Em situações em que um inquilino atrasa o pagamento do aluguel, a Lei do Inquilinato, Lei 8.245/91, oferece soluções legais específicas, protegendo tanto os direitos do locador quanto do locatário. Na prática, muitos proprietários podem ficar tentados a tomar medidas drásticas, como cortar serviços essenciais ou trocar as fechaduras do imóvel, mas essas ações são consideradas ilegais e podem resultar em indenizações em favor do inquilino. Portanto, a abordagem correta requer seguir o protocolo legal definido.
A ação de despejo por falta de pagamento é o método formal para resolver tais conflitos. Esse procedimento legal permite que o juiz revise os atrasos no aluguel e, se julgado necessário, emita uma ordem para a desocupação do imóvel. Sob orientação de um advogado especialista em direito imobiliário, como Flávio Gomes Miranda, pode-se garantir uma condução adequada e segura do processo.
O que é e como funciona a ação de despejo por falta de pagamento?
A ação de despejo por falta de pagamento é um mecanismo legal utilizado para garantir que imóveis alugados sejam ocupados por quem cumpre suas obrigações financeiras.
- Início do processo: o locador entra com a ação judicial apresentando provas da inadimplência do inquilino.
- Intervenção do judiciário: somente o tribunal pode determinar a desocupação do imóvel, garantindo que o despejo seja legal.
- Possibilidade de quitação: se o inquilino pagar a dívida dentro do prazo estabelecido, o processo pode ser encerrado sem perda do imóvel.
O foco desse recurso é equilibrar a proteção do proprietário com a oportunidade de regularização do inquilino, evitando prejuízos desnecessários.

Por que a documentação da inadimplência é indispensável?
Documentação adequada é crucial antes de iniciar uma ação de despejo. Isso inclui o contrato de locação, recibos de pagamento em atraso e notificações enviadas ao inquilino. A comunicação prévia deve ser feita formalmente, preferencialmente por cartório ou Aviso de Recebimento (AR), proporcionando ao inquilino a chance de regularizar sua situação ou desocupar o imóvel voluntariamente. Além de fortalecer o direito do locador em juízo, a documentação correta previne questionamentos sobre possíveis falhas no processo de cobrança.
Quais são os passos essenciais para ingressar com a ação de despejo?
Para ingressar com uma ação de despejo por falta de pagamento, é essencial seguir etapas específicas que garantam a legalidade do processo e protejam os direitos do locador. Abaixo, apresentamos uma tabela resumida com os passos essenciais:
Etapa | Descrição |
---|---|
1. Petição inicial | Apresentar a ação ao judiciário com provas da dívida e registro da tentativa de notificação ao inquilino. |
2. Pedido de liminar | Solicitar a liminar para desocupação rápida do imóvel, que pode ser concedida em até 15 dias. |
3. Prosseguimento do processo | Caso a liminar não seja concedida, o processo continua até a decisão final do juiz. |
4. Prazo para desocupação | A decisão final pode conceder até 30 dias adicionais para que o inquilino desocupe o imóvel. |
5. Assistência jurídica | Contar com um advogado é obrigatório para garantir a legalidade do processo e orientar sobre estratégias. |
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Por que evitar medidas extrajudiciais prejudiciais ao inquilino?
Medidas como cortar água, energia elétrica ou bloquear o acesso do inquilino ao imóvel são consideradas coação. Essas ações, sem o devido respaldo judicial, podem culminar em processos de indenização e responsabilização civil contra o locador. Mesmo quando inadimplentes, os inquilinos mantêm direitos que os protegem de ações arbitrárias. Seguir o trâmite judicial é a única forma segura para o locador reaver seu imóvel sem riscos adicionais.
A assistência legal é realmente obrigatória no processo de despejo?
Sim, a representação por um advogado ou defensor público é obrigatória. Isso não apenas assegura que o processo seja conduzido dentro dos parâmetros legais, mas também garante que todas as etapas, desde a notificação até a execução da sentença, sejam devidamente atendidas. Essa abordagem protege os interesses do proprietário e reduz os riscos de complicações legais. Ao buscar orientação jurídica adequada, o locador minimiza erros que poderiam atrasar o processo ou gerar prejuízos financeiros.
A compreensão completa da Lei do Inquilinato e a adesão estrita aos procedimentos legais são essenciais para efetuar um despejo. Seguir o caminho correto não apenas previne litígios desnecessários, mas também alinha o processo com as diretrizes legais vigentes.
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FAQ sobre despejo por falta de pagamento:
- É possível negociar a dívida antes de entrar com a ação de despejo?
Sim. Muitas vezes, um acordo extrajudicial pode ser feito entre locador e inquilino para evitar a judicialização do conflito. - O inquilino pode ser despejado por atraso de apenas uma parcela?
Em regra, a ação pode ser proposta com base em qualquer inadimplência, mas vale consultar o contrato e a orientação de um advogado para avaliar o caso específico. - A dívida de aluguel pode ser quitada após o início da ação de despejo?
Sim. Se o inquilino pagar a dívida integralmente até a audiência, o processo pode ser extinto, mantendo sua posse do imóvel. - Qual o prazo médio para desocupação após decisão judicial?
Depende do caso e da liminar, mas geralmente o prazo varia de 15 a 30 dias após determinação do juiz. - O locador pode reter bens do inquilino após o despejo?
Não. Reter bens é ilegal, podendo gerar responsabilização do locador. - Quais são os custos do processo de despejo?
Além dos honorários advocatícios, podem existir custas judiciais, mas em alguns casos o locador pode obter gratuidade se comprovar insuficiência de recursos.