Carros sem imposto é um tema que gera muita discussão, especialmente quando os preços parecem fora da realidade. Paulo César, conhecido como Pequeno Gênio (Instagram: @pequeno.genio | TikTok: @pequenogeniooficial), criador de conteúdo automotivo, analisou os valores de alguns modelos populares e fez comparações diretas com e sem tributos.
Segundo ele, modelos como HB20, Mobi e Nivus poderiam custar até metade do preço atual se os impostos fossem removidos. E a diferença é gritante: um HB20 2024, que custa R$121 mil, poderia sair por R$65 mil sem as taxas embutidas.
Por que os preços dos carros dobram com imposto?
De acordo com o Pequeno Gênio, o maior vilão dos preços altos é o conjunto de tributos embutidos. Ele destaca que não é culpa das montadoras, mas sim do sistema tributário brasileiro. Em sua fala, ele compara os valores com e sem impostos, mostrando que os preços praticamente dobram com a carga tributária atual.
Além disso, Paulo lembra de quanto custavam alguns modelos antes de 2020, como o QQ e o próprio Mobi, reforçando como a escalada de preços se acelerou. Para ele, o consumidor é o principal prejudicado por essa distorção.
Quais impostos encarecem tanto os veículos?
A explicação técnica está nos tributos como IPI, ICMS, PIS e Cofins. De acordo com a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (ANFAVEA), a carga tributária sobre carros no Brasil varia entre 37% e 43,7% do valor final.
Isso significa que quase metade do valor pago vai diretamente para o governo. E não para por aí: além do valor de compra, o consumidor ainda arca com IPVA, combustível tributado e manutenção com peças e serviços também taxados.
Os cálculos de carros sem imposto são realistas?
Paulo César estima que modelos como o HB20 custariam cerca de R$65 mil sem impostos. Já o Fiat Mobi, que hoje sai por R$75 mil, poderia ser vendido por cerca de R$40 mil. E o Nivus, avaliado hoje em mais de R$120 mil, teria preço estimado em R$64 mil sem tributos.
Embora simplificado, esse cálculo tem base. Segundo dados da Zapay e da Revista Oeste, a carga tributária real representa entre 30% e 48% do valor do carro. Portanto, a diferença apontada por Paulo tem fundamento e é próxima da realidade.
Quais os impactos da alta tributação nas vendas?
O próprio influenciador defende que, com carros mais acessíveis, o mercado automotivo brasileiro cresceria ainda mais. A Fenabrave já aponta crescimento de 14,2% nas vendas em 2024, mesmo com preços altos.
Reduzindo os impostos, mais pessoas poderiam comprar veículos novos, o que estimularia o consumo e renovaria a frota nacional, impactando positivamente a economia e a segurança no trânsito.
Existe isenção de imposto para alguns consumidores?
Sim. Pessoas com deficiência (PcD) e compradores de veículos elétricos ou híbridos contam com benefícios fiscais como isenção de IPI, ICMS e IPVA em alguns estados. Isso mostra que é possível aplicar políticas que tornem os carros mais acessíveis para certos públicos.
Se ampliadas, essas políticas poderiam beneficiar mais brasileiros e ajudar a reduzir os custos médios do setor automotivo, segundo especialistas da ANFAVEA e análises econômicas do setor.
O que diz a reforma tributária sobre isso?
A reforma tributária aprovada em 2023 propõe a unificação de tributos em dois grandes grupos: CBS (federal) e IBS (estadual/municipal). A ideia é simplificar e tornar os impostos mais transparentes.
Com isso, espera-se reduzir a burocracia e, potencialmente, diminuir o impacto da carga tributária no valor final dos veículos. Ainda não há garantias, mas a expectativa é que o consumidor sinta algum alívio no futuro.
