A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) determinou o recolhimento de dois produtos alimentícios após identificar irregularidades em análises laboratoriais divulgadas no Diário Oficial da União em junho de 2025. As medidas envolvem um suplemento proteico voltado para atletas e um tempero amplamente utilizado na culinária brasileira, a canela em pó, com foco na proteção à saúde pública e na prevenção de riscos, especialmente para pessoas com restrições alimentares.
Quais irregularidades levaram ao recolhimento dos produtos alimentícios?
Os registros oficiais indicam problemas na composição e na rotulagem dos produtos, que podem induzir o consumidor a erro. Em ambos os casos, foram detectados elementos que não deveriam estar presentes, além de informações em desacordo com normas sanitárias vigentes.
As análises, conduzidas pela Fundação Ezequiel Dias (Funed/Lacen-MG), referência em controle de qualidade de alimentos, subsidiaram as decisões da Anvisa. Esse processo reforça o papel dos laboratórios oficiais na detecção de fraudes e contaminações em alimentos industrializados.
O que foi identificado no suplemento 100% Full Whey?
O lote 2408J5 do SUPLEMENTO PROTEICO PARA ATLETAS – 100% FULL WHEY, marca Fullife Nutrition, fabricado pela SFS Alimentos Ltda., foi alvo de recolhimento e suspensão. A investigação apontou a presença de glúten, com detecção de trigo, centeio e cevada, em desacordo com as informações declaradas no rótulo.
Para pessoas com doença celíaca ou intolerância ao glúten, a ingestão de produtos contaminados representa risco à saúde. Além disso, foram identificadas alegações não permitidas na embalagem, como possíveis promessas de desempenho ou benefícios sem comprovação, o que caracteriza informação potencialmente enganosa ao consumidor.
Quais são os riscos do suplemento proteico irregular para atletas?
No caso desse suplemento proteico para atletas, o glúten não declarado é o principal fator de risco para quem possui restrição específica a essa proteína. O consumidor pode confiar na rotulagem e ingerir o produto sem saber da presença de ingredientes que podem causar reações adversas.
As alegações irregulares na rotulagem também preocupam, pois a legislação brasileira define limites claros para mensagens sobre desempenho esportivo, emagrecimento e efeitos terapêuticos. Para esclarecer os impactos desse cenário, destacam-se alguns pontos críticos relacionados ao produto:
- Presença de glúten (trigo, centeio e cevada) não declarada no rótulo;
- Risco aumentado para pessoas com doença celíaca e intolerância ao glúten;
- Alegações de benefícios em desacordo com a regulamentação sanitária;
- Indução do consumidor a erro quanto à segurança e aos supostos efeitos positivos.
Por que a canela em pó Kinino foi suspensa pela Anvisa?
A Anvisa determinou o recolhimento e a suspensão do lote 371LAG2419 da Canela-da-China em pó, marca Kinino, produzida pela H.L. do Brasil Indústria e Comércio de Produtos Alimentícios Ltda. A análise da Funed identificou a presença de amido, substância que não é componente característico da canela em pó, sugerindo alteração de composição.
Além disso, o produto apresentou resultado insatisfatório na avaliação de elementos histológicos e na pesquisa de matérias estranhas macroscópicas e microscópicas. Isso indica a existência de fragmentos e estruturas incompatíveis com a canela de qualidade adequada, em descumprimento à legislação sanitária aplicável.
Quais foram as principais irregularidades detectadas na canela em pó?
A presença de amido em um produto declarado como canela em pó levanta suspeitas de adulteração, reduzindo a pureza e o valor nutricional do tempero. Para o consumidor, isso representa engano quanto à autenticidade do produto e ao padrão de qualidade esperado.
Os testes também revelaram problemas estruturais e contaminantes físicos, sugerindo falhas na origem da matéria-prima ou no processamento industrial. Esses achados reforçam a necessidade de fiscalização contínua em temperos amplamente utilizados na culinária brasileira.
- Detecção de amido na canela em pó, indicando alteração de composição;
- Irregularidades em elementos histológicos, relacionados à estrutura vegetal do produto;
- Presença de matérias estranhas em nível macro e microscópico, como fragmentos e resíduos;
- Descumprimento de requisitos definidos em normas sanitárias para qualidade e pureza.
Como funcionam as ações da Anvisa em casos de alimentos irregulares?
As medidas de recolhimento e suspensão seguem um fluxo padronizado, com análises realizadas por laboratórios oficiais ou credenciados, como a Funed. Quando os resultados indicam desconformidade com padrões de identidade, qualidade ou rotulagem, a Anvisa pode proibir a comercialização, distribuição e uso dos lotes envolvidos.
As decisões são formalizadas por publicações no Diário Oficial da União, garantindo transparência. As empresas devem recolher os produtos do mercado, enquanto o comércio é orientado a interromper as vendas, em articulação com órgãos locais de vigilância sanitária.
Qual a importância da vigilância sanitária para a proteção do consumidor?
Em um cenário de consumo crescente de suplementos proteicos, temperos prontos e outros produtos industrializados, episódios como o do 100% Full Whey e da canela Kinino evidenciam a necessidade de atenção ao rótulo e de acompanhamento de comunicados oficiais. A atuação da Anvisa busca reduzir a exposição da população a itens irregulares ou potencialmente nocivos.
O trabalho integrado entre laboratórios de referência, fiscalização e medidas de recolhimento compõe um sistema contínuo de vigilância. Esse mecanismo protege consumidores, fortalece a confiança no mercado e incentiva boas práticas de fabricação na indústria de alimentos.
