período de distensionamento, com parte do eleitorado cansada de embates ideológicos permanentes. Nesse contexto, ganha força uma candidatura com imagem técnica, pragmática e moderada, capaz de oferecer previsibilidade institucional.
O grupo busca alguém apto a dialogar com a base conservadora que apoiou Jair Bolsonaro, mas sem reproduzir o mesmo grau de polarização. Tanto Tarcísio quanto Ratinho Jr. são vistos como figuras que transitam entre o bolsonarismo e setores mais tradicionais da política, com possibilidade de construir pontes com o empresariado e com partidos de centro e centro-direita.
Por que há resistência à candidatura de Flávio Bolsonaro?
Nas cúpulas de PP, União Brasil, Republicanos e PSD, o nome de Flávio Bolsonaro enfrenta obstáculos relevantes dentro do próprio campo de direita. A resistência decorre da forte associação ao legado do governo Jair Bolsonaro e do temor de reacender, com intensidade, a polarização que marcou as eleições de 2018 e 2022.
Dirigentes avaliam que uma candidatura de Flávio estreitaria o espaço de negociação do Centrão com o mercado e com partidos que ainda definem sua posição para 2026. A presença de um Bolsonaro na cabeça de chapa poderia mobilizar fortemente apoiadores e críticos, mas reduzir a margem para conquistar o eleitorado que busca uma alternativa mais moderada e focada em gestão.
Quais critérios orientam a escolha entre Tarcísio e Ratinho Jr.?
A decisão final sobre apoiar Tarcísio ou Ratinho Jr. está prevista, segundo as legendas, para o fim de janeiro. Até lá, os presidentes de PP, União Brasil, Republicanos e PSD pretendem acompanhar pesquisas nacionais, desempenho administrativo e a capacidade de articulação política de cada governador.
Dentro desse acompanhamento, alguns critérios são considerados centrais para medir o potencial de competitividade e de construção de alianças mais amplas em 2026:
- Nível de rejeição em cenários nacionais, comparado a outros possíveis concorrentes.
- Capacidade de articulação com partidos de centro e centro-direita fora do núcleo original do Centrão.
- Desempenho administrativo percebido pelos eleitores em São Paulo e no Paraná.
- Viabilidade de palanques regionais fortes no Sudeste, no Sul e em cidades médias do interior.
FAQ sobre Centrão, Tarcísio e Ratinho JR.
- O Centrão pretende lançar candidatura própria ou apoiar um nome de fora do bloco? A prioridade é construir uma candidatura alinhada ao grupo, mas não está descartado apoiar um nome externo caso isso aumente as chances de vitória e amplie alianças.
- Como a relação com Lula influencia a estratégia do Centrão para 2026? A rejeição ao presidente é monitorada como termômetro eleitoral e pode abrir espaço para uma candidatura alternativa de centro-direita com menor desgaste político.
- Há risco de racha interno no Centrão com a escolha do candidato? Sim. As lideranças tentam evitar divisões prolongando a decisão e buscando consenso para reduzir deserções e preservar a unidade do bloco.