Um episódio significativo de tensão emergiu no Supremo Tribunal Federal (STF) na última quarta-feira (15/10), quando debates acalorados entre os ministros Gilmar Mendes e Luiz Fux culminaram na interrupção dos trabalhos do tribunal. A discórdia se intensificou após críticas feitas por Gilmar Mendes à famosa Operação Lava Jato. Esses comentários fizeram com que Fux se afastasse do plenário, gerando um clima de desconforto entre os demais membros da corte.
O incidente ocorreu durante o julgamento de um processo trabalhista, no qual Gilmar Mendes não hesitou em criticar veementemente a força-tarefa de Curitiba. Ele chegou a chamar os procuradores envolvidos de “cretinos” e apontou desvios de recursos administrados por membros do Ministério Público. Fux, que já havia confrontado Mendes em discussões anteriores naquele dia, decidiu deixar o plenário, o que foi visto como um sinal de descontentamento.
Como foram as declarações de Gilmar Mendes?

Segundo informações da Folha de SP, as palavras de Gilmar Mendes foram contundentes e se concentraram em criticar as ações e a moralidade dos envolvidos na Operação Lava Jato. Mendes associou a operação a tentativas de manobras financeiras suspeitas, como a criação de um fundo bilionário com recursos da Petrobras. Além disso, Gilmar Mendes mencionou o processo de Sergio Moro, ex-juiz da Lava Jato, como exemplo do conflito que se instalou nas decisões judiciais recentes.
Nesse contexto, as críticas de Mendes geraram desconforto não só para Fux, mas também para outros ministros do STF. Ao relatar que havia sido alvo de uma proposta de terapia por parte de Gilmar, a discussão escalou quando o decano o chamou de “figura lamentável”. Mendes também alfinetou Fux por interferir no processo em que Sergio Moro tentava reverter uma decisão judicial contra ele.
Como a saída de Fux impactou?
O embate entre os ministros teve implicações significativas para a dinâmica interna do STF. A saída de Fux do plenário foi percebida como um gesto de protesto, e o encerramento rápido da sessão pelo presidente Edson Fachin evidenciou a gravidade da situação. Este evento lançou luz sobre as tensões latentes na corte em relação à Lava Jato e seus desdobramentos políticos e jurídicos mais amplos.
Além disso, a discussão suscitou preocupações sobre a capacidade do tribunal de manter um ambiente de trabalho civilizado e produtivo, essencial para o cumprimento de seu papel central na justiça brasileira. Com isso, a reação pública e a cobertura midiática foram intensas, contribuindo para um cenário de apreensão sobre o futuro das deliberações do STF.
Como o STF lida com tais conflitos?

Conflitos internos dentro de órgãos judiciais como o STF não são eventos inéditos. Entretanto, o modo como são enfrentados pode influenciar a percepção pública e a credibilidade da instituição. Neste caso, as tensões revelaram a complexa teia de relações pessoais e políticas que podem influenciar o julgamento de importantes questões nacionais.
Para muitos observadores, a resolução pacífica de tais embates depende do diálogo contínuo e do respeito mútuo entre os membros da corte. Em um contexto onde questões críticas de justiça e governança estão em jogo, a coesão institucional é fundamental para garantir decisões que reflitam o interesse e a justiça para com a sociedade brasileira.
FAQ sobre Gilmar e Fux
- O que levou Gilmar Mendes a criticar a Lava Jato? As críticas de Mendes à Lava Jato decorrem de divergências sobre a integridade e a transparência das investigações, além de questionamentos sobre o uso de recursos públicos.
- Qual foi a reação de outros ministros ao conflito? Embora nem todos tenham se manifestado publicamente, relatos indicam que muitos ministros ficaram incomodados com o tom das discussões e as implicações para a imagem da corte.
- Como esse incidente pode afetar futuros julgamentos no STF? O incidente pode influenciar a forma como os ministros interagem em futuras sessões, potencialmente afetando o ambiente de deliberação e as estratégias de julgamento adotadas.