A recente autorização da Anvisa para o uso do medicamento tirzepatida, conhecido como Mounjaro, no tratamento da apneia obstrutiva do sono (AOS) em indivíduos com obesidade representa uma significativa inovação no campo da saúde, ampliando as opções terapêuticas para um distúrbio que provoca interrupções na respiração durante o sono, resultando em fadiga, sonolência diurna e riscos cardiovasculares.
Como Mounjaro contribui para o tratamento da apneia obstrutiva do sono?
A tirzepatida atua principalmente ao promover a perda de peso, aspecto decisivo no controle da AOS em pessoas obesas. Esta ação apresenta benefícios adicionais, pois a redução de tecido adiposo pode diminuir a frequência das interrupções respiratórias noturnas.
Estudos sugerem que o uso do Mounjaro, combinado com a terapia CPAP, pode gerar melhorias significativamente maiores, potencializadas por respostas hormonais que favorecem a estabilidade das vias aéreas.
O papel dos profissionais de odontologia na prescrição de Mounjaro
Com a nova autorização da Anvisa, os cirurgiões-dentistas agora podem prescrever Mounjaro para pacientes com apneia associada à obesidade. Tal prática deve ocorrer, contudo, dentro de um contexto multidisciplinar, assegurando segurança e acompanhamento adequado.
Essa medida reconhece a participação do cirurgião-dentista no diagnóstico e acompanhamento da AOS, mas determina que a colaboração entre profissionais de diferentes áreas é fundamental.
Principais preocupações das entidades médicas sobre prescrição de Mounjaro por dentistas
As entidades médicas, como a Associação Médica Brasileira (AMB), se posicionam de forma crítica quanto à prescrição da tirzepatida por profissionais não médicos. Elas reforçam a necessidade de expertise em obesidade e comorbidades, áreas tradicionalmente vinculadas à medicina.
Segundo especialistas, a correta indicação da medicação, monitoramento de efeitos adversos e manejo de interações medicamentosas são tarefas que exigem conhecimento médico aprofundado. Entre as principais preocupações destacadas estão:
- Possíveis riscos de efeitos colaterais graves sem o devido acompanhamento médico
- Nível de capacitação de dentistas para manejo de doenças sistêmicas
- Necessidade de integração multidisciplinar para segurança do paciente
Desafios e implicações da autorização de Mounjaro para dentistas
A inclusão dos dentistas na prescrição do Mounjaro volta a destacar as fronteiras entre especialidades e a importância de cuidados compartilhados. Isso requer uma comunicação efetiva entre dentistas, médicos e outros especialistas.
Esse cenário reforça a necessidade de protocolos claros, apoio institucional e formação continuada para garantir que o tratamento da obesidade e da AOS seja efetuado de modo responsável e seguro para cada paciente.
