A atuação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) em 2025 tem se concentrado na identificação de produtos irregulares que podem representar risco à saúde da população, com recolhimentos e proibições envolvendo suplementos alimentares, medicamentos de uso comum e óleo de canabidiol, publicados no Diário Oficial da União e conduzidos tanto por recolhimentos voluntários das empresas quanto por ações diretas do órgão regulador.
Entre os itens afetados estão diferentes lotes de paracetamol associados à codeína, suplementos para emagrecimento, produtos à base de creatina e um óleo de canabidiol comercializado sem registro. A retirada desses produtos do mercado faz parte de um conjunto mais amplo de medidas da agência, que já havia determinado o recolhimento de alimentos como café e azeite por denúncias de contaminação, falsificação e falhas nas boas práticas de fabricação.

Como a Anvisa intensificou a fiscalização de suplementos e medicamentos irregulares em 2025?
Em 2025, a agência reforçou ações de monitoramento de itens vendidos pela internet, em farmácias, lojas de produtos naturais e academias, com foco em produtos que prometem resultados rápidos.
O óleo de canabidiol Full Spectrum Oil 600 mg, da marca Leve CBD, ilustra esse problema, pois foi proibido por não ter registro ou autorização da Anvisa, condição indispensável para qualquer derivado de cannabis medicinal. Sem esse cadastro, não há validação oficial sobre segurança, concentração dos componentes e controle de qualidade, o que leva o órgão a bloquear divulgação e venda em sites e redes sociais.
Por que suplementos com creatina e cápsulas emagrecedoras foram recolhidos pela Anvisa?
No segmento de nutrição esportiva, a agência acompanhou o recolhimento voluntário de produtos à base de creatina monoidratada fabricados pela Basecol Mix Indústria e Comércio de Alimentos. Foram afetadas as linhas Creatina Creamy, Crea Cream, Pasta de Creatina e Creme de Creatina, após a identificação de irregularidades na formulação e possíveis divergências entre o rótulo e o conteúdo real.
Também entrou em pauta o suplemento Uplife, vendido como cápsula emagrecedora, divulgado com promessas de perda de peso sem registro, notificação ou cadastro na Anvisa. Em suplementos para emagrecimento, a agência observa maior risco de presença de fármacos ocultos, doses excessivas de estimulantes e ausência de comprovação de segurança para uso prolongado.
- Suplementos de creatina: recolhimento por irregularidades na formulação e possível divergência de dosagem.
- Cápsulas emagrecedoras: venda sem registro, sem notificação e com fabricante não identificado.
- Principal risco: consumo de substâncias sem controle de qualidade e sem comprovação de segurança.
Quais medicamentos foram considerados irregulares e por que paracetamol e Audioclean causaram preocupação?
No grupo de medicamentos irregulares, a Anvisa acompanhou o recolhimento de vários lotes de paracetamol associado à codeína, produzidos pela Geolab Indústria Farmacêutica S/A. A empresa identificou variação entre 1,9% e 2,66% na quantidade de codeína em relação ao especificado, o que pode comprometer a eficácia e aumentar o risco de efeitos adversos.
Outro caso foi o do produto Audioclean, comercializado como suplemento para aliviar zumbidos no ouvido, proibido em todos os lotes por ausência de registro, notificação, cadastro e fabricante claro. Sem informações confiáveis sobre composição e estudos de segurança, não é possível avaliar os impactos do uso, especialmente em pessoas com problemas auditivos prévios ou que usam outros medicamentos.
- Paracetamol com codeína: desvio na quantidade de princípio ativo em relação ao especificado.
- Audioclean: ausência de registro, notificação e fabricante identificado.
- Medida adotada: recolhimento voluntário de lotes e proibição de comercialização.
Como as ações contra suplementos e medicamentos irregulares impactam a população?
As decisões envolvendo suplementos e medicamentos irregulares têm impacto direto em consumidores, pacientes, profissionais de saúde e estabelecimentos comerciais. Farmácias, hospitais, lojas físicas e plataformas digitais precisam ajustar estoques, suspender vendas dos lotes atingidos e orientar usuários sobre alternativas regulares disponíveis.
Essas medidas reforçam a importância de cuidados na escolha de produtos para dor, emagrecimento, desempenho esportivo ou alívio de sintomas específicos. Para apoiar decisões mais seguras, alguns comportamentos ajudam a reduzir riscos no dia a dia de consumo.
- Checar se o produto possui registro ou notificação na Anvisa e fabricante claramente identificado.
- Ler o rótulo com atenção, incluindo composição, modo de uso e advertências.
- Desconfiar de promessas de resultados rápidos ou garantidos, principalmente em cápsulas emagrecedoras.
- Priorizar canais de venda formais, como farmácias e lojas regularizadas.
- Consultar profissional de saúde em caso de dúvida sobre segurança ou substituição de medicamentos.
Com o aumento da oferta de suplementos e medicamentos pela internet e em redes sociais, a tendência é que a fiscalização siga intensa em 2025. A atuação da Anvisa ao retirar do mercado produtos irregulares, como óleo de canabidiol sem registro, suplementos emagrecedores de origem desconhecida, creatinas com formulação questionada e medicamentos com dosagem fora do padrão, busca reduzir riscos e proteger a saúde da população.
