É mito que bancos embutem cobranças abusivas? Essa é uma dúvida comum entre quem está endividado e quer entender como sua dívida cresceu tanto em pouco tempo. Segundo o advogado Henrique Troijo, especialista em direito bancário e atuante na defesa de consumidores e empresários, a resposta pode estar em contratos cheios de taxas e seguros pouco transparentes.
Com mais de 40 mil seguidores nas redes sociais no perfil @adv.bancario, Henrique compartilhou um alerta sobre os três piores bancos para quem está endividado em 2025. A análise se baseia em experiências reais de seu escritório, onde atende diariamente pessoas com problemas em renegociações de crédito, cartões, financiamentos e empréstimos.
Por que o Bradesco está entre os bancos mais perigosos?
Segundo o advogado, o Bradesco é o terceiro pior banco para quem deve dinheiro em 2025. Ele observa com frequência contratos com cobranças de seguros não solicitados pelos clientes e taxas desproporcionais, elevando significativamente o valor total da dívida e dificultando qualquer tentativa de renegociação.
Casos assim não são isolados. Há decisões judiciais que condenaram o Bradesco por cobrança de produtos não contratados, como seguros pessoais e cestas de serviços. O Tribunal de Justiça do Maranhão determinou a devolução em dobro de valores cobrados indevidamente. Para quem enfrenta dificuldades financeiras, essas cobranças podem agravar ainda mais a situação.

Bancos digitais transformam dívidas pequenas em enormes?
Henrique alerta que bancos digitais, como C6 Bank, Nubank e Wilbank, representam o segundo maior risco. Ele relata clientes com dívidas de R$ 3 mil a R$ 4 mil que, com juros aplicados, se tornaram valores desproporcionais. Embora a referência a “quase R$ 1 milhão” seja hipérbole, a mensagem é clara: os juros podem se tornar impagáveis.
De fato, essas instituições têm taxas de juros elevadas. No Nubank, o crédito rotativo pode chegar a 19,99% ao mês. O Banco Central aponta que a taxa média do crédito rotativo gira em torno de 430% ao ano. Apesar de legal, isso torna a dívida quase impossível de pagar sem planejamento.
Cooperativas de crédito são realmente perigosas?
O maior alerta é sobre cooperativas de crédito como Crefisa, Cresol e Cincrede. Elas costumam judicializar dívidas rapidamente, mesmo abaixo de R$ 1.000, colocando o consumidor em risco de ter o nome protestado, bens bloqueados ou salário penhorado.
O Superior Tribunal de Justiça reconhece que créditos entre cooperativas e cooperados têm natureza extra concursal, ou seja, não se submetem às regras de recuperação judicial e podem ser executados diretamente. Há ainda várias ações judiciais em andamento que confirmam esse tipo de cobrança.

Qual o risco real de se endividar com essas instituições?
Cada instituição apresenta um risco específico. No Bradesco, cobranças podem passar despercebidas e elevar a dívida. Nos bancos digitais, o problema é o rápido crescimento dos juros. Nas cooperativas, a questão é a rapidez e firmeza da cobrança judicial.
O impacto para o consumidor pode ser grave: aumento inesperado da dívida, bloqueio de bens e contas. Por isso, a orientação é ler contratos com atenção, questionar valores suspeitos e buscar ajuda especializada assim que surgir qualquer problema. Conhecer seus direitos e agir rapidamente evita dores de cabeça maiores.
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Quais fontes comprovam essas informações?
- Banco Central do Brasil: https://www.bcb.gov.br
- Tribunal de Justiça do Maranhão (TJMA): https://www.tjma.jus.br
- Superior Tribunal de Justiça (STJ): https://www.stj.jus.br