Uma nova reviravolta envolveu o nome de Filipe Martins, ex-assessor do ex-presidente Jair Bolsonaro, quando sua advogada norte-americana, Ana Schaffert, manifestou forte preocupação em relação às ações da Polícia Federal (PF) do Brasil. Em publicação realizada na plataforma X nessa segunda-feira (20/10), Schaffert criticou severamente o ofício da PF que sugere um novo inquérito contra advogados e jornalistas que expressaram oposição à prisão de Martins. Esta ação foi classificada por ela como uma tentativa de “intimidação“, levantando um debate intenso sobre ética e legalidade em investigações judiciais.
A advogada americana destacou que, desde o início do processo envolvendo Filipe Martins, sua equipe se empenhou em desmascarar acusações infundadas que foram direcionadas ao seu cliente. Segundo a advogada, havia uma narrativa falsa, alegando que Martins tivesse viajado para os Estados Unidos em dezembro de 2022, algo que foi utilizado como justificativa para a prisão preventiva. Trabalhando de forma meticulosa, a equipe de Schaffert apresentou documentação comprobatória às autoridades dos Estados Unidos, revelando que os registros de imigração haviam sido forjados. Esta alegação foi posteriormente confirmada pelo Customs and Border Protection (CBP), entidade governamental responsável pela fiscalização de fronteiras.
Como a advogada reagiu?
PT: MINHA RESPOSTA À INTIMIDAÇÃO DA POLÍCIA FEDERAL BRASILEIRA NO CASO DE FILIPE MARTINS
— Ana Schaffert (@AnaSchaffert) October 21, 2025
Como cidadã americana e advogada licenciada nos Estados Unidos, com vasta experiência em direito imigratório, tenho atuado ativamente no caso de Filipe Martins desde o seu início. Minha…
As reações de Schaffert ao possível novo inquérito levantado pela Polícia Federal são contundentes. Ela ressalta que as ações da PF minam a confiança pública no sistema de justiça, criando um cenário onde a defesa técnica pode ser confundida com crime. Ao atuar assim, a PF estaria desviando o foco da investigação central. Para a advogada, o foco deve se concentrar em descobrir os responsáveis pela suposta manipulação dos dados migratórios.
Nesse contexto, Schaffert sublinha que “criminalizar a advocacia e o debate público não é justiça, é retaliação”. Essa frase resume bem o sentimento de muitos juristas e comunicadores envolvidos, que veem as investigações não como busca pela verdade, mas como uma tentativa de silenciar vozes críticas.
Qual a posição da defesa de Filipe Martins?
A posição tomada por Ana Schaffert recebe apoio significativo da defesa brasileira de Filipe Martins. A defesa local já havia expressado críticas ao delegado Fábio Alvarez Shor, acusando-o de “negligência e desvio de finalidade” em sua condução das investigações relacionadas à Operação Tempus Veritatis. Para muitos, essas investigações são vistas como um movimento político projetado para beneficiar interesses específicos.
As alegações de abuso de poder relacionadas à PF não são novas no cenário brasileiro. Nos últimos anos, diversas operações foram questionadas por supostamente excederem os limites éticos, colocando em xeque a imparcialidade de algumas investigações. A figura de Schaffert, ao envolver-se nesse caso, traz uma perspectiva internacional importante, ressaltando padrões éticos que devem ser mantidos não apenas no Brasil, mas em qualquer jurisdição que valorize o devido processo legal.
Quais os próximos passos?
A situação atual em torno do caso de Filipe Martins reflete uma série de complexidades em relação ao uso da autoridade policial e as garantias legais. A opinião pública está dividida; enquanto alguns apoiam as medidas adotadas pela PF como necessárias, outros a veem como um exemplo preocupante de intimidação e possível abuso de poder.
O futuro das investigações depende de como a defesa de Martins e as autoridades judiciais irão agir. Se os vínculos políticos forem desfeitos e a verdade completa sobre a suposta manipulação de dados for exposta, pode-se esperar um impacto significativo não só no destino de Martins, mas na maneira como tais casos são geridos no Brasil.