O café está presente na rotina de grande parte da população brasileira, movimentando uma cadeia produtiva complexa e de grande relevância econômica. Nesse cenário, a segurança alimentar torna-se ponto central. A Anvisa proibiu a marca Café Blends do Brasil (CBD) em dezembro de 2023 devido à presença de ingredientes não autorizados (como mulungu, terpenos, maca peruana) e alegações terapêuticas indevidas.
Quais foram os cafés suspensos pela Anvisa?
A Anvisa suspendeu em 2023 vários tipos de café, confira em seguida:
| Denominação de venda | Marca | Lote | Prazo de validade | Conteúdo líquido | Tipo de embalagem |
|---|---|---|---|---|---|
| Kit Café Sensorial – MOÍDO – Manhã + Tarde + Noite – Caixa 300g | CBD Café Blends do Brasil | Lote #0007 | 23/08/2024 | Café Torrado e Moído | Caixa 300g |
| Kit Café Sensorial – GRÃOS – Manhã + Tarde + Noite – Caixa 300g | CBD Café Blends do Brasil | Lote #0007 | 23/08/2024 | Café Torrado em Grãos | Caixa 300g |
| Café Orange California – GRÃOS – Sachê 500g | CBD Café Blends do Brasil | Lote #0007 | 25/10/2024 | Café Torrado em Grãos | Sachê 500g |
| Café Berry Night DECAF – MOÍDO – Caixa 500g | CBD Café Blends do Brasil | Lote #0007 | 25/10/2024 | Café Torrado e Moído | Sachê 500g |
| Café Sunset California – MOÍDO – Caixa 500g | CBD Café Blends do Brasil | Lote #0007 | 25/10/2024 | Café Torrado e Moído | Sachê 500g |
| Café Lime Kush – GRÃOS – Sachê 500g | CBD Café Blends do Brasil | Lote #0007 | 25/10/2024 | Café Torrado em Grãos | Sachê 500g |
| Café Morning Kush – MOÍDO – Caixa 500g | CBD Café Blends do Brasil | Lote #0007 | 25/10/2024 | Café Torrado e Moído | Sachê 500g |
| Café Berry White DECAF – GRÃOS – Sachê 500g | CBD Café Blends do Brasil | Lote #0007 | 25/10/2024 | Café Torrado em Grãos | Sachê 500g |
Como funciona a fiscalização sanitária do café no Brasil?
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária define limites de contaminantes, estabelece padrões microbiológicos e químicos e determina regras de rotulagem para produtos alimentícios, incluindo a bebida mais consumida do país.
No caso do café, entram em pauta critérios como uso de aditivos, presença de corpos estranhos, informações obrigatórias na embalagem e condições sanitárias do fabricante. Quando surgem indícios de irregularidades, a Anvisa pode exigir análises laboratoriais, verificar lotes suspeitos e, se necessário, determinar a suspensão da comercialização ou o recall imediato.
Qual é a diferença entre Anvisa e MAPA no controle do café?
Embora ambos atuem na área de alimentos, Anvisa e Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA) possuem responsabilidades distintas e complementares. Enquanto a agência sanitária concentra esforços na segurança do café pronto para o consumo, o MAPA acompanha a cadeia produtiva desde a lavoura até a indústria, com foco em identidade e qualidade.
Na prática, o MAPA fiscaliza cooperativas, torrefadoras e indústrias, avaliando colheita, secagem, beneficiamento e torra. Também registra estabelecimentos e aplica sanções em caso de descumprimento das exigências legais, enquanto a Anvisa atua com mais intensidade na rotulagem, uso de aditivos e avaliação do risco sanitário do produto embalado.
Quais irregularidades podem levar à proibição de marcas de café?
A proibição de uma marca de café pela Anvisa ocorre quando são identificadas situações que representem risco direto ao consumidor ou evidenciem descumprimento grave das normas. Entre as principais irregularidades estão o uso de ingredientes não autorizados, ausência de licença sanitária, falta de rastreabilidade dos lotes e condições inadequadas de higiene.
Também são comuns casos de adulteração, como mistura com substâncias estranhas ao café, rotulagem enganosa ou informações incompletas. Em fiscalizações recentes, houve suspensão de produtos por fórmulas irregulares, produção sem registro, falhas no controle de origem da matéria-prima e armazenamento fora dos padrões, resultando em recolhimento de lotes e proibição de venda.
Como a segurança alimentar influencia as marcas de café?
A segurança sanitária tem efeito direto na reputação e na sustentabilidade das marcas de café no mercado. Quando um produto é alvo de interdição ou recall, a informação se espalha rapidamente por canais oficiais, notícias e redes sociais, afetando a confiança do público e gerando perdas financeiras com recolhimento, multas e ajustes internos.
Para reduzir esse risco, muitas torrefadoras e indústrias investem em sistemas de gestão da qualidade, que vão além do simples cumprimento da legislação. Entre as práticas mais adotadas estão iniciativas que tornam o processo mais transparente e rastreável:
- Rastreabilidade completa do grão ao produto final, permitindo localizar rapidamente lotes em caso de suspeita;
- Análises laboratoriais periódicas para verificar presença de microrganismos, resíduos químicos ou materiais estranhos;
- Auditorias em fornecedores, garantindo que a matéria-prima atenda aos parâmetros exigidos;
- Treinamento recorrente de equipes em boas práticas de fabricação e higiene;
- Revisão constante de rótulos, alinhando informações às normas atualizadas.
Como o consumidor pode se proteger ao escolher café?
A fiscalização oficial é um pilar importante, mas o comportamento do consumidor também exerce papel relevante na segurança alimentar. Pequenas verificações no momento da compra ajudam a reduzir o risco de levar para casa um produto irregular, especialmente em um mercado com grande variedade de marcas e tipos de café.
Alguns cuidados básicos incluem conferir dados do rótulo, como nome do fabricante, CNPJ, lote e data de validade, além de observar se a embalagem está íntegra, sem rasgos, furos, estufamento ou sinais de violação. Mudanças inesperadas no aroma, sabor ou aparência do café preparado também merecem atenção, e, ao identificar algo fora do padrão, é recomendável interromper o consumo do lote suspeito e procurar canais oficiais de atendimento do fabricante ou dos órgãos de fiscalização.
