O acidente aéreo ocorrido com a aeronave ATR 72-500, na cidade de Vinhedo, em agosto de 2024, trouxe à tona uma série de questões cruciais sobre a segurança na aviação e os procedimentos de manutenção adotados pelas companhias aéreas. Nos 81 segundos que a aeronave levou para atingir o solo após a perda de controle total, a velocidade de queda chegou a alcançar 440 km/h. Apesar da tragédia ter tirado a vida de 62 pessoas, incluindo passageiros e tripulantes, causou espanto o fato de não haver feridos no solo, mesmo em uma área densa e urbanizada.
O relatório final do Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa) foi divulgado em setembro de 2024, conforme indicado nas fontes disponíveis. Depoimentos de ex-funcionários da Voepass apontam falhas na manutenção e omissões no registro de problemas mecânicos, sendo estas identificadas antes da tragédia. Uma dessas falhas envolvia o sistema de degelo da aeronave, que desarmava automaticamente após ser acionado. Tais irregularidades deveriam ter sido registradas no diário de bordo, o que teria impedido a decolagem, conforme regulamentos da aviação civil. Em 2023, essa mesma falha foi identificada e resultou na recomendação de que a aeronave evitasse voar para o Sul, devido a condições climáticas adversas.
@philipdefranco Voepass Flight 2283, a large passenger plane, crashed into homes in Vinhedo, Brazil. Number of victims not yet known. It's unclear why the plane last control and crashed. #brazil #usa ♬ original sound – Philip DeFranco
Quais foram as falhas de manutenção aérea identificadas?
Na noite anterior ao acidente, conforme relatos, uma falha no sistema de degelo não foi formalmente registrada pelo piloto, e como resultado, não houve a manutenção adequada antes do voo. Além disso, a equipe responsável pela manutenção estava reduzida, pois mecânicos foram alocados para liberar outra aeronave. Esses fatores contribuíram para que apenas ajustes mínimos fossem realizados, ignorando o risco representado pela falha mencionada, que poderia comprometer seriamente a segurança operacional do ATR 72-500.

Qual foi o impacto das condições climáticas no voo?
Na sexta-feira, 9 de agosto de 2024, uma forte frente fria atingiu o Centro-Sul do Brasil, causando queda significativa de temperatura. Em altitudes elevadas, havia alta umidade e temperaturas abaixo de zero, condições propícias para a formação de gelo severo nas aeronaves. Dados revelam que esse gelo estava presente entre 3.600 e 4.200 metros de altitude, agravando-se ao longo do percurso. As informações meteorológicas indicavam que o próprio gelo poderia ter impactado o aeronave.
- O gelo acumulado aumenta significativamente o peso da aeronave.
- Reduz o desempenho aerodinâmico alterando o formato das asas.
- O ATR 72-500 não conseguiu operar eficientemente nas condições adversas de clima associadas a essas mudanças.
O que aconteceu durante a perda de controle aérea?
O voo começou a ter problemas poucos minutos após a decolagem. Detalhes emergem sobre as várias tentativas da tripulação de ativar o sistema de degelo, que não conseguiu se manter funcional. Ao longo do voo, múltiplos alertas de falha de sistema e desempenho degradado foram recebidos, incluindo alarmes sonoros na cabine. Esses indicadores culminaram na eventual perda de controle da aeronave, que entrou em um comportamento descontrolado antes de colidir.
Após o acidente, a empresa Voepass declarou que a segurança sempre foi uma prioridade para a companhia, prometendo colaborar plenamente com as investigações e apoiar as famílias das vítimas. Um ano após a tragédia, a empresa continuou a fornecer suporte psicológico e organizou homenagens aos que se foram. A Voepass também reforçou o compromisso com a melhoria contínua dos processos de segurança e manteve-se transparente com autoridades públicas em relação ao incidente.
Em março de 2025, a Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC) suspendeu as operações da Voepass devido a preocupações com a segurança. Em junho de 2025, a ANAC cassou definitivamente o Certificado de Operador Aéreo da Voepass devido a falhas estruturais não corrigidas em suas aeronaves, evidenciando as graves consequências enfrentadas pela empresa após o acidente.
