No século XXI, uma crescente preocupação emergiu ao redor do estado de saúde mental da população global, especialmente entre os jovens. Este período tornou-se notável não apenas pelas inovações tecnológicas e pelo avanço na qualidade de vida em muitos aspectos, mas também por uma crise silenciosa que afeta diretamente a saúde psicológica de adolescentes e jovens adultos. O termo “geração ansiosa” é frequentemente utilizado para descrever essa parcela da população que apresenta, cada vez mais, sintomas de ansiedade e depressão.
Estudos recentes indicam que mais de um terço dos estudantes em nível escolar e universitário experimentam sintomas significativos de transtornos mentais. No Brasil, por exemplo, uma pesquisa realizada pela OMS em 2019 revelou que cerca de 23% dos jovens entre 14 e 25 anos já apresentaram sinais de transtorno de ansiedade, e aproximadamente 11% relataram sintomas depressivos. Além dos quadros ansiosos e depressivos, há um aumento notável em outros problemas como vícios, transtornos alimentares, comportamentos autolesivos e até mesmo ideações suicidas. Esta tendência preocupante acentua-se com o aumento das internações de adolescentes por razões ligadas à saúde mental, começando em idades cada vez mais precoces.
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Quais são as causas principais da crise de saúde mental entre os jovens?
O bem-estar emocional das novas gerações é afetado por uma série de fatores complexos. Embora se viva em uma era de suposto conforto e bem-estar, onde há acesso sem precedentes a cuidados e informações, paradoxalmente as taxas de distúrbios mentais aumentam. Entre os culpados apontados estão o estresse escolar, o impacto das mudanças climáticas nas emoções dos jovens – o que gera a chamada ecoansiedade –, e a influência exacerbada das redes sociais.
As redes sociais merecem destaque pelo impacto significativo no aumento dos desconfortos psíquicos desde sua popularização em 2012. Ainda assim, a crise de saúde mental possui raízes anteriores à digitalização das interações sociais. A inclusão de diagnósticos clínicos parece oferecer uma resposta fácil para as dores emocionais dos jovens, mas esta explicação ignora as camadas sociais mais profundas que contribuem para tal estado de vulnerabilidade.
Como a vulnerabilidade se relaciona com o estresse nas novas gerações?
A relação entre estresse e vulnerabilidade não é novidade, mas, para os jovens de hoje, a maneira como esses fatores se interconectam é central para entender a crise atual. A sociedade moderna, com suas nuances e demandas, pode estar inadvertidamente aumentando a vulnerabilidade ao superproteger os jovens. Os padrões de educação que mimam e retiram obstáculos do caminho para as crianças, impedindo que enfrentem desafios naturais do crescimento, contribuem para a formação de indivíduos menos resilientes.
- Sociedade vulnerável: A sobreproteção leva à criação de uma geração que não está preparada para as adversidades da vida.
- Diagnóstico fácil: A popularização da “cultura clínica” cataloga como patologias os problemas que muitas vezes são normais em fases específicas da vida.
O que pode ser feito para mitigar a crise de saúde mental entre jovens?
A superação dessa crise passa por repensar como se lida com o mal-estar juvenil e as abordagens de assistência psicológica. É vital atender as necessidades imediatas daqueles já afetados, oferecendo apoio que normaliza e contextualiza suas experiências. A prevenção, no entanto, requer uma transformação mais ampla na educação e na forma como a sociedade aborda a saúde mental. Incentivar a exposição dos jovens a desafios, reduzir a obsessão por diagnósticos e buscar integrar o bem-estar emocional em contextos sociais mais amplos são passos essenciais para mudar o panorama atual.
Enquanto algumas soluções se concentram no aumento de profissionais da saúde, é crucial reconhecer que a verdadeira solução reside na reconstrução de uma sociedade que ensina resiliência, aceita a imperfeição e promove um ambiente onde os jovens possam crescer e prosperar mentalmente saudáveis.
