A geração Z está redesenhando o cenário da moda com a tendência “Do It Yourself (DIY)”, onde a customização de roupas se torna uma poderosa forma de expressão de identidade. Essa prática tem se popularizado entre os jovens que buscam diferenciação em um mundo marcado pelo consumo em massa. Através de vídeos tutoriais em plataformas como TikTok e Instagram, aprender técnicas de costura e customização de forma rápida e prática tornou-se acessível, democratizando o acesso ao conhecimento e incentivando a criatividade coletiva. Exemplos práticos desse movimento incluem personalização de jaquetas jeans com bordados feitos à mão, aplicação de patches e tecidos coloridos em camisetas básicas, além de calças customizadas com pinturas e técnicas tie-dye.
Essa tendência vai além de um simples hobby. Customizar suas próprias peças de roupa permite que os jovens imprimam autenticidade em seu estilo pessoal, ao mesmo tempo em que se posicionam contra a moda de massa. É uma maneira eficaz de se destacar, comunicando uma mensagem de individualidade. Essa prática é especialmente atraente em tempos de dificuldade econômica, onde encontrar formas mais baratas de se expressar sem sacrificar o estilo tem um valor inestimável. Muitos membros da geração Z têm promovido “swap parties”, eventos para trocar e customizar roupas com amigos, e utilizado técnicas de upcycling para transformar roupas antigas em novas peças, como transformar camisetas largas em croppeds e vestidos vintage em conjuntos modernos.
O interesse em atividades manuais como a costura tem mostrado um crescimento significativo entre a geração Z. Segundo levantamento do Instituto Locomotiva, 65% dos jovens dessa geração buscam atividades manuais como forma de expressão criativa e geração de renda. Este aumento de interesse se refletiu nas vendas de máquinas de costura, com a Brother Brasil registrando um aumento de 74% nas vendas em 2024, em comparação ao ano anterior. Este movimento foi impulsionado, em parte, pela pandemia, que levou muitos a buscar hobbies manuais e sustentáveis como o “faça você mesmo”, valorizando o autocuidado e a criatividade.
As redes sociais desempenham um papel crucial na disseminação do DIY entre a Geração Z. Plataformas como TikTok, Instagram e YouTube não só fornecem acesso a tutoriais gratuitos e dicas de customização, mas também criam uma rede de apoio e inspiração contínua entre jovens criadores. Este ambiente digital não só facilita a troca de ideias, mas também aumenta a visibilidade de novos talentos e tendências, reforçando o movimento DIY como uma subcultura vibrante e em crescimento.
Como a customização impacta o comportamento socioeconômico da geração Z?
Para muitos jovens da geração Z, a opção por customizar roupas está ligada à sustentabilidade e à economia. O reaproveitamento de peças antigas não só reduz despesas, mas também contribui para uma moda mais consciente e amigável ao meio ambiente. Este aspecto reflete uma preocupação crescente com o descarte têxtil e o impacto ambiental da indústria da moda, incentivando práticas que minimizem o consumo excessivo. Jovens criadores têm desenvolvido, por exemplo, bolsas a partir de camisetas recicladas e tênis que recebem desenhos exclusivos feitos à mão, compartilhando tutoriais detalhados dessas criações nas redes sociais.
Empresas antenadas a essa nova mentalidade têm adotado estratégias criativas para se aproximar dos consumidores dessa geração. Criar campanhas que incentivem o “faça você mesmo”, oferecendo oficinas online e kits de customização, não só engaja o público-alvo, como também posiciona essas marcas como parceiras da criatividade e da inovação. Essa colaboração entre consumidores e marcas beneficia ambas as partes, promovendo um ambiente de troca onde ideias e produtos se fortalecem mutuamente. No Brasil, por exemplo, marcas como a FARM e a Renner já lançaram coleções colaborativas ou kits de personalização para atender a esse novo perfil de consumidor.
Qual é o papel das comunidades digitais nessa nova febre?
Além do universo individual, a personalização de roupas transformou-se em um ponto de encontro para jovens criadores em comunidades online. Nestes espaços, técnicas, inspirações e conquistas são livremente compartilhadas e discutidas. Este ambiente colaborativo fomenta a inovação e o aprendizado contínuo, onde erros são vistos como oportunidades de aprendizado, fortalecendo uma cultura de desenvolvimento coletivo. Muitos influenciadores da geração Z, como @thaisfarage, @dandara_pagu e @bydiez no Instagram, compartilham diariamente dicas, desafios de customização e “antes e depois” de peças transformadas por seus seguidores.
