Mesmo com recursos avançados, novo modelo enfrenta recepção fria do público e reacende debate sobre inovação, preço e fidelidade à marca.

A Samsung lançou seu novo smartphone apostando em tecnologia de ponta, mas o mercado respondeu com frieza. O modelo, posicionado na faixa premium, não atingiu a expectativa de vendas — e o motivo pode ir além do preço.
Design conhecido, inovação tímida
Especialistas e consumidores apontam uma percepção de repetição: apesar de melhorias pontuais, o novo dispositivo não apresenta diferenciais marcantes em relação à geração anterior. Em um cenário dominado por Apple, Xiaomi e OnePlus, a ausência de inovação disruptiva pesa.

Comparação direta com rivais acirra competição
A Apple segue conquistando pela experiência integrada: seu ecossistema fechado cria sinergia entre dispositivos que fideliza usuários. Mesmo com especificações técnicas superiores em alguns aspectos — como câmeras e desempenho —, os aparelhos da Samsung enfrentam resistência na migração de usuários do iOS para o Android.
Destaques da concorrência:
- Apple: fidelidade à marca, atualizações constantes e integração entre dispositivos.
- Xiaomi e OnePlus: preço competitivo e recursos ousados como câmeras sob a tela e carregamento ultra-rápido.
Preço alto e percepção de valor
O fator custo é decisivo no Brasil. Em um contexto de inflação e maior rigor na escolha de produtos, os consumidores avaliam se o valor investido justifica os benefícios. A Samsung, embora ofereça tecnologia de ponta, precisa reforçar a percepção de custo-benefício.
Mercado brasileiro: liderança da Samsung, mas com alerta ligado
Apesar do desempenho abaixo do esperado do novo modelo, a Samsung lidera o mercado nacional com 40% de participação em 2025, segundo pesquisa do Mobile Time com a Opinion Box. A marca cresceu 4 pontos percentuais desde 2024, à frente de Apple (27%), Motorola (16%) e Xiaomi (14%).
O Android domina o país: 72% dos brasileiros usam o sistema, mais que o dobro do iOS.
Como o brasileiro escolhe seu celular
A decisão de compra ainda gira em torno de performance:
- 31% priorizam capacidade de processamento
- 25% olham para memória RAM
- 16% valorizam a câmera
- 15% preferem boa autonomia de bateria
Essas preferências variam por perfil: homens priorizam desempenho, mulheres escolhem pela câmera, e jovens focam na bateria.
E-commerce cresce, mas IA ainda não convence
A maioria dos brasileiros compra smartphones online (51%), e os marketplaces como Shopee, Amazon e Mercado Livre ganham força. Por outro lado, tecnologias como inteligência artificial ainda não influenciam a decisão de compra — apenas 3% mencionaram IA como fator decisivo.
Segurança ainda é preocupação
O roubo de celulares é recorrente: 34% já foram vítimas. Isso se reflete na forma de uso: 78% têm medo de usar o aparelho na rua e 85% evitam locais considerados de risco.
Caminhos para a Samsung
Para reverter o cenário, a Samsung pode:
- Investir em inovação significativa, que vá além do upgrade técnico;
- Reforçar o ecossistema de produtos e melhorar a experiência integrada;
- Ajustar o posicionamento de preço e reforçar a comunicação do valor agregado;
- Atuar com campanhas personalizadas para perfis diversos de consumidores.
No ambiente competitivo atual, o diferencial está menos na ficha técnica e mais na experiência percebida — e nisso, a percepção faz toda a diferença.