Na manhã desta sexta-feira (3/10), os Estados Unidos (EUA) realizaram mais um ataque contra uma embarcação no Caribe, que foi classificada como um “barco de narcotráfico”. O secretário de Defesa, Pete Hegseth, anunciou a operação nas redes sociais, informando que o ataque resultou na morte das quatro pessoas a bordo. Este incidente é parte de uma série de ações militares similares que têm ocorrido na região desde o início de setembro.
Os ataques no Caribe, realizados sob o governo Donald Trump, foram justificados como parte de um esforço para combater cartéis de drogas, recentemente designados como organizações terroristas. O governo argumenta que tais embarcações representam uma ameaça direta, operando rotas de tráfico que visam os Estados Unidos, embora existam controvérsias sobre a legalidade dessas operações nas águas internacionais.
Qual é a justificativa para os ataques no Caribe?
Donald Trump divulga vídeo da explosão de mais um barco venezuelano que, segundo ele, levava drogas para os EUA pic.twitter.com/m956exkiK3
— Sam Pancher (@SamPancher) October 3, 2025
De acordo com Hegseth, o ataque mais recente foi conduzido sob ordens diretas do presidente Trump, em resposta ao que foi descrito como uma ameaça contínua dos cartéis de drogas. O secretário de Defesa afirmou que a inteligência confirmou inequivocamente que a embarcação atacada estava envolvida no tráfico de entorpecentes e que os indivíduos a bordo eram narco-terroristas. Ele explicou ainda que o barco carregava grandes quantidades de drogas com destino aos Estados Unidos, com o objetivo de “envenenar” o povo americano.
A administração Trump tem sustentado que, ao designar esses cartéis como organizações terroristas, se justifica o uso de força militar sob o pretexto de conflito armado. Em várias ocasiões, o secretário de Estado, Marco Rubio, também destacou que os alvos dos ataques estavam ligados a rotas de tráfico conhecidas.
Por que os ataques geraram polêmica?

Vários especialistas em direito e legisladores expressaram preocupações sobre a legalidade dessas operações. Em particular, questiona-se a legitimidade do uso de força militar em ações que podem não representar uma ameaça iminente aos Estados Unidos. Um caso citado envolveu uma embarcação que, segundo a CNN, estava retornando antes de ser atacada, sugerindo que não representava uma ameaça direta.
Em resposta a essas preocupações, o Pentágono enviou uma carta ao Congresso declarando que os Estados Unidos se encontram em “conflito armado” com os cartéis de drogas. Os traficantes, nessa perspectiva, são tratados como “combatentes ilegais”, permitindo o uso da força. Essa declaração implica que essas ações militares são parte de uma campanha de longo prazo e não apenas atos isolados de legítima defesa.
Quais são as implicações para as relações EUA-Venezuela?
Os ataques nas proximidades da costa da Venezuela têm potencial para agravar as tensões entre os Estados Unidos e o governo de Nicolás Maduro. Em resposta aos eventos, Maduro anunciou que poderia declarar um estado de emergência para proteger o país contra possíveis ataques das forças armadas norte-americanas. Além disso, há uma preocupação crescente sobre como essas operações podem impactar a estabilidade regional e as relações diplomáticas.
- Aumento da tensão militar: Os EUA realizaram múltiplos ataques a embarcações no Caribe, resultando em mortes e destruição de embarcações. Essas ações são justificadas como parte de uma campanha contra o narcotráfico, mas são vistas por Caracas como provocativas e uma ameaça à sua soberania.
- Mobilização de forças venezuelanas: Em resposta, a Venezuela tem mobilizado suas forças armadas e milícias, realizando exercícios militares e denunciando as ações dos EUA como provocativas.
- Declaração de “conflito armado” pelos EUA: O governo dos EUA declarou um “conflito armado” com cartéis latino-americanos, tratando traficantes como combatentes ilegais. Essa classificação tem sido criticada por especialistas legais e é vista por Caracas como uma justificativa para ações militares sem respaldo internacional.
- Reforço da presença militar dos EUA: Os EUA aumentaram significativamente sua presença militar no Caribe, incluindo o envio de destróieres e submarinos nucleares. Embora oficialmente voltadas para operações antinarcóticos, essas movimentações são interpretadas por Caracas como preparações para uma possível intervenção.
- Reações diplomáticas e legais: A Venezuela tem denunciado as ações dos EUA em fóruns internacionais, acusando-os de violações de soberania e direitos humanos. Além disso, há críticas internas e externas sobre a legalidade dos ataques realizados pelos EUA.

FAQ sobre relação EUA e Venezuela
- Os ataques dos EUA são uma nova estratégia de combate ao tráfico de drogas? Sim, a designação de cartéis de drogas como organizações terroristas permite que os Estados Unidos usem operações militares de maneira mais agressiva para combater o narcotráfico.
- Como a comunidade internacional está reagindo a essas ações no Caribe? A reação é mista. Alguns países expressam preocupação com a violação do direito internacional, enquanto outros apoiam os esforços dos EUA em combater o tráfico de drogas.
- O fato de ocorrerem em águas internacionais torna os ataques legais? Essa é uma questão complexa, pois embora as operações em águas internacionais possam ser justificadas sob certas circunstâncias, ainda assim levantam questões sobre a soberania e o direito internacional.
- Quais são os riscos de uma escalada de conflitos na região devido a estas ações? Os riscos incluem tensões diplomáticas acentuadas com países como a Venezuela, potencial para conflitos armados regionais e impactos na segurança marítima.