A frase “Isso que é bom pra você, não é necessariamente bom pra mim” traz à tona algo essencial: autonomia pessoal. Nesta fala, Clóvis de Barros Filho, professor, filósofo e livre-docente da ECA‑USP, reforça que cada indivíduo tem a liberdade de escolher o que faz sentido em sua vida.
Clóvis é autor de mais de 35 livros, palestrante requisitado e apresentador dos podcasts Inédita Pamonha e #PartiuPensar (TOP 50 no Spotify). Nessa reflexão, ele questiona comportamentos relacionados à conformidade e destaca a importância de assumir um propósito com convicção.

O que significa ter autonomia de definir sua vida?
Clóvis de Barros Filho usa linguagem simples para mostrar que vivemos em um universo de escolhas infinitas. Mesmo quando sofrermos pressões sociais — sejam de uma pessoa, duas mil ou milhões — nossa liberdade de decidir permanece intacta. É necessário aprender que estar presente em algo exige renúncia, exige convicção sobre seu propósito.
Ele diz que decidiu assumir o papel de “explicador”, de educador, e que essa definição dá sentido às escolhas que faz. Reconhece que erros fazem parte da trajetória, mas a cada erro, a “rota” evolui, movendo‑se para mais perto de nossos objetivos. Esse processo de autoconhecimento é, para ele, quase “cibernético”.
Você sabia por que os erros fazem parte do propósito?
Clóvis afirma que “pode haver erro? Claro, costuma haver erro. Mas a identificação dos erros vai melhorando de maneira até cibernética” — traz uma ideia poderosa: aprender com os próprios erros aprimora a tomada de decisão.
Essa forma de evolução reflete os conceitos de feedback contínuo muito explorados na psicologia cognitiva e em metodologias ágeis no ambiente profissional.
E se o que é bom pra mim não serve pra você?
A afirmação “Isso que é bom pra você, não é necessariamente bom pra mim” aborda a ideia de respeito à diferença e à auto definição dos valores. Esse conceito encontra respaldo em discussões sobre ética e convivência — temas centrais no trabalho de Clóvis na ECA‑USP.
Nas diretrizes da UNESCO e da Declaração Universal dos Direitos Humanos, a liberdade individual e o respeito pela pessoa são princípios basilares. Assim, o que está sendo ressaltado é que escolhas individuais são legítimas desde que não afetem negativamente terceiros.
Palavras do especialista: “Meu papel é explicador”
Clóvis de Barros Filho diz:
“Porque em algum momento da minha vida eu decidi que o meu papel é um papel de explicador, é um papel de educador, é um papel de professor… esse é o meu propósito.”
Ele identifica que viver de acordo com seu propósito exige abrir mão de outras possibilidades. Essa renúncia consciente, baseada em convicção, é o que dá profundidade e significado à vida — conforme ele expõe em várias conversas e palestras .
Qual a importância de viver segundo um propósito?
Pesquisas da American Psychological Association apontam que indivíduos com propósito definido apresentam maiores níveis de bem‑estar e resiliência. Estabelecer um papel — seja como educador, artista, empreendedor — é uma forma de ancorar-se nas valorações pessoais e navegar pelas escolhas com mais clareza.
Clóvis ensina que entender seu propósito e agir nele proporciona uma “magnitude” à vida. Não é apenas sobre executar tarefas, é sobre construir sentido e elevar a própria existência.
E se escolher me faz desistir de outras coisas?
Essa é a essência do que ele chama de “paciência” diante das múltiplas possibilidades que a vida oferece. Paciência para renunciar voluntariamente, sabendo que há um custo de oportunidade — o preço é abrir mão de infinitos “eus possíveis”.
A filosofia estoica, tão presente nos ensinamentos de Clóvis, reforça que a serenidade está em atuar onde podemos ter controle – escolhas alinhadas ao nosso domínio interno.
Quer aprender a definir seu papel na vida?
Reflita: o que você mais valoriza ao olhar para trás daqui a 10 anos? Escolher um papel — ensinar, criar, cuidar — significa direcionar escolhas e energias para o que traz sentido. Renunciar não é perder, é focar no que importa.
Reflita sobre qual “versão de você” merece mais espaço — e, como Clóvis diz, tenha a paciência e serenidade para renunciar ao resto.
Por que essa mensagem faz sentido para você?
Promover autoconsciência, incentivar renúncia deliberada e cultivar propósito são atitudes que trazem clareza ao viver. No universo solto de possibilidades, decidir por algo — e aprender com os desvios — conduz a uma vida com mais sentido e menos ruído.
Fontes oficiais:
Sim. A UNESCO, OMS e o Ministério da Saúde mental reconhecem que ter propósito traz benefícios à saúde psíquica e emocional. A Declaração de Bem-Estar Integral da OMS destaca a relevância de agentes ativos em suas próprias vidas. Veja:
- Organização Mundial da Saúde (OMS): saúde mental e bem‑estar alinhados ao propósito
- UNESCO: liberdade individual e respeito à dignidade
- Declaração Universal dos Direitos Humanos: base da autonomia pessoal