A ação recente da Anvisa sobre cosméticos, perfumaria e produtos capilares chama atenção para a importância do registro sanitário e das informações presentes nos rótulos. Decisões envolvendo a Deo Colônia Amantikir e a maquiagem capilar Mavi Pang Pang Hair Shadow, que passaram a ter venda, fabricação e distribuição proibidas em todo o país, reforçam o impacto das medidas na rotina de fabricantes, comerciantes, distribuidores e consumidores.
Por que a Deo Colônia Amantikir foi classificada como produto de alto risco e proibida?
A Deo Colônia Amantikir, produzida pela Aon Indústria de Cosméticos Naturais, foi suspensa após fiscalização apontar falhas na regulamentação. O produto foi classificado como de alto risco, o que exige controles mais rigorosos, e não atendia integralmente às exigências sanitárias previstas para esse tipo de categoria.
Com a decisão, houve determinação de recolhimento dos lotes no mercado, além da suspensão da fabricação, da comercialização e da distribuição. A medida é preventiva e busca reduzir riscos associados ao uso de substâncias sem comprovação adequada de segurança, eficácia e qualidade.
Por que a maquiagem capilar Mavi Pang Pang Hair Shadow foi proibida pela Anvisa?
A maquiagem capilar Mavi Pang Pang Hair Shadow teve a venda e a produção proibidas por ausência de registro sanitário e de dados básicos na embalagem. Faltavam informações como fabricante, CNPJ, lote e cidade de origem, o que impede a rastreabilidade e o monitoramento de possíveis efeitos adversos.
A Anvisa já havia tomado medida semelhante contra um produto parecido em outubro de 2024, evidenciando atenção especial ao segmento de maquiagem capilar. Itens sem empresa responsável identificada tendem a apresentar maior risco sanitário e dificultam a responsabilização em caso de irregularidades.
Quais outros cosméticos e tônicos capilares foram alvo de proibição recente?
Ao longo de 2024 e início de 2025, a Anvisa intensificou o monitoramento de cosméticos e saneantes sem registro ou com promessas que ultrapassam o que a legislação permite. Foram barrados tônicos capilares que imitavam medicamentos, maquiagens capilares sem indicação de fabricante e itens de limpeza sem comprovação de segurança.
Entre os casos de maior destaque, estão produtos que tentavam se associar ao minoxidil, medicamento conhecido para queda de cabelo e falhas na barba. Nessa linha, cosméticos como o chamado “Macho Alfa” e o Tônico Capilar Minoxi Turbo Glamour Professional foram considerados irregulares por imitarem medicamentos e fazerem alegações terapêuticas sem registro farmacêutico.
Quais marcas e produtos cosméticos foram considerados irregulares pela Anvisa?
As proibições da Anvisa se estenderam a um conjunto de marcas e produtos que apresentavam ausência de empresa responsável ou de autorização sanitária. Em muitos casos, havia promessas de crescimento de fios ou tratamento de calvície, alegações que só são permitidas para medicamentos com comprovação científica e registro específico.
Entre os produtos considerados irregulares, é possível destacar alguns exemplos que ilustram o tipo de problema mais frequentemente encontrado:
- Cosmético apelidado de “Macho Alfa”, retirado de circulação por imitar minoxidil e não possuir registro sanitário válido.
- Tônico Capilar Minoxi Turbo Glamour Professional, registrado como cosmético, mas com rótulo prometendo estímulo ao crescimento de barba, cabelo e bigode.
- Todos os cosméticos da marca Sabô Ageless, comercializados sem empresa responsável identificada e sem autorização.
- Maquiagem capilar Bangna, também sem indicação clara de fabricante e sem regularização sanitária junto à Anvisa.
Quais saneantes foram barrados e por que oferecem risco?
Além dos cosméticos, a Anvisa barrou saneantes com origem e composição não identificadas ou sem registro como saneantes. Produtos de limpeza também precisam seguir regras específicas de segurança, rotulagem e concentração de ingredientes ativos.
Entre os casos recentes, o Acta BTI, vendido como larvicida biológico de origem não identificada, e itens da Gasparelo Produtos de Limpeza e Higiene Ltda. foram proibidos. Em todos esses casos, as medidas incluíram proibição de fabricação, distribuição, venda, divulgação e uso em todo o território nacional.
Qual é o papel da Anvisa na fiscalização de cosméticos e produtos capilares?
A Anvisa tem a função de avaliar a segurança, a eficácia e a qualidade de cosméticos, produtos capilares, itens de perfumaria e saneantes antes e depois da chegada às prateleiras. Para cosméticos, a legislação exige, no mínimo, notificação ou registro, rotulagem adequada, indicação do fabricante, composição completa e respeito às alegações permitidas para cada categoria.
Quando a agência identifica produtos com promessas típicas de medicamento como crescimento de fios, tratamento de calvície ou efeitos terapêuticos sem que haja registro como fármaco, são aplicadas medidas restritivas. A fiscalização também alcança itens que não informam sua origem, misturam substâncias proibidas, simulam medicamentos conhecidos ou são comercializados apenas em canais digitais sem qualquer respaldo sanitário.
Como identificar produtos irregulares e reduzir riscos ao usar cosméticos?
A fiscalização da Anvisa é uma camada importante de proteção, mas a escolha diária de perfumes, colônias, maquiagem capilar, tônicos e saneantes também depende da atenção do consumidor. Em compras on-line ou em marketplaces, alguns cuidados básicos ajudam a evitar itens irregulares ou de origem duvidosa.
- Verificar o rótulo completo
Embalagens devem trazer nome do produto, marca, CNPJ ou razão social do fabricante, cidade/estado de origem, composição, modo de uso e advertências. Ausência dessas informações é um sinal de alerta. - Checar registro ou notificação na Anvisa
O número de registro ou de notificação pode ser consultado no portal da Anvisa. Itens sem qualquer referência regulatória tendem a apresentar maior risco sanitário. - Desconfiar de promessas exageradas
Produtos que garantem crescimento rápido de cabelo, barba ou sobrancelhas, especialmente em pouco tempo, podem estar fazendo alegações típicas de medicamento sem a devida comprovação. - Evitar a compra de fabricantes desconhecidos ou sem contato
Falta de canal de atendimento, ausência de site oficial ou de endereço físico dificulta qualquer reclamação ou rastreamento em caso de problema. - Observar reações após o uso
Vermelhidão intensa, coceira, descamação, queda acentuada de fios ou desconfortos respiratórios justificam a interrupção do uso e a busca por orientação profissional.
O caso da Deo Colônia Amantikir e da maquiagem capilar Mavi Pang Pang Hair Shadow mostra como o controle sanitário atua de forma preventiva, antes mesmo de eventos adversos graves. A tendência é de reforço contínuo das ações contra cosméticos irregulares e produtos que imitam medicamentos, com a Anvisa mantendo atenção redobrada ao mercado de beleza, perfumaria, cuidados pessoais e saneantes em 2025.
