O Mercado de São José, situado em Recife, é um ícone do patrimônio histórico e cultural da cidade. Comemorando seus 150 anos, as obras de restauração são um marco na preservação da história local, focando tanto na estética quanto na funcionalidade do espaço. A Prefeitura do Recife está conduzindo reformas estimadas em R$ 27 milhões, em parte financiadas pelo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). As intervenções contemplam a preservação das fachadas históricas e a modernização das infraestruturas internas, como instalações elétricas e hidráulicas, tudo mantendo em vista o contexto histórico do local.
Este projeto de renovação é conduzido pela Autarquia de Urbanização do Recife (URB) e começou em janeiro de 2024. Entre as melhorias planejadas, destaca-se a construção de um novo mezanino e a instalação de um elevador para 16 passageiros. Tais atualizações visam não apenas à melhoria da experiência de compra, mas também à preservação arquitetônica do mercado, que é tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). O prefeito João Campos enfatizou a importância das descobertas arqueológicas que acompanham a obra, destacando restos do antigo Mercado da Ribeira e de estruturas religiosas e funerárias que antecederam o atual mercado.
A estrutura do Mercado de São José é inspirada no mercado público de Grenelle, em Paris, o que destaca a influência arquitetônica francesa no design do mercado. Este detalhe histórico reforça a importância do mercado não apenas como um centro comercial, mas também como parte do legado cultural partilhado entre Brasil e França.
Quais são os desafios enfrentados durante as obras?
Um dos principais desafios enfrentados nesta empreitada é lidar com os achados arqueológicos descobertos durante as escavações. Fragmentos de ossos humanos e artefatos diversos requereram intervenção imediata do Iphan, que solicitou acompanhamento arqueológico contínuo na área destinada ao novo mezanino. Parcerias com universidades locais, como a UFRPE, estão sendo fundamentais para garantir que o trabalho arqueológico seja conduzido com o rigor científico necessário. A presença desses artefatos trouxe à tona pedaços importantes da história de Recife, revelando camadas culturais e religiosas anteriormente escondidas sob as movimentações do dia a dia do mercado. Além disso, a necessidade de conciliar as obras com a rotina do centro histórico e a movimentação intensa próximo ao local também representa um desafio logístico considerável para as equipes envolvidas.

Como as reformas impactam os comerciantes locais?
Para amenizar os impactos das reformas no cotidiano dos comerciantes do Mercado de São José, medidas adaptativas foram implementadas. Cerca de 100 comerciantes, dos quais 46 foram realocados para o anexo provisório e 54 optaram por receber um auxílio financeiro mensal de R$ 3 mil. Os vendedores de artesanato, por exemplo, foram realocados para um anexo provisório na Rua da Praia. Essa movimentação temporária afeta diretamente cerca de 100 comerciantes que tiveram a opção de continuar operando no novo espaço ou de receber um auxílio financeiro mensal de R$ 3 mil. Tais medidas são essenciais para garantir que o mercado continue funcionando e servindo a população enquanto as obras prosseguem. Além disso, reuniões periódicas têm sido realizadas entre a Prefeitura e os representantes dos comerciantes para avaliar o andamento das obras e ajustar as soluções de acordo com as necessidades do grupo.
O que se espera para o futuro do Mercado de São José?
Com a conclusão das reformas, espera-se que o Mercado de São José se solidifique ainda mais como um ponto turístico vital de Recife, destacando-se por sua combinação única de história viva e modernidade funcional. A requalificação das infraestruturas, juntamente com a preservação das fachadas históricas, transformará o mercado numa vitrine da arquitetura do século XIX, enriquecida com provisões contemporâneas que atendem às normas de acessibilidade e segurança. Este equilíbrio entre o antigo e o novo é crucial para salvaguardar o Mercado de São José não apenas como um local de comércio, mas também como um símbolo precioso da identidade cultural recifense.
Por fim, eventos como o “Viva o Centro”, promovidos pela Prefeitura, ajudam a estimular o envolvimento público com o mercado, ampliando sua relevância na comunidade local. Com apresentações culturais e homenagens, o programa busca não apenas celebrar a história do mercado, mas também integrá-lo ativamente à vida urbana de Recife, garantindo que continue sendo uma presença marcante e vivaz no cenário cultural e econômico da cidade.
FAQ – Perguntas Frequentes sobre o Mercado de São José e suas reformas
- Quando as obras de restauração devem ser concluídas?
A previsão da Prefeitura do Recife é que as obras sejam finalizadas até o primeiro semestre de 2025, podendo haver ajustes no cronograma dependendo dos achados arqueológicos e das condições climáticas. - O Mercado de São José fechará totalmente durante as obras?
Não. O mercado segue funcionando em parte, com comerciantes em anexos provisórios ou recebendo auxílio financeiro para minimizar impactos. - O que acontecerá com os achados arqueológicos?
Os artefatos estão sendo catalogados e estudados em parceria com universidades e o Iphan, e há previsão de exposição futura desses itens, tornando-os acessíveis ao público em mostras no próprio mercado ou em museus locais. - A arquitetura original será mantida?
Sim. Um dos principais pilares da obra é respeitar e manter a fachada histórica do mercado, conciliando com as adaptações necessárias à acessibilidade e à segurança atuais. - Como posso acompanhar novidades sobre o andamento das obras?
Informações oficiais e atualizações sobre as reformas podem ser acompanhadas no site da Prefeitura de Recife e em comunicados públicos disponibilizados no local e nas redes sociais da Prefeitura.