O transporte rodoviário está prestes a passar por uma revolução sustentável na França, com o lançamento do primeiro sistema de estrada eletrificada sem fios do país. Este projeto inovador surge como um marco na descarbonização da mobilidade, unindo tecnologia de ponta e preocupações ambientais. Desenrolando-se ao longo de 2 km da autoestrada A10, que conecta Paris a Bordéus, o sistema permite o carregamento de veículos elétricos (VEs) em movimento, utilizando um sistema de indução sem fios. Esta realização é fruto do trabalho conjunto entre a Electreon, uma empresa israelita especializada nesta tecnologia, e parceiros como a Vinci.
Como o sistema ERS contribui para a descarbonização?
Sweden is testing an electric road that can charge vehicles while driving. The project, called 'eRoadArlanda', is stated to be part of the Swedish government's plans to build a fossil fuel-free transport system by 2030👏
— Tansu Yegen (@TansuYegen) August 2, 2022
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O sistema ERS (Electric Road System) assenta em bobinas embutidas na estrada que geram campos eletromagnéticos. As bobinas recetoras instaladas em veículos, que vão desde camiões a carros e autocarros, captam essa energia, proporcionando um carregamento contínuo e dinâmico sem necessidade de parar. Este sistema já provou a sua eficácia em condições reais de tráfego, nos primeiros testes conduzidos em protótipos, conferindo uma transferência de potência superior a 200 kW em média.
A implementação deste tipo de infraestrutura é crucial num contexto onde o transporte rodoviário é responsável por cerca de um terço das emissões de gases de efeito estufa na França. Os dados do Governo francês indicam que os sistemas ERS podem diminuir até 86% das emissões de CO₂ dos transportes de mercadorias, uma redução significativa em comparação com os veículos a gasóleo tradicionais. Estes sistemas atuam como uma janela para a transição energética e podem estimular um impulso tecnológico nos transportes coletivos e individuais.
Por que a rodovia A10 foi escolhida?
A escolha da autoestrada A10 para este projeto não foi aleatória. Trata-se de uma das principais vias de ligação entre a capital e o sudoeste do país, sendo estratégica para demonstrações de tecnologia de transporte de ponta. Através desta via, é possível monitorar o funcionamento do sistema em diferentes tipos de veículos e analisar a viabilidade econômica de uma implementação mais ampla. O sucesso inicial dos testes nesta rodovia poderá determinar a escalabilidade e eficácia do projeto em outras localidades.
Quais são as expectativas para o futuro dos sistemas ERS?
Com o sucesso dos testes na A10, a França tem planos ambiciosos para expandir essa tecnologia por todo o território. O projeto de eletrificação visa converter, até 2030, um total de 5000 km de estradas, com o objetivo de alcançar 9000 km até 2035. Embora o foco inicial sejam as frotas comerciais, essa rede pode eventualmente ser expandida para veículos individuais, criando uma vasta infraestrutura nacional que facilita o carregamento de veículos elétricos durante o seu percurso.
A Vinci, parceira da Electreon, indica que o propósito é criar um modelo que sirva de exemplo para outras nações adotarem tecnologias sustentáveis na luta contra as mudanças climáticas. Além disso, apontam que a França está preparada para se posicionar como líder no desenvolvimento de infraestruturas de transporte inteligentes e energeticamente eficientes.
FAQ sobre nova rodovia
- Como funciona o carregamento por indução em movimento? O carregamento por indução utiliza campos eletromagnéticos gerados por bobinas embutidas no pavimento da estrada, que transferem energia para bobinas recetoras instaladas nos veículos elétricos.
- Quais são as vantagens econômicas dos sistemas ERS? Os sistemas ERS podem reduzir custos operacionais de transportes ao eliminar a necessidade de paradas para carregamento, mantendo os veículos em constante movimento e otimizando a utilização das baterias.
- Qual é o impacto ambiental esperado desta tecnologia? A principal contribuição ambiental dos sistemas ERS é a significativa redução das emissões de CO₂, contribuindo para a mitigação dos efeitos das mudanças climáticas.
- Os veículos atuais podem ser adaptados para utilizar esta tecnologia? Protótipos de veículos comerciais já estão sendo adaptados com bobinas receptoras para testar a tecnologia, mas uma mudança em larga escala requereria atualização tecnológica em grande parte da frota existente.