A segurança pública no Brasil emerge como uma questão central e controversa, capturando a atenção da sociedade diante das complexidades da criminalidade e das políticas governamentais. O mais recente levantamento divulgado pelo Paraná Pesquisas ilustra essa tensão, apontando que 45,8% dos brasileiros acreditam que a segurança pública se deteriorou sob a gestão do atual presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva.
Quais são os principais resultados da pesquisa?
Realizada entre os dias 21 e 24 de outubro de 2025, a pesquisa entrevistou 2.020 eleitores distribuídos por 162 municípios brasileiros, revelando percepções variáveis de acordo com regiões e grupos demográficos. A súbita divulgação dos resultados coincide notavelmente com uma megaoperação contra o crime organizado ocorrida no Rio de Janeiro, acentuando o clima de incerteza e debate sobre as estratégias nacionais de segurança. O estudo retrata um cenário de descontentamento generalizado, mas com nuances regionais e demográficas. A nível nacional, 45,8% dos entrevistados acreditam que a segurança pública piorou, em contraste com 33,9% que acham que não houve mudanças e 17,2% que percebem melhorias. A percepção de piora se destaca mais intensamente na Região Sul, onde 53,8% dos eleitores expressaram essa visão.
Essa insatisfação, no entanto, não é uniforme em todo o país. No Sudeste, 47,5% dos respondentes compartilham a opinião pessimista, enquanto no Norte e Centro-Oeste, 44,7% têm a mesma percepção. Curiosamente, o Nordeste, embora apresente o menor índice de percepção negativa (39,9%), ainda não reflete um saldo positivo sobre a atuação do governo em termos de segurança pública.
Como a religião enxerga o governo Lula?
A dimensão religiosa desempenha um papel relevante ao delinear as perspectivas sobre segurança. Entre os evangélicos, uma expressiva maioria de 51,5% observa uma piora, seguidos de perto pelos católicos, com 45,9%. Essa percepção é acentuada entre aqueles que participaram de cerimônias ou eventos religiosos nos últimos 10 dias, onde 49,0% perceberam o agravamento da situação.
Entretanto, entre adeptos de “outras religiões”, a avaliação difere significativamente: apenas 36,3% veem uma deterioração, enquanto 40,7% acreditam que as condições permaneceram inalteradas. Esse dado sugere que as convicções religiosas e a frequência a atividades religiosas podem influenciar diretamente as percepções individuais sobre temas de segurança pública.
Qual é a percepção das regiões sobre o papel do governo na segurança pública?
Dentre as várias regiões brasileiras, a Sul destaca-se pela resposta majoritariamente negativa, com 53,8% dos participantes expressando descontentamento diante das políticas de segurança. Este percentual pode ser reflexo de ações específicas sentidas mais intensamente na região ou de um quadro pré-existente de insatisfação com a gestão atual.
No Sudeste, que concentra importantes centros urbanos como São Paulo e Rio de Janeiro, 47,5% dos eleitores entrevistados compartilham a percepção de piora, possivelmente influenciados pelos altos índices de criminalidade e pela cobertura midiática sobre o tema. As regiões Norte e Centro-Oeste seguem uma tendência semelhante, indicando uma percepção relativamente uniforme no centro do Brasil.
FAQ sobre pesquisa no governo Lula
- Por que a percepção de segurança pública difere entre regiões? A percepção pode variar devido a fatores como diferenças socioeconômicas, efetividade das políticas locais de segurança e cobertura da mídia nas diferentes regiões.
- Como as megaoperações afetam a opinião pública? Megaoperações podem gerar percepções temporárias de melhoria ou deterioração, dependendo da execução e dos resultados visíveis, além de sua representação mediática.
- Quais são os próximos passos para melhorar a segurança pública? O governo pode considerar a implementação de políticas integradas que incluam reforma policial, investimento social em áreas de risco e colaboração com a sociedade civil para um impacto duradouro.
- Os dados religiosos influenciam diretamente as políticas de segurança? Embora as percepções sejam influenciadas por valores religiosos, as políticas de segurança devem basear-se em dados concretos e estratégias sustentáveis para serem eficazes.
- Como a metodologia da pesquisa pode influenciar os resultados? As características da amostragem, como a distribuição geográfica e demográfica, e o método de coleta de dados, podem influenciar a interpretação e a divulgação dos resultados.