A dúvida entre empréstimo pessoal vs financiamento é muito comum entre quem precisa de crédito para comprar um carro ou fazer algum investimento. Embora os dois caminhos envolvam dinheiro vindo do banco, eles funcionam de formas bem diferentes e impactam diretamente no valor final que você vai pagar.
Eduardo Feldberg, criador do canal Primo Pobre e educador financeiro com mais de 1 milhão de seguidores no TikTok, explica que o financiamento tende a ter juros mais baixos por oferecer mais segurança para o banco. Já no empréstimo pessoal, o risco de inadimplência é maior, o que acaba deixando as taxas bem mais caras. A seguir, você vai entender melhor por que isso acontece e o que considerar na hora de escolher entre essas duas opções.
O que é empréstimo pessoal vs financiamento e por que isso importa?
Entender a diferença entre empréstimo pessoal e financiamento é essencial para não comprometer sua renda com juros altos. No empréstimo pessoal, o banco libera o dinheiro diretamente na sua conta, para você gastar como quiser. Mas, como não há uma garantia vinculada, o risco de calote é maior para a instituição financeira.
No financiamento, o banco compra o bem (como um carro) e ele fica em nome da instituição até a quitação total. Se o cliente não pagar, o banco pode retomar o bem com facilidade, o que torna a operação mais segura e permite juros menores. Esse é o principal ponto que faz o financiamento ser mais vantajoso em muitos casos.
Por que o banco considera o financiamento mais seguro?
O financiamento é visto como mais seguro porque o bem financiado funciona como garantia da dívida. Isso acontece através da alienação fiduciária, que permite ao banco recuperar rapidamente o carro, moto ou imóvel financiado caso o pagamento não seja feito.
Com esse tipo de segurança, o banco se sente mais protegido e, por isso, oferece taxas de juros mais acessíveis. Essa diferença é significativa na prática, especialmente em prazos mais longos. Já no empréstimo pessoal, como não há uma garantia real, o risco de inadimplência é bem maior, o que encarece o crédito.
Qual é a explicação do especialista?
Segundo Eduardo Feldberg, no empréstimo o banco apenas entrega o dinheiro e espera que você devolva com juros, sem saber exatamente como o valor será usado. Esse risco maior de não receber de volta faz com que os juros sejam mais altos nessa modalidade.
Já no financiamento, o banco compra o carro e ele fica no nome da instituição até a dívida ser quitada. Se houver atraso ou falta de pagamento, o banco pode retomar o bem. Isso traz mais segurança para quem empresta o dinheiro e permite cobrar taxas menores. Por isso, para compras de bens como carros ou motos, o financiamento costuma ser mais vantajoso.
Qual é a diferença no bolso de quem paga?
A diferença no bolso aparece principalmente no valor final da dívida. As taxas de juros do empréstimo pessoal podem ultrapassar 8% ao mês, o que representa mais de 150% ao ano em alguns casos, dependendo do banco e do perfil de risco do cliente.
Já no financiamento, as taxas costumam variar entre 1,5% e 2,5% ao mês, podendo ser ainda menores em condições promocionais. Além disso, o financiamento pode ser parcelado em prazos maiores, o que ajuda a reduzir o valor das parcelas mensais, mesmo que o custo final também precise ser avaliado com cuidado.
Por que comparar o CET antes de escolher?
O Custo Efetivo Total (CET) é um indicador que mostra quanto realmente você vai pagar por um crédito, incluindo juros, tarifas, seguros e IOF. Ele é a melhor forma de comparar diferentes ofertas de empréstimos ou financiamentos, independentemente da taxa de juros anunciada.
Muitas vezes, um financiamento com juros aparentemente baixos pode sair mais caro se tiver outras cobranças embutidas. Por isso, é fundamental analisar o CET de cada opção antes de assinar qualquer contrato, e assim evitar surpresas no seu planejamento financeiro.
Fontes oficiais confirmam essas diferenças?
Sim. Segundo o Banco Central, o financiamento costuma ter taxas menores justamente por envolver garantias. A alienação fiduciária está prevista em lei e garante segurança jurídica para o banco retomar o bem financiado com mais agilidade.
Sites de bancos como Santander, Bradesco e Itaú também explicam que o empréstimo pessoal tem maior liberdade de uso, mas também juros mais altos. A recomendação geral é sempre comparar o CET e avaliar com cuidado o tipo de crédito que mais se encaixa no seu objetivo.
E se você tivesse que escolher hoje?
Se você precisa de dinheiro para comprar um carro, provavelmente o financiamento será a opção com melhor custo-benefício. Ele oferece taxas mais baixas porque o próprio bem funciona como garantia da dívida. Isso protege o banco e permite condições melhores para o cliente.
Mas se a necessidade for por liquidez rápida, e você tiver certeza de que vai conseguir pagar em pouco tempo, o empréstimo pessoal pode fazer sentido. O importante é sempre analisar com calma, comparar ofertas e escolher de forma consciente.
Fontes utilizadas neste artigo:
- Banco Central do Brasil: https://www.bcb.gov.br
- Santander: https://www.santander.com.br/blog/diferenca-emprestimo-financiamento
