Na terça-feira (28/10), uma megaoperação policial contra o Comando Vermelho nos complexos do Alemão e da Penha resultou em 64 mortes e 81 prisões, caracterizando-se como a operação mais letal da história do estado do Rio de Janeiro. Contudo, o Ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, comunicou que não houve qualquer solicitação formal do governador Cláudio Castro para a condução dessa operação, reforçando que a responsabilidade pela segurança no estado é das autoridades locais.
Como foi a operação policial no RJ?
Com aproximadamente 2.500 agentes das forças de segurança atuando no cumprimento de 100 mandados de prisão, a operação visava combater a expansão do Comando Vermelho em territórios do Rio de Janeiro. Durante a execução, houve resistência significativa do tráfico, que causou tumulto em várias áreas da cidade, interrompendo o trânsito e criando situações de perigo para a população civil.
Projetada como parte da Operação Contenção, uma iniciativa estadual permanente, essa intervenção nas comunidades foi acompanhada de retaliações que destacaram a complexidade das operações policiais em áreas controladas por facções criminosas. Embora o número de mortes indique a gravidade do confronto, as reações dos residentes e da sociedade civil refletem um misto de medo e urgência por soluções mais efetivas e seguras.
Como o ministro Lewandowski reagiu?
ATENÇÃO: o ministro Ricardo Lewandowski sugeriu que o governador bolsonarista, Cláudio Castro, DECLARE A INCAPACIDADE DO SEU GOVERNO de cuidar da segurança do Rio de Janeiro e transfira a responsabilidade pro governo federal.pic.twitter.com/DhpCN9Vmxg
— Vinicios Betiol (@vinicios_betiol) October 28, 2025
Durante uma cerimônia para receber o título de Cidadão Cearense na Assembleia Legislativa do Ceará, Lewandowski enfatizou que não recebeu qualquer contato do governador Cláudio Castro referente à operação. Ele destacou que, apesar da assistência oferecida por forças federais, estas têm um papel limitado e não são coadjuvantes das polícias estaduais. O ministro também recordou a colaboração com o governo do Rio no início do ano, quando pediu a transferência de líderes do crime organizado para presídios federais de segurança máxima.
Em seu discurso, Lewandowski reiterou a importância de inteligência no combate ao crime organizado, defendendo estratégias que integrem planejamento meticuloso e coordenação entre as várias forças envolvidas no combate à criminalidade. Ele expressou condolências às famílias dos mortos, reafirmando o compromisso do Ministério da Justiça em auxiliar dentro de suas competências.
“Não recebi nenhum pedido do governador do Rio de Janeiro, enquanto ministro da Justiça e Segurança Pública, para esta operação, nem ontem, nem hoje, absolutamente nada”, disse o ministro da Justiça Ricardo Lewandowski.
Quais as implicações para a segurança pública?
A operação desencadeou uma série de debates sobre a eficácia e a ética das ações policiais em áreas densamente povoadas. A resposta do tráfico, com bloqueios e represálias, ilustra não apenas a resistência das facções, mas também as tensões persistentes entre forças de segurança e comunidades. Este cenário continua a exigir não apenas ação policial direta, mas também políticas que vão além da repressão, buscando a prevenção através de inteligência e programas sociais eficazes.
Incidentemente, enquanto o ministro discursava no Ceará, ele também participou do II Fórum Global sobre Violência Doméstica, evidenciando a diversidade de questões enfrentadas pelo Ministério da Justiça. Mesmo fora do Rio, a sua presença em eventos nacionais e internacionais reforça o papel coordenador das autoridades federais no tratamento de temas complexos que cruzam as fronteiras estaduais.
Qual o futuro da segurança pública no Rio de Janeiro?
A operação mais letal do estado levanta questões sobre o futuro da segurança pública no Rio de Janeiro. A busca por soluções que combinem repressão e inteligência mostra-se cada vez mais necessária, com a colaboração interestadual sendo uma peça-chave na efetividade dessas estratégias. A integração das forças de segurança, unindo esforços federais e estaduais, parece ser um caminho promissor para enfrentar o desafio que o Comando Vermelho e outras facções representam para a ordem pública.
Desafios de infraestrutura, a sobrecarga nas cadeias estaduais e a constante ameaça de retaliação por parte do crime organizado são barreiras significativas. Neste contexto, as ações devem ser multidimensionais, envolvendo não apenas o aumento de operações policiais, mas também o investimento em tecnologia de inteligência e a implementação de programas sociais que possam oferecer alternativas à juventude das comunidades afetadas.
FAQ sobre Lewandowski e operação no RJ
- O que é o Comando Vermelho? O Comando Vermelho é uma das facções criminosas mais antigas e influentes do Brasil, conhecida por sua atuação no tráfico de drogas e outras atividades ilícitas.
- Por que operações policiais em favelas são tão complexas? Devido à densidade populacional e à presença de facções armadas, operações nessas áreas exigem planejamento detalhado para minimizar riscos aos civis e aos próprios agentes.
- Quais são os papéis das forças federais em operações estaduais? As forças federais, como a Polícia Federal, auxiliam em questões que excedem a capacidade estadual, no entanto, sua atuação é limitada e complementar ao trabalho das polícias locais.
- Há como evitar conflitos durante operações policiais? A prevenção e a inteligência são essenciais para se antecipar a reações violentas, mas devido à natureza dos conflitos, nem sempre é possível evitar o confronto.