Nesta segunda-feira (3/11), após uma megaoperação policial nos complexos da Penha e do Alemão, que resultou em 121 mortes (incluindo quatro policiais), o governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro, reuniu-se com o ministro Alexandre de Moraes, do STF, para justificar a chamada “Operação Contenção“. A ação foi uma resposta à ameaça do Comando Vermelho, organização criminosa armada que atuava de forma ostensiva na região.
Como Castro avalia a operação policial?
De acordo com Castro, o uso de fuzis semiautomáticos, pistolas e viaturas blindadas foi necessário frente ao arsenal do Comando Vermelho, que incluía fuzis automáticos, granadas e drones. A presença desses equipamentos motivou a adoção de técnicas táticas reforçadas e logística complexa por parte das forças policiais.
O governador também ressaltou que, excetuando-se os policiais mortos, não houve registro de civis mortos ou feridos fora do escopo da operação. Isso foi possível graças à escolha de áreas desabitadas para confronto, distantes de escolas e residências.
Recebi hoje o ministro Alexandre de Moraes, do STF, no Centro Integrado de Comando e Controle.
— Cláudio Castro (@claudiocastroRJ) November 3, 2025
Fiz questão de apresentar a nossa casa das polícias, que se tornou o grande hub de integração das forças de segurança do nosso estado. pic.twitter.com/Lo3Rqjr0G2
Quais medidas foram tomadas para garantir a segurança dos civis?
Entre as estratégias adotadas para proteger a população local, a operação priorizou regiões onde o risco de dano colateral era reduzido. Isso incluiu o isolamento de zonas de conflito e intervenção rápida das equipes de resgate nos casos de emergência.
Essas ações evidenciam algumas práticas prioritárias que pautaram o planejamento da operação:
- Foco das ações em áreas desabitadas para minimizar o perigo à população
 - Monitoramento em tempo real para prevenção de riscos a civis
 - Coordenação com serviços de saúde para atendimento emergencial
 
Que investigações e medidas de transparência foram implementadas?
Apesar dos desafios relacionados à remoção e descaracterização de corpos, o governo instaurou um inquérito na 22ª Delegacia da Penha para apurar possíveis irregularidades, como fraude processual. A administração estadual destacou o compromisso com a responsabilização diante de qualquer indício de excesso.
Essas providências foram apontadas pelo próprio governador como indício de respeito às normas legais e transparência, fundamentais para a condução de operações desse porte.
Quais são os próximos desafios no Rio de Janeiro?
O enfrentamento ao crime organizado em áreas densamente povoadas permanece um desafio para as autoridades. Com a crescente complexidade das facções criminosas e seu poderio bélico, novas estratégias precisam ser desenvolvidas, equilibrando ação policial e proteção da população.
Segundo especialistas, eventos como a megaoperação expõem a necessidade de repensar políticas de segurança, tornando-as mais eficazes e humanas, além de promover maior engajamento das comunidades no processo de pacificação.
FAQ sobre a operação policial no RJ
- Qual foi a justificativa oficial para a operação com alta letalidade? A justificativa foi que a operação foi uma resposta proporcional ao poder de fogo do Comando Vermelho, considerado uma organização narcoterrorista com histórico de forte resistência.
 - A operação impactou civis de alguma forma? Segundo o governador Cláudio Castro, o impacto sobre civis foi minimizado devido à localização dos confrontos em áreas desabitadas, longe de escolas e residências.
 - O que está sendo feito para investigar possíveis irregularidades durante a operação? Um inquérito foi instaurado para apurar quaisquer possíveis irregularidades, incluindo fraude processual e homicídios ocorridos durante a operação.
 
As operações policiais no Rio de Janeiro seguem sob intenso escrutínio público. O equilíbrio entre o combate ao crime, os direitos humanos e a transparência é fundamental para garantir a legitimidade e a eficácia dessas intervenções.