O crédito rotativo do cartão de crédito é explicado com clareza por Vinicius Nunes, advogado com destaque em renegociação bancária e atuação voltada à defesa de empresários endividados. Ele alerta: pagar apenas o valor mínimo da fatura transforma o saldo restante automaticamente em empréstimo com juros elevados — e essa dívida pode se multiplicar em poucos meses.
Vinicius Nunes oferece consultas via WhatsApp e publica conteúdos explicativos nas redes sociais (@vncs.adv). Sua atuação em direito bancário e renegociação financeira é amplamente divulgada em vídeos e postagens públicas.
O que é crédito rotativo do cartão?
O crédito rotativo permite que, ao pagar somente o mínimo da fatura, o saldo restante seja transferido automaticamente para o próximo ciclo com juros aplicáveis. Por exemplo: pagando R$ 200 de uma fatura de R$ 1.000, os R$ 800 não pagos se tornam uma dívida geradora de juros por até 30 dias (SPC Brasil).
Após esse período, o banco oferece duas opções: quitar o valor com juros ou parcelar o saldo automaticamente na próxima fatura — sem escolha voluntária do cliente.

Por que crédito rotativo pode multiplicar sua dívida?
Vinicius Nunes explica que, em poucos meses de uso prolongado do rotativo, os juros compostos elevam o valor da dívida muitas vezes acima do original — chegando a 3, 4 ou até 100 vezes o valor inicial, se não houver quitação em até 30 dias. Essa armadilha financeira pode se agravar rapidamente.
Na prática, juros rotativos no Brasil já atingiram médias superiores a 430% ao ano, com casos específicos ultrapassando 1.000% ao ano
Qual o limite legal para juros rotativos hoje?
Desde janeiro de 2024, a Lei nº 14.690/2023 impôs um teto de 100% nos juros cobrados sobre o saldo rotativo, ou seja, os encargos não podem ultrapassar o valor original da dívida. Se o consumidor deve R$ 100, os juros máximos podem chegar a R$ 100: totalizando R$ 200.
Essa regra se aplica apenas a dívidas contraídas a partir de 2024. Dívidas anteriores seguem com taxas de juros anteriores, que podiam ultrapassar 400% ao ano.
Como evitar cair nessa armadilha?
Segundo Vinicius Nunes, o essencial é não deixar o crédito rotativo vencer por mais de 30 dias, pois nesse período a dívida já será automaticamente refinanciada e parcelada pelo banco. Se isso acontecer, é crucial buscar ajuda jurídica especializada em direito bancário para renegociar antes que a dívida escape do controle.
Fontes como o SPC Brasil e o Banco Central recomendam evitar ao máximo o uso do rotativo, manter controle financeiro e, preferencialmente, pagar a fatura completa no vencimento.

O que mudou com a nova lei do teto de juros?
A nova legislação estabelece:
- Limite de juros rotativos em até 100% da dívida original;
- Direito à portabilidade da dívida para outra instituição com condições melhores;
- Exigência de transparência nas taxas e valor total efetivo do crédito.
Essas medidas visam proteger o consumidor e reduzir o superendividamento.
E se o banco cobrar além do permitido?
De acordo com o Procon e o Idec, caso o banco cobre juros acima do teto legal, o consumidor deve:
- Contactar o banco exigindo o cumprimento da lei;
- Solicitar por escrito a explicação do cálculo;
- Registrar reclamação no Procon ou no consumidor.gov.br;
- Acionar a Justiça, se necessário.
Esses passos são recomendados para garantir os direitos do consumidor e evitar práticas abusivas.
Qual a importância de buscar renegociação jurídica?
Vinicius Nunes aconselha que, se a dívida rotativa já se estendeu além dos 30 dias e foi parcelada automaticamente, é essencial procurar um advogado especializado em direito bancário para renegociar os termos. Essa intervenção pode impedir que a dívida atinja valores impagáveis.
Na maioria dos casos, a renegociação pode trazer juros menores e prazos mais justos ao consumidor.
Como posso proteger meu bolso?
Você quer evitar que uma dívida pequena vire um problema financeiro enorme? Procure ajuda assim que notar cobrança automática do crédito rotativo. Busque renegociação, exija transparência nas taxas e, se necessário, judicialize para garantir seus direitos.
O conhecimento sobre os seus direitos pode ser decisivo para evitar o superendividamento e manter sua saúde financeira em dia.