Nos bastidores da política brasileira, o Partido Liberal (PL) tem traçado estratégias para levar à votação o projeto de anistia, mesmo sem o aval do presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta, do Republicanos da Paraíba. O partido busca aproveitar momentos de ausência de Motta para tentar incluir a pauta através do vice-presidente, Altineu Côrtes, do PL do Rio de Janeiro, ressaltando as tensões e complexidades do atual cenário político nacional.
Qual a tática do PL apesar da resistência de Hugo Motta?
Segundo informações do Metrópoles, Valdemar Costa Neto, presidente do PL, tem sido central nos esforços para impulsionar o projeto de anistia, inclusive contatando Altineu Côrtes durante ausências de Motta. Mesmo assim, Côrtes manteve-se fiel às decisões preestabelecidas por Motta e recusou avançar com o tema sem consenso.
Enquanto isso, o líder do PL na Câmara, Sóstenes Cavalcante, intensificou a pressão e destacou promessas feitas a aliados, revelando tanto divergências internas quanto desafios regulatórios para colocar o projeto em pauta.
Qual a aposta do PL para avançar com o projeto de anistia?
A estratégia do PL de insistir na votação da anistia mostra que a sigla pretende não recuar facilmente diante dos entraves enfrentados. O partido tentou aproveitar viagens internacionais de Motta, mesmo com pouco êxito.
A pressão aumentou quando, em agosto, Côrtes indicou que poderia pautar o tema na ausência de Motta. No entanto, uma viagem de Motta à Europa foi cancelada, dificultando os planos do PL mais uma vez.
O que está em jogo com o projeto de anistia?
O projeto de lei de anistia é considerado crucial para os aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro, especialmente por sua possibilidade de perdoar envolvidos nos atos de 8 de janeiro e influenciar diretamente a inelegibilidade do ex-presidente.
Diante das dificuldades, o relator Paulinho da Força propôs uma alternativa, o chamado “PL da Dosimetria”. A seguir, destacamos os principais pontos dessa proposta e seu impacto no Congresso:
- O “PL da Dosimetria” sugere penas mais brandas, sem perdão total.
- A medida busca um compromisso no Legislativo diante da forte oposição ao texto original.
- A alternativa gera debates sobre sua viabilidade política, mas não garantiu avanço substancial.
Como Hugo Motta avalia consequências políticas?
Hugo Motta, presidente da Câmara, tem sido um dos maiores entraves ao avanço da anistia, defendendo cautela e defendendo que não há apoio parlamentar suficiente para levar o tema à votação neste momento.
Aliado ao centrão, Motta prioriza a coesão política e enfrenta pressão tanto da base quanto da oposição, considerando que evitar o tema pode ser uma estratégia para preservar o Legislativo diante de um ano já turbulento.
FAQ sobre PL e anistia
- Por que a anistia é tão importante para o PL? A anistia é vista como uma forma de reabilitar figuras importantes envolvidas nos eventos de 8 de janeiro, além de impactar diretamente a situação política do ex-presidente Jair Bolsonaro.
- O que é o “PL da Dosimetria”? Trata-se de uma proposta alternativa à anistia, que prevê a aplicação de penas mais brandas aos envolvidos nos atos antidemocráticos, em vez de um perdão total.
- Por que Hugo Motta se opõe à pauta da anistia? Motta acredita que não existe clima político favorável para a votação e que trazer o tema à tona poderia resultar em falta de apoio suficiente, gerando mais desgaste político.