A apreensão de um lote de cosmético pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) costuma despertar dúvidas sobre segurança, falsificação e providências a tomar. No caso do Shampoo Marroquina Força e Brilho Step 2, da marca Beauty Hair.com, a determinação de recolhimento em todo o território nacional envolveu um produto considerado falsificado e com resultado insatisfatório em análise de qualidade, ilustrando como funciona o controle sanitário de cosméticos no Brasil e os riscos do uso de itens irregulares.
O que motivou a apreensão do Shampoo Marroquina Força e Brilho?
No episódio envolvendo o Shampoo Marroquina Força e Brilho Step 2, lote 01700514, a Anvisa determinou a apreensão e inutilização do produto em todo o país. A validade indicada era até outubro de 2015, mas a medida ganhou destaque porque a empresa detentora do registro, Luso I Ind. e Com. de Cosméticos Ltda, declarou não reconhecer esse lote, caracterizando-o como falsificado e fora dos controles oficiais.
A ação foi tomada após Laudo de Análise Fiscal do Instituto Nacional de Controle de Qualidade em Saúde (INCQS/Fiocruz) apontar resultado insatisfatório no ensaio de determinação de pH. Um pH fora da faixa recomendada pode causar irritações na pele e no couro cabeludo, além de indicar falhas na formulação ou adulteração. A resolução foi publicada no Diário Oficial, conferindo validade jurídica à decisão e orientando a atuação dos órgãos locais de vigilância sanitária.
Quais são os riscos da falsificação de cosméticos para a saúde?
A falsificação de cosméticos, como o shampoo citado, representa um problema de saúde pública, pois produtos irregulares podem conter substâncias em concentrações inadequadas ou matérias-primas de baixa qualidade. No caso do Shampoo Marroquina Força e Brilho falsificado, a combinação entre lote não reconhecido e pH inadequado acendeu um alerta para as autoridades sanitárias, devido ao potencial de causar danos imediatos e cumulativos.
Entre os riscos associados ao uso de produtos capilares falsificados ou irregulares, destacam-se problemas que afetam diretamente o couro cabeludo e a segurança do consumidor:
- Irritação do couro cabeludo, coceira, vermelhidão e sensação de ardência;
- Ressecamento intenso, quebra ou queda de cabelo, dependendo da formulação;
- Reações alérgicas em pessoas sensíveis a determinados componentes;
- Ausência de garantia sobre higiene, conservação, transporte e armazenamento;
- Dificuldade de rastrear a origem, o processo produtivo e os responsáveis técnicos.
Como o consumidor pode identificar possíveis shampoos falsificados?
Embora não exista método único e infalível para reconhecer um shampoo falsificado, alguns cuidados reduzem o risco de adquirir produtos irregulares. A orientação geral é priorizar canais de venda confiáveis, exigir nota fiscal e verificar atentamente as informações presentes na embalagem, especialmente em produtos com preço muito abaixo do praticado no mercado.
Alguns pontos de atenção ajudam a avaliar a regularidade do cosmético e a identificar sinais de falsificação ou adulteração:
- Rótulo e embalagem: observar erros de ortografia, impressão borrada, cortes irregulares e diferenças de cor em relação a embalagens conhecidas da mesma marca.
- Lote e validade: conferir se há número de lote legível e data de validade clara; produtos vencidos, sem identificação ou com dados raspados devem ser evitados.
- Origem do produto: desconfiar de cosméticos vendidos sem nota fiscal, em embalagens avulsas ou em locais sem licença sanitária.
- Registro na Anvisa: checar, no portal da agência, se a marca e a empresa constam como regularizadas na categoria de cosméticos.
Qual é o papel da Anvisa na segurança de shampoos e cosméticos?
A Anvisa estabelece regras para fabricação, rotulagem, armazenamento e comercialização de shampoos, cremes e demais cosméticos, classificados como de grau 1 ou grau 2, conforme a complexidade e o risco. Mesmo itens de uso diário, como shampoo de força e brilho, devem obedecer a parâmetros de qualidade, incluindo controle de pH, avaliação microbiológica e uso exclusivo de substâncias permitidas.
Quando uma irregularidade é identificada, a agência pode determinar a apreensão e inutilização de lotes, suspender a fabricação ou venda de produtos, cancelar registro ou notificação e exigir ajustes em rótulos, fórmulas ou processos produtivos. Essas ações, formalizadas em resoluções e comunicados públicos, como no caso do Shampoo Marroquina Força e Brilho Step 2 lote 01700514, integram a rotina de vigilância sanitária e contribuem para reduzir a circulação de produtos falsificados e estimular um consumo mais atento às informações de rotulagem e procedência.
