A Nestlé, uma das maiores multinacionais no ramo de alimentos e bebidas, declarou recentemente um plano substancial de demissões que afetará cerca de 16 mil funcionários ao redor do mundo. O anúncio, feito nesta quinta-feira (16/10), representa uma tentativa da empresa de equilibrar suas finanças e restaurar a confiança no mercado. Com essas demissões, a empresa busca cortar custos e se adaptar a um cenário global cada vez mais competitivo e em transformação.
Com sede na Suíça, a Nestlé é uma gigante no setor de consumo, empregando atualmente cerca de 277 mil pessoas globalmente. As demissões programadas representam aproximadamente 5,8% desse total, mostrando a dimensão drástica da reestruturação planejada. Philipp Navratil, o novo CEO da companhia, declarou que a Nestlé está ampliando sua meta de redução de custos, com um aumento de US$ 3,13 bilhões para US$ 3,76 bilhões, com o objetivo de atingir essas economias até o final de 2027.
Qual o impacto das demissões na imagem da Nestlé?

As ações da Nestlé na Bolsa de Valores de Zurique registraram um aumento de quase 8% logo após o anúncio das demissões, indicando um efeito positivo imediato na percepção dos investidores. Isso reflete uma expectativa de que a redução de custos possa melhorar a rentabilidade e a eficiência operacional da empresa. Contudo, a decisão também levanta questões significativas sobre a gestão de pessoal e políticas de governança da companhia, especialmente à luz dos recentes escândalos internos.
- Impactos na imagem da Nestlé:
- Reputação abalada: a decisão foi vista como contraditória à imagem tradicional da Nestlé de empresa estável e socialmente responsável.
- Críticas públicas: consumidores e sindicatos criticaram a falta de diálogo e a magnitude dos cortes, ampliando a pressão nas redes sociais.
- Danos à marca empregadora: o episódio pode dificultar a atração e retenção de talentos, especialmente entre jovens profissionais e públicos que valorizam responsabilidade social.
- Questionamentos sobre propósito: analistas e consumidores passaram a questionar a coerência entre os discursos da companhia sobre bem-estar e suas práticas internas.
- Impactos no mercado e nos negócios:
- Ajuste de custos e reestruturação: a empresa buscou reduzir despesas e aumentar eficiência operacional em resposta à desaceleração econômica e à pressão por margens.
- Reação de investidores: inicialmente, as ações registraram leve alta, reflexo da expectativa de redução de custos, mas a instabilidade reputacional gerou cautela posterior.
- Concorrência fortalecida: rivais do setor de alimentos e bebidas aproveitaram o momento para reforçar mensagens de estabilidade e responsabilidade social.
- Impacto em cadeias locais: fornecedores e parceiros comerciais foram afetados pela reorganização de unidades e diminuição da produção em algumas regiões.
- Desafios de recuperação de imagem: a Nestlé deverá investir em campanhas institucionais e ações de transparência para reconquistar confiança e equilibrar sua reputação corporativa.
Como a mudança na Nestlé foi motivada?
Além dos desafios financeiros, a Nestlé tem enfrentado turbulências em sua liderança. Antes de Navratil, o cargo de CEO era ocupado por Laurent Freixe, que foi demitido após um escândalo envolvendo um relacionamento secreto com uma subordinada, violando o código de conduta da empresa. Este evento levou a uma revisão das práticas de governança da companhia e colocou o então presidente do Conselho de Administração, Paul Bulcke, sob intenso escrutínio. O resultado foi uma mudança na presidência do conselho, com Pablo Isa assumindo o cargo no início de outubro.
Quais são as expectativas para o futuro da Nestlé?

A Nestlé enfrenta agora o desafio de implementar essas mudanças de forma que sustentem seu objetivo de longo prazo. A estratégia de Navratil destaca a necessidade de adaptação às mudanças do mercado global e à evolução das preferências dos consumidores. Embora o corte de empregos seja uma medida difícil, a marca busca se posicionar para um crescimento sustentável, melhorando sua eficiência e afinando suas operações para um cenário econômico volátil.
A reestruturação da Nestlé não apenas ajudará na redução dos custos, mas também reforçará uma nova direção sob a liderança de Navratil, que almeja preparar a empresa para futuras oportunidades e desafios. As demissões são vistas como parte de uma estratégia maior para promover um ambiente de negócios mais ágil e inovador, aderindo às novas tendências do setor e às expectativas dos acionistas.
FAQ sobre demissões na Nestlé
- Por que a Nestlé decidiu aumentar a meta de redução de custos? A decisão de aumentar a meta de redução de custos foi tomada para se alinhar às expectativas dos investidores e preparar a empresa para desafios futuros no mercado global cada vez mais competitivo.
- Como a nova liderança pretende abordar os desafios enfrentados pela Nestlé? Philipp Navratil, novo CEO, planeja priorizar a eficiência e a inovação, além de realizar ajustes estratégicos para melhor atender às exigências do mercado e dos consumidores.
- O que levou à demissão do antigo CEO, Laurent Freixe? Laurent Freixe foi demitido após a descoberta de um relacionamento inapropriado com uma funcionária, que violava o código de conduta da Nestlé, levando a uma revisão de sua governança interna.
- Qual foi a reação dos acionistas às demissões em massa? Apesar das preocupações com relação ao impacto social, os acionistas reagiram positivamente às demissões, visto que as ações da Nestlé subiram significativamente após o anúncio, refletindo uma expectativa de melhoria financeira.