Com o objetivo de conter o avanço das dívidas no país, o Brasil aprovou a Lei Federal nº 14.690/23, que reformula as regras do crédito rotativo dos cartões de crédito. A medida surge como resposta ao cenário de juros exorbitantes que, durante anos, aprisionaram milhares de consumidores em ciclos de endividamento praticamente inquebráveis.
Qual o limite imposto pela nova regra do crédito rotativo?
O ponto central da nova legislação é o teto para o valor da dívida, que agora não pode ultrapassar o dobro do valor originalmente devido. Isso inclui tanto os juros quanto outras taxas, criando uma barreira contra o acúmulo desproporcional de encargos financeiros.
Com essa mudança, o consumidor tem mais previsibilidade e proteção, evitando que dívidas de pequeno valor cresçam rapidamente até se tornarem impagáveis.
Portabilidade de dívida será gratuita e obrigatória
Uma das inovações mais relevantes é a portabilidade de dívidas entre instituições financeiras, prevista para entrar em vigor em julho de 2024. Isso permitirá que clientes levem sua dívida para outro banco que ofereça melhores condições de pagamento, sem custos adicionais.
- Facilidade para renegociar com juros mais baixos;
- Estímulo à concorrência entre bancos;
- Redução da inadimplência e alívio financeiro para os consumidores.
Essa ferramenta tende a transformar o mercado ao incentivar práticas mais justas por parte das instituições, que precisarão oferecer condições mais atrativas para manter seus clientes.
A lei contribui para uma cultura de educação financeira?
Sim. Ao estabelecer limites claros e ampliar os direitos dos consumidores, a legislação também incentiva o uso mais consciente do crédito. Ela funciona como um empurrão para que os brasileiros aprendam a gerenciar melhor suas finanças pessoais.
Além disso, a clareza nas regras fortalece o senso de responsabilidade financeira, tanto individual quanto coletiva, promovendo uma relação mais saudável com o dinheiro.
Quais impactos a longo prazo essa legislação pode gerar?
A expectativa é de um mercado de crédito mais transparente, competitivo e acessível. Com menos abusos, maior controle e alternativas de negociação, o uso do cartão de crédito pode deixar de ser um vilão e se tornar um aliado do planejamento financeiro.
Ao favorecer práticas mais éticas e previsíveis, a lei tende a reduzir o número de inadimplentes e a estimular uma economia mais equilibrada.