Morreu em Belo Horizonte, aos 73 anos, o cantor e compositor Lô Borges, uma das mais ilustres figuras da música brasileira. Conhecido por ser cofundador do emblemático Clube da Esquina, Lô Borges deixa um legado inestimável para a música nacional. A notícia foi confirmada pela família nesta segunda-feira (3/11). Internado na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) desde 17 de outubro, o artista foi hospitalizado em decorrência de uma intoxicação por medicamentos, o que levou à necessidade de ventilação mecânica e, posteriormente, a uma traqueostomia no dia 25 de outubro.
Qual a trajetória de Lô Borges e início de sua carreira musical?
Salomão Borges Filho, mais conhecido como Lô Borges, nasceu em Belo Horizonte e foi o sexto de onze irmãos. Sua infância no bairro Santa Tereza influenciou diretamente sua formação musical. Um encontro casual nas escadarias do Edifício Levy com Milton Nascimento marcou o início de uma amizade vital para a criação do Clube da Esquina, já que Milton identificou precocemente o talento de Lô para a música.
A família Borges morou durante um tempo no Centro de Belo Horizonte, onde Lô conheceu Beto Guedes, outro nome importante da música. Essas experiências e amizades foram fundamentais para o seu desenvolvimento artístico e para o nascimento do movimento musical revolucionário.
Como surgiu o Clube da Esquina?
O Clube da Esquina foi mais do que um grupo de amigos músicos; transformou-se em um verdadeiro movimento inovador. Suas raízes estão nas ruas Divinópolis com Paraisópolis, em Santa Tereza, onde Lô, Milton e outros inventaram canções que, décadas depois, ainda influenciam gerações de artistas.
O álbum Clube da Esquina, lançado em 1972, traz harmonias complexas e letras poéticas, misturando música brasileira com influências internacionais. Considerado um dos principais marcos da MPB, continua sendo citado frequentemente como um dos melhores álbuns brasileiros de todos os tempos.
Quais as principais contribuições de Lô Borges para a música brasileira?
Lô Borges teve um papel central no Clube da Esquina e lançou, ainda em 1972, seu disco solo conhecido como “Disco do Tênis”. Após o sucesso repentino, o músico optou por uma pausa estratégica, mudando-se para Arembepe, Bahia, onde pôde se dedicar à composição e se reinventar longe dos holofotes.
Seu caminho traçado depois da pausa foi marcado por álbuns inovadores e parcerias de peso. Entre suas contribuições mais marcantes, podemos destacar:
- Criação de clássicos como “Um girassol da cor do seu cabelo”, “O trem azul” e “Paisagem da Janela”.
- Renovação de parcerias, como a colaboração com Samuel Rosa na canção “Dois Rios” (década de 1990).
- Lançamento anual de novos álbuns a partir de 2019, mantendo sua produção relevante.
- O disco “Céu de Giz”, último trabalho lançado em agosto de 2025 ao lado de Zeca Baleiro.
FAQ sobre Lô Borges e Clube da Esquina
- Como o Clube da Esquina impactou a música brasileira? O Clube da Esquina inovou ao misturar música popular brasileira com influências do rock e jazz, criando um som único que ampliou os horizontes da MPB e inspirou gerações de músicos.
- Qual foi a principal contribuição de Lô Borges para o Clube da Esquina? Lô Borges foi um dos compositores fundamentais do movimento, trazendo suas melodias inventivas e harmonias, além de contribuir com canções icônicas que definiram o som do grupo.
- Por que Lô Borges fez uma pausa na carreira após o sucesso do Clube da Esquina? Após o sucesso imediato, Lô sentiu a necessidade de se afastar para processar a fama repentina e encontrar seu caminho artístico, o que o levou a um período de introspecção e composição na Bahia.
- Quais foram os legados deixados por Lô Borges na música? Além de suas contribuições inovadoras ao Clube da Esquina, ele deixou um legado de álbuns solo aclamados, parcerias memoráveis e influenciou uma geração de músicos com sua criatividade e originalidade.