A jornada de quem customiza tem ainda desdobramentos profissionais. Criadores que começam personalizando objetos por hobby frequentemente transformam sua paixão em negócios lucrativos. E-commerce e redes sociais são aliadas fundamentais nesse processo, aumentando o alcance e possibilitando a venda de produtos exclusivos feitos à mão, que carregam a marca pessoal de seus criadores. Além disso, muitos jovens buscam se aperfeiçoar por meio de cursos livres e parcerias com outros criadores, enriquecendo ainda mais o ecossistema criativo em torno da personalização. Um exemplo é o sucesso de lojas no Etsy e no Enjoei, onde jovens da geração Z vendem suas peças customizadas e até ensinam como iniciar um pequeno negócio de moda independente.
Até onde vai a influência da customização na indústria da moda?
Embora a popularidade do movimento “faça você mesmo” exija dedicação e tempo, o valor associado às peças personalizadas vai além do material. Mesmo tentativas menos sofisticadas são reconhecidas e apreciadas pela sua originalidade e autenticidade. Esse fenômeno gera uma nova perspectiva no modo como a moda é percebida e consumida, embutindo um significado mais profundo em cada peça criada. Marcas internacionais, como a Levi’s, têm promovido workshops digitais de customização e convidado jovens criadores para redesenhar peças clássicas, comprovando que a indústria já se adapta a esse novo comportamento.
O movimento “faça você mesmo” sinaliza uma mudança significativa no comportamento de consumo da geração Z. Ao escolher fazer suas próprias roupas, essa geração desafia padrões estabelecidos pela indústria, rejeita o consumismo massificado e abraça um estilo de vida mais sustentável e personalizado. A customização transcende a moda; ela representa uma transformação cultural que pode influenciar toda a indústria nos anos vindouros, à medida que esses jovens não se contentam apenas em vestir roupas, mas buscam vestir suas ideias e convicções. Marcas tradicionais e novas startups já observam essa mudança e buscam criar coleções colaborativas para envolver esse público cada vez mais ativo e engajado.
FAQ sobre customização de moda e geração Z
O que significa “faça você mesmo” na moda?A expressão indica a prática de personalizar, criar ou transformar peças de roupa por conta própria, utilizando técnicas manuais e criatividade. Exemplos populares são o tie-dye feito em casa, a aplicação de tachinhas em jaquetas e o corte de camisetas para criar croppeds.
Quais os materiais básicos para começar a customizar roupas?Os materiais mais comuns incluem tesoura, linha, agulha, cola para tecido, tintas específicas, patches, miçangas, botões, além de roupas antigas para reaproveitar.
Preciso ter experiência para customizar moda?Não. Existem inúmeros tutoriais online, desde técnicas para iniciantes até ideias avançadas. O importante é começar e aprender com a prática.
Por que customizar roupas é considerado sustentável?A prática incentiva o reaproveitamento de roupas e acessórios antigos, diminui o descarte têxtil e reduz a necessidade de consumir novas peças, contribuindo para uma moda mais sustentável.
Posso vender minhas criações personalizadas?Sim! A customização pode ser uma porta de entrada para o empreendedorismo. Muitos jovens vendem suas peças originais em marketplaces, redes sociais e lojas virtuais próprias. Alguns influencers e jovens empreendedores da geração Z relatam ganhos mensais expressivos apenas com itens customizados.
Como me conectar com outras pessoas interessadas em moda customizada?Existem comunidades e grupos em plataformas como Instagram, TikTok, Facebook e fóruns especializados, onde dicas, inspirações e resultados são compartilhados. Hashtags como #customizacaoderoupas e #DIYfashion reúnem milhares de exemplos do que está sendo feito atualmente.
Que marcas apoiam a tendência do “faça você mesmo”?Diversas marcas têm lançado kits de customização, oferecido oficinas online e realizado parcerias com criadores de conteúdo para incentivar a criatividade dos consumidores. Internacionais como Levi’s e nacionais como Renner já investem nessas iniciativas.
Quais benefícios a customização traz além da economia?Além de economizar, criar suas próprias peças fortalece a individualidade, estimula a criatividade, pode gerar renda extra e promove um consumo mais consciente e sustentável. Jovens da geração Z relatam maior autoestima ao vestir algo feito por eles mesmos e sentem orgulho de divulgarem suas criações online.