A discussão sobre medicamentos clandestinos e produtos irregulares para emagrecimento ganhou destaque com decisões recentes da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). A proibição de itens como Seiva Real e EX Magro(a), divulgados como fitoterápicos ou suplementos, reforça a preocupação com a segurança sanitária, a forma como esses produtos chegam ao consumidor e o impacto da publicidade na decisão de compra.

O que são medicamentos clandestinos e quais riscos eles apresentam?
Medicamentos clandestinos são produtos fabricados, distribuídos ou vendidos sem qualquer autorização, registro ou notificação junto à Anvisa. Eles não passam por etapas obrigatórias de avaliação de segurança, eficácia e qualidade, mesmo quando se apresentam como fitoterápicos ou suplementos alimentares.
Entre os riscos, destacam-se doses desconhecidas de substâncias, ingredientes não declarados e contaminações microbiológicas ou químicas. Em análises laboratoriais, já foram encontrados medicamentos controlados misturados a cápsulas vendidas como “naturais para emagrecer”, o que impede avaliação adequada por profissionais de saúde.
Qual é o papel da Anvisa no combate a medicamentos clandestinos para emagrecer?
A atuação da Anvisa em relação aos medicamentos clandestinos para emagrecer envolve monitoramento de mercado, análise de denúncias, fiscalização em parceria com estados e municípios e publicação de resoluções no Diário Oficial da União. Decisões podem proibir a fabricação, comercialização, distribuição, divulgação e uso de todos os lotes de um produto irregular.
No caso de produtos para perda de peso, a fiscalização é mais intensa devido à grande exposição em anúncios digitais, promessas de resultados rápidos e uso de imagens de “antes e depois”. A agência avalia rótulos, alegações terapêuticas e a regularidade de registro, podendo adotar medidas imediatas quando encontra irregularidades graves.
Como identificar produtos irregulares para emagrecimento?
Alguns sinais ajudam a reconhecer se um suposto suplemento ou medicamento para emagrecer pode estar fora das normas sanitárias. Esses indícios não são uma lista exaustiva, mas funcionam como alertas que apontam para possíveis riscos à saúde.
Ao avaliar um produto para emagrecer, observe atentamente suas informações de rotulagem, forma de venda e tipo de promessa feita ao consumidor. Abaixo estão alguns pontos que, em conjunto, podem indicar irregularidade ou propaganda enganosa:
- Promessas de perda de peso rápida, sem mudança de alimentação ou atividade física.
- Uso de termos como “100% natural”, “sem contraindicações” ou “sem efeitos colaterais” como principal argumento de venda.
- Ausência de número de registro ou notificação da Anvisa no rótulo do produto.
- Rótulos com poucas informações sobre composição, fabricante ou modo de uso.
- Venda exclusiva por redes sociais, aplicativos de mensagens ou sites que não informam CNPJ e endereço.
Quais cuidados adotar antes de usar produtos para emagrecer?
Antes de iniciar o uso de qualquer produto para emagrecimento, alguns cuidados básicos podem reduzir riscos e evitar prejuízos à saúde. A orientação profissional é essencial, assim como a checagem de dados em fontes oficiais, como o site da Anvisa.
É importante verificar o registro do produto, avaliar a procedência da empresa e desconfiar de promessas extremas. Consultar médicos, nutricionistas ou farmacêuticos, além de observar reações adversas e comunicá-las aos serviços de saúde, ajuda a prevenir danos e fortalece a vigilância sanitária e a educação em saúde.
