A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) deu um passo importante ao aprovar o uso de Mounjaro para o tratamento de apneia do sono em adultos que sofrem de obesidade. A decisão foi divulgada nessa segunda-feira (20/10) no Diário Oficial da União, reconhecendo a crescente necessidade por tratamentos inovadores no combate a este distúrbio do sono.
A apneia do sono é um distúrbio caracterizado por interrupções repetidas da respiração durante o sono, resultando em uma qualidade de descanso prejudicada e riscos aumentados para várias condições de saúde. Com a aprovação de Mounjaro, que contém a substância ativa tirzepatida, o tratamento ganha uma nova perspectiva, especialmente em pacientes obesos que sofrem deste problema.
Como funciona o Mounjaro?
Inicialmente, Mounjaro foi reconhecido pela Anvisa por sua eficácia no tratamento do diabetes tipo 2. A tirzepatida, seu princípio ativo, tem a capacidade de simular dois hormônios intestinais conhecidos como GLP-1 e GIP. Estes hormônios desempenham um papel crucial no controle do açúcar no sangue e na regulação do apetite. Além de ser utilizado para controle de glicose, há uma tendência em seu uso para perda de peso devido aos efeitos de supressão do apetite proporcionados.
Os resultados de pesquisas recentes também indicam um potencial significativo no uso de tirzepatida para reduzir o risco de diabetes em 94% em adultos com pré-diabetes, ampliando seu espectro de ação além da diabetes, para incluir a apneia do sono.
Qual o impacto do Mounjaro para a apneia do sono?
A aprovação do Mounjaro para o tratamento de apneia do sono representa um avanço significativo, considerando que a obesidade é um dos fatores de risco mais comuns associados a este distúrbio. A apneia do sono não tratada pode levar a complicações graves, incluindo doenças cardiovasculares, hipertensão, e diminuição da qualidade de vida.
Portanto, a introdução de um tratamento eficaz e especificamente aprovado para essa condição em pessoas obesas pode ajudar a mitigar os riscos associados à apneia e melhorar não apenas a qualidade do sono, mas também o bem-estar geral dos pacientes.
Quais os impactos no mercado?
Com a entrada do Mounjaro no Brasil em maio, após seu lançamento pela farmacêutica Eli Lilly, a expectativa era de que o medicamento se tornasse rapidamente uma opção valiosa tanto para pacientes quanto para médicos. A decisão da Anvisa amplia as possibilidades de uso do fármaco em novos contextos, o que pode aumentar ainda mais sua relevância no mercado.
O preço do tratamento mensal, que começa em R$ 1.400, pode ser um fator limitante para alguns pacientes. No entanto, a eficácia comprovada e o potencial para tratar múltiplas condições associadas à obesidade justificam o custo para muitos.
FAQ sobre o uso de Mounjaro
- Mounjaro é seguro para todos os pacientes com apneia do sono e obesidade? A utilização de Mounjaro deve ser sempre prescrita por um profissional de saúde que avaliará a adequação do tratamento para cada paciente individualmente.
- Existem efeitos colaterais conhecidos do uso de Mounjaro? Como qualquer medicamento, Mounjaro pode ter efeitos colaterais. É importante discutir possíveis reações adversas com um médico antes de iniciar o tratamento.
- O uso de Mounjaro exclui outras terapias para apneia do sono? Não. Mounjaro é uma adição ao portfólio de tratamentos disponíveis e pode ser utilizado em conjunto com outras abordagens terapêuticas, dependendo das necessidades do paciente.
- Qual é o mecanismo de ação dos hormônios GLP-1 e GIP na apneia do sono? Estes hormônios ajudam a regular o apetite e o metabolismo do açúcar no sangue, o que pode, indiretamente, contribuir para a melhora dos sintomas da apneia do sono em pacientes obesos.