A crise hídrica em Cabul, capital do Afeganistão, está se agravando em ritmo alarmante e coloca a cidade no centro de um possível colapso sem precedentes. Com uma população estimada entre 5 e 6 milhões de habitantes, a cidade enfrenta o esgotamento de seus aquíferos, infraestrutura precária e poluição dos poucos recursos disponíveis. Especialistas alertam que Cabul pode se tornar a primeira capital moderna a ficar completamente sem água potável.
O problema não surgiu do dia para a noite. Décadas de urbanização desordenada, crescimento populacional acelerado e mudanças climáticas vêm minando a capacidade de reposição das reservas naturais. Desde 2021, o corte no financiamento humanitário agravou o cenário, dificultando a implementação de soluções emergenciais e aprofundando a crise que ameaça milhões de vidas.
Quais são os principais fatores que levam capital Cabul à beira do colapso hídrico?
Entre os fatores mais críticos estão as mudanças no padrão climático, que reduziram as chuvas e dificultam a recarga dos lençóis freáticos. Ao mesmo tempo, o avanço urbano sem planejamento pressiona ainda mais o sistema, criando uma demanda insustentável por água e expondo a fragilidade da infraestrutura da cidade.
A poluição também tem papel central na escassez. Com rios e nascentes contaminados, a oferta de água potável é cada vez menor. Sem políticas públicas eficazes, Cabul enfrenta um cenário em que o consumo ultrapassa a reposição — um desequilíbrio que empurra a cidade para um ponto sem retorno.

Quais cidades já enfrentaram crises semelhantes da capital Cabul?
A crise hídrica enfrentada por Cabul não é um caso isolado. Em diversas partes do mundo, grandes centros urbanos já passaram por situações críticas de escassez de água, servindo como alerta para a importância da gestão responsável dos recursos hídricos. Veja alguns exemplos marcantes:
- Cidade do Cabo (África do Sul) – 2018:
Chegou perto do chamado “Dia Zero”, quando os reservatórios estariam totalmente secos.
A cidade evitou o colapso com racionamento rigoroso, campanhas públicas e limitação severa no uso da água. - Chennai (Índia) – 2019:
Os quatro principais reservatórios secaram completamente, afetando milhões de moradores.
A crise expôs a cidade a riscos sanitários, sociais e operacionais, com longas filas por caminhões-pipa e disputas pelo acesso à água.
Esses casos ilustram como a escassez de água pode impactar diretamente a vida urbana e reforçam a necessidade de estratégias preventivas, infraestrutura eficiente e conscientização global sobre o uso responsável dos recursos hídricos.

O que pode ser feito para evitar que outras capitais sigam o mesmo caminho?
Adotar tecnologias sustentáveis e políticas públicas robustas é essencial. Soluções como sistemas de reaproveitamento de água da chuva, reuso de efluentes tratados e modernização da rede de abastecimento ajudam a reduzir perdas e a garantir o uso consciente dos recursos hídricos.
Também é fundamental educar a população sobre o consumo responsável. A mudança de comportamento, aliada a investimentos em infraestrutura e planejamento urbano, pode evitar que outras cidades enfrentem um cenário semelhante ao de Cabul. O futuro da água depende das decisões tomadas agora